BRICS E A POLÍTICA INTERNACIONAL DA DILMA: A OPÇÃO PELO JOGO DE CENA GOVERNAMENTAL EM DETRIMENTO DOS VALORES DO TRABALHO!
A política atual brasileira que propiciou recentemente um encontro dos BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e Sud Africa (União Sul Africana) desponta, num primeiro momento, como uma política estratégica altamente libertadora. No entanto ela, analisada perfunctoriamente, não passa de um jogo pirotécnico que procura manter cativos os eleitores tradicionais da esquerda extremada, justificando a política internacional por uma demonstração de soberania e independência, frente ao poder hegemônico anglo-saxão. Esta política tenta aplicar ao problema de inserção monetária\financeira e suas afetações intrínsecas a possibilidade de uma mudança de cenário que preservaria a independência e a soberania dos BRICS e, para o Brasil, em época eleitoral, justificaria ideologicamente, com coerência, toda uma movimentação de sua política internacional sob o governo do atual partido no poder, o PT. Em suma esta política visa ser uma resposta ao problema Guerra das Moedas conceito descoberto por mim na década de 90, pois no dia 15 de julho de 1998, com um artigo publicado nesta data no Jornal do Comércio do Rio Grande do Sul, nominei e descrevi, de forma perfunctória, o fenômeno mundial monetário e de crédito, tanto público estatal, como privado, que estávamos passando naquela ocasião e que tomou os rumos descritos na parte final do artigo em tela. Naquela época dos anos 94 em diante passamos pelo estabelecimento de um sistema monetário similar ao dólar ou seja o estabelecimento de uma legítima placa tectônica monetária com valor similar ao dólar. Foram o Plano Real estabelecido por FHC, o Plano Menem do Austral, estabelecido na Argentina e assim por diante na maior parte dos países sobre a influência do dólar. Nesta época a União Europeia passara a anunciar o fechamento de sua união monetária o que, em razão de uma possível concorrência monetária entre os currencys dólar e euro, fez com que os americanos antecipassem, com base nas teorias de Robert Mundell, prêmio Nobel de Economia, a implantação, auxiliada pelos entes multilaterais de Breton Hoods, a OMC, o GATT, o World Bank e o FMI, de um legítimo sistema de “Currency em Alta” em que as moedas de todos os países sobre o guarda-chuva ou a forte influência da “placa do dólar” emulassem de alguma forma o valor simétrico desta moeda. É a implantação da teoria das simetrias e assimetrias. Conectando-se os mercados globalizados através da simetria monetária se conectariam, da mesma forma, era de supor-se, os mercados através de suas assimetrias que se compensariam propiciando uma sinergia incrível das chamadas “vantagens comparativas” de determinadas regiões que assim especializar-se-iam, somente com relação as estas vantagens atingindo patamares ainda maiores de produtividade e rentabilidade baixando violentamente os custos e produzindo uma mais valia incrível para o capital, distribuindo, da mesma forma vantagens participativas aos trabalhadores em todas as latitudes banhadas pela globalização!! Esta política, como eu acusara de forma contundente o Plano Real, desde o seu começo, não poderia trazer bons resultados porque de alguma forma, embora pelas importações substitutivas das vantagens comparativas externas e potencialização das internas, mermasse e estancasse o processo inflacionário criando um novo Direito à Moeda, desconhecido pelos trabalhadores dos países emergentes sempre submetidos ao imposto indireto da inflação, no entanto, a contra horário, produziriam o maior sucateamento e destruição dos parques industriais destes países, como no caso do Brasil. Num artigo publicado na Gazeta Mercantil, da época, eu acusava sob o título de o Dólar e o Real este processo diferenciado da aplicação da política de Currency Board em Alta e seus efeitos para os EUA e para o Brasil. Estes efeitos são os mesmos e atuais que causam a placa tectônica do euro na Europa Unida potencializando a Alemanha e a França, esta com mais perdas, em detrimento dos PIGS – Portugal, Irlanda, Grécia e Spain (Espanha), que se encontram na mesma situação do Brasil na época de sua inserção na Placa do Dólar, ou seja, na época do Plano Real, com cotações monetárias idênticas. Provei que o estado nacional cuja planta de produção de produtos agregados fosse mais sofisticada e com agregação tecnológica, na realidade a moeda alta ainda beneficiava mais este tipo de perfil enquanto, de forma contrária, o estado nacional onde a produção fosse mais simplificada e sem agregação tecnológica ou de manufatura aos seus produtos, onde não tivesse vantagem comparativa, seria o processo de extinção da sua indústria e atividade manufatureira. O cenário descrito por mim por antecipação e as crises advindas foram certeiras. Tudo o que disse que ia acontecer com os devidos ataques especulativos – na realidade efeitos das más políticas e estratégias alvitradas – redundaram numa profunda crise econômico política que fizeram com que estas moedas do câmbio fixo adotado resvalassem, sem alternativas para a busca de um sistema de câmbio flutuante ou mais perto desta alternativa, desalinhando-se todo o sistema anteriormente alinhado ao padrão monetário dólar que estava mais alto que o próprio euro logo após criado. No próprio artigo escrito em 1998 – que antecipou o livro chinês Currency War escrito em 2007 e seu homônimo inglês escrito em 2010 – eu supus, no fim do artigo, com uma maestria que até eu mesmo fico admirado desta perspicácia, que o sistema de Currency Board – com o dólar como moeda padrão – só daria certo se o Feed e o dólar praticassem um “mergulho” – looping – em busca de uma possível paridade com o yuan chinês. O Estado Nacional chinês continental é uma ditadura comunista que abriu seu mercado controlado para o capital globalizado mundial. Assim todos os capitais internacionalizados, com as garantias de não desapropriação que canalizavam estes aportes para a China, mudando toda sua forma de vida, faziam com que houvessem, no oriente a existência de dois fenômenos básicos propiciados pelas vantagens comparativas chinesas, seja, uma população massiva de mais de 1 bilhão de pessoas dominadas por uma cultura de alta educação e condicionamento psíquico que propiciam, face ao número e a contenção dos individualismos – budismo – confuncionismo – comunismo – facultam em razão destas injunções uma maior possibilidade de potencialização do processo de MAIS VALIA exposto por Karl Marx em seu livro Das Kapital. A alocação de recursos parcos e multifacetários de uma alimentação não ortodoxa, mas altamente heterodoxa – chineses comem insetos – cães – etc – tornam altamente baixos os valores de sustento e alimentação da pessoas somados ainda aos programas habitacionais que tornaram baratas as formas de residência, tornando, pela soma de ambos os fatores – alimentação, residência e deslocamento racional (coletivo ou setorial) – tornaram muito baixo o custo da mão de obra potencializado ainda este custo pela inexistência de direitos sociais em face do sistema ditatorial – chineses trabalham por centavos de dólar, comem mal e moram mal – ou com custos baixíssimos…então o custo social baixo – DUMPING SOCIAL aliado ao DUMPING MONETÁRIO – o yuan é uma moeda muito baixa em relação ao dólar – todo este sistema atraiu a capitalização feita pelo sistema ocidental que globalizado migrou para a China transferindo tecnologias e grandes aportes de capital. Esta é a causa do fenômeno chinês. O problema dos estados nacionais sob a moeda dólar, não é um problema só do dólar, como moeda fiduciária desconectada de uma relação com o outro – como expôs nos idos de 1960 – Robert Triffin – que em seu Paradoxo em sua obra Dólar Crisis – expunha o calcanhar de Aquiles de todo o sistema monetário internacional baseado, até aquela época, na relação do dólar com o ouro que era depositado em Fort Knox a razão de 35 onças troy por dólar. O dilema de Triffin provou que, como moeda internacional, o dólar teria de passar inexoravelmente por um processo de inflação ou verdadeira emissão sem lastro, em virtude das descobertas de ouro e sua produção não terem uma correlação com o boom do desenvolvimento econômico do mundo como um todo, mantendo assim uma relação de meio monetário para facultar os negócios internacionais com a liquidez necessária. Assim é que a grife americana antigamente lastreada passa a ser uma moeda fiduciária (de confiança) obtendo mais e mais conversibilidade e capilaridade como nenhuma outra moeda global passando a ocupar 78% dos negócios no mundo atualmente. Hoje, conforme já comprovei em vários de meus artigos, os americanos saíram da política de Currency Board em Alta, que era a política dos anos 90, que tentaram fechar uma grande placa tectônica sob o comando do dólar mas, que que no fim dos anos 90 e começo dos anos 2000 redundaram em uma das maiores crises monetárias e financeiras por qual passaram todos os estados nacionais submetidos ao processo de globalização. De lá para cá, a partir do ano 2002, como eu predisse e disse no artigo Guerra das Moedas escrito em 1998, uma planta sob a hegemonia do dólar só daria certo se fosse feita por um e através de um Currency em Baixa. Foi o que os americanos, através do Acordo Plaza, em 2002, passaram a fazer, isto é uma emissão ou expansão monetária causando, num primeiro momento uma desvalorização de 30% ao dólar com a sequência gradativa de desvalorizações constantes, sob a minha ótica e a ótica da teoria Guerra das Moedas, buscando uma correlação com o yuan, pois a imigração de capitais para a china – do mundo ocidental – pela existência do Duping Monetário e Social causavam um abalo e crises intermitentes nos países emergentes sob o jugo do dólar e que tivessem uma cotação mais alta com uma planta produtiva sem vantagens comparativas reais na inserção globalizada. Assim é que a Presidenta Dilma, quando pensa estar optando por independência aliando-se aos BRICS, na realidade faz um mero jogo pirotécnico de aparências pois os próprios BRICS estão todos eles, SEM EXCEÇÃO ALGUMA, sob a influência e a PLACA TECTÔNICA DO DÓLAR. A China, além do capital americano que emigrou para lá buscando as suas vantagens comparativas – produzir sem leis sociais e com dumping monetário – o que aumenta o lucro violentamente – ela detém mais de 1 trilhão em divisas americanas – PAPÉIS E FIDUCIA (CONFIANÇA) – da mesma forma a Rússia com 500 bilhões em divisas americanas seguindo logo atrás o Brasil com algo em torno de 378 bilhões de dólares em divisas.
Assim é que o Brasil une-se com países, na maior das partes localizados na ÁSIA e estrategicamente – geopoliticamente – muito distantes estrategicamente do Brasil contrariando todo o sistema de segurança nacional pois desacopla o Brasil, de alguma forma, de sua inserção ocidental de aliado tradicional do sistema Anglo-Saxônico – desde o Tratado de Windsor, em 1321 que Portugal era aliado da Inglaterra e que enfrentou a Inglaterra sobre Felipe II e depois contra Napoleão Bonaparte, em 1808. A família real portuguesa veio para o Brasil numa frota inglesa comandada por Sir Sidney Smitt. Chegando ao Brasil abriram os portos as nações amigas, isto é, Inglaterra e seus aliados. Assim foi posteriormente na primeira guerra mundial e na segunda guerra mundial quando o Brasil foi aliado destas potências inclusive na Guerra Fria, quando através do Golpe ou Revolução de 64 opta pelo sistema Ocidental em detrimento do alinhamento com a China, URSS e o seu satélite Cuba. No mundo em que vivemos o sistema Socialista ou Comunista tem tomado um vareio de 10 a 0 do sistema capitalista. A velha URSS, que sob Gorbachev tentou através da Perestroika e da Glasnost, reciclar-se democraticamente não conseguiu sustentar-se estilhaçando-se em mais de dezena de novos estados nacionais cuja maior parte passou a integrar a União Européia sob a hegemonia da Alemanha, agora em seu 4ºReich, pois em dar um tiro, através da diplomacia, com o auxílio da França, uniu a Europa, sob um mesmo regime, uma mesma bandeira, constituição e moeda, formando o maior estado nacional pós Moderno!!! Fazendo assim veraz o sonho de Proudhon que via nestes novos séculos a era da implantação das macro-federações mundiais!!! A Rússia quedou-se diminuta e quase reduzida a ser uma potência asiática e considerada, pela disciplina das Relações Internacionais, uma potência imperfeita pois formada de várias nacionalidades que as vezes tem uma tendência muito grande ao fenômeno da força centrífuga – ao estilhaçamento ou esquartejamento – seja, processo de secessão. Estamos vivendo agora, de forma atrasada, um reflexo de sua antiga perda de território, a Ukrânia e seus desdobramentos. A China, como já falamos, está como o Brasil do tempo da ditadura, pois embora com uma ditadura de esquerda, é um processo similar, em sistemas não democráticos os operários não podem reivindicar salários e direitos e assim a MAIS VALIA sobre seu trabalho é muito maior para o capital que explora esta eventual força de trabalho. A China, com tudo o que tem, na realidade é um PRODUTO MISCIGENADO entre a cultura chinesa e o CAPITAL GLOBALIZADO NORTE AMERICANO E EUROPEU QUE LÁ ESTÁ!!! Posso fazer uma pergunta que ficará sem resposta pelo governo brasileiro de Dilma: Porque vocês não lutam pela implantação dos vetores da Organização Internacional do Trabalho OIT para a defesa dos trabalhadores chineses espoliados e que causam a espoliação de nossos trabalhadores aqui no Brasil e em todo o mundo subdesenvolvido e emergente?! Esta luta é a que seria mais consentânea com a doutrina esposada pelo partido que ocupa o poder e dá forças a Presidente Dilma. Defender os trabalhadores chineses seria defender o PROLETARIADO DO MUNDO EMERGENTE E SUBDESENVOLVIDO que vê suas empresas e indústrias serem destruídas pela CONCORRÊNCIA PREDATÓRIA DO CAPITALISMO INTERNACIONAL INSTALADO NA CHINA E QUE EXPLORA OS OPERÁRIOS E OS TRABALHADORES CHINESES!!!! Porque não faz…porque os DITADORES CHINESES com os quais se alia não permitem e preferem uma aliança com o CAPITALISMO INTERNACIONAL produzindo um crescimento de mais de 7% do PIB ao ano, o que já atingiu em anos passados até uma expansão de 14% ao ano. Mais, a China, por adotar este modelo dá preferências maior ao sistema do Bretton Woods antigo, que lhe beneficia, do que enfrentar, o que deveria por consequência ideológica, que é ver a redenção de seus trabalhadores aumentando o seu nível de satisfação, salarial e previdência e direitos sociais. Não faz por que com isto perderia a competitividade ou seja A MAIS VALIA que o sistema de operariado inserido no mundo ocidental, mormente aqui no Brasil com as leis getulistas, conservadas pelos militares e pela Nova República sob a constituição de 1988, não permitem pois protegem o trabalhador dando-lhe um salário mínimo com direitos previdenciários e de saúde. A adoção desta política em Direção aos Brics não oferece riscos somente ao Estado Nacional Brasileiro e seu território – altos vazios demográficos na Amazônia etc – mas oferece RISCOS IMEDIATOS ao próprio operariado brasileiro frente ao processo de globalização pois o aliado chinês ao governo brasileiro é um aliado completamente sem escrúpulos que trai a doutrina maoísta e comunista – em detrimento do trabalhador – para valorizar o capital que produz assim potencializado por Dumping Social\Trabalhista e Dumping Monetário!!!! Será que o governo não pensa em tornar-se como o governo chinês também uma DITADURA, como o é a Russia também sob Putin, e explorando o seu povo trabalhador usar dos mesmos subterfúgios chineses, sem democracia e com ditadura, extirpar os direitos dos trabalhadores – como já estão paulatinamente fazendo com a chamada flexibilização – e assim limpar o Estado Nacional de seus custos…racionalizando-o e desregulando-o, não sob o regime capitalista, mas numa forma granchista de autofagia de classes, unindo o capital financeiro e industrial ao neo-estado ditatorial tipo chinês, para assim enfrentar a globalização?! Isto seria uma petição de princípios pois seria atacar o capital através de uma criatura que vem do capital, seja, a China e seu governo, como o pobre do presidente russo embretado na Ásia pois já perdeu a Bielo-Rússia, a Ukrânia, a Letônia, a Estônia, a Lituania, a Armênia, a Geórgia e outro estados que não suportaram mais a federação da URSS…são cenários possíveis dentro de um pseudo jogo de poder que vislumbra o poder pelas suas imagens mas que não o elucida pela sua real dimensão, seja, o poder do capital que está por trás de todos os atuais regimes mundiais, sejam eles capitalistas ou comunistas!!!! Em suma, a presidente Dilma, pensando fazer uma frente anti-norteamericana na realidade passa a trabalhar para o peão da globalização a China, que para sair da heterodoxia alimentar – comer insetos e cães – passa a importar commodities da América, com os dólares podres americanos – causando inflação de demanda alimentar que causa aumento de nos produtos para o nosso povo, aumentando por sua vez custos e nossa MAIS VALIA INTERNA (diminuindo) e, ao mesmo tempo, detonando nossa indústria, que com real potencializado, não funciona e vai cada vez mais sucateando e perdendo vagas. Em suma é uma aliança que dá um tiro no pé, do estado nação brasileiro e ao mesmo tempo dos trabalhadores e por reflexo no capital tupiniquim brasileiro que cada vez mais é absorvido pelo multinacional!!!! BELÉM DO PARÁ – RUA FERREIRA CANTÃO – EM 17.07.2014