INFLAÇÃO O SUBSTRATO DA GUERRA DAS MOEDAS

GUERRA DAS MOEDAS E INFLAÇÃO!!
O conceito Guerra das Moedas descoberto por mim nos anos 90 fundamentalmente é um processo inflacionário monetário. Descobri este conceito ao cotejar a teoria de Robert Mundell sendo aplicada na fundação da União Europeia e a reação anterior americana ao constatar que a Europa enveredaria pela união monetária. Os EUA que dominam 78% do comércio monetário mundial logo que tiveram certeza no caminho da Europa adotaram a mesma alternativa fechando um regime de currency board com os estados que lhe prestavam suserania. Na América Latina os casos mais clássicos foram o Plano Real de FHC e o Plano Astral urdido por Menen. Criticando este sistema é que através de uma pesquisa frenética pelos links jornalísticos constatei que em todo o mundo as nações começaram a utilizar-se do recurso de emissão monetária para protegerem-se mutuamente da queda do dólar. Assim é que o processo inflacionário em países diversificados redundam em efeitos completamente diferentes dependendo de sua inserção na comunidade mundial, o seu nível de desenvolvimento, o nível de conversibilidade internacional de sua moeda, suas vantagens comparativas e o nível de suas assimetrias dependendo também de se este estado é uma autarquia autossustentável ou não. Assim é que analisando três modelos teremos efeitos diversos:
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – Robert Triffin, economista belga, acusou a partir de 1961 o que chamou o Dilema de Triffin que consistia na conclusão de que os americanos que detinham conversibilidade total dólar\ouro, a partir desta data constatam que as descobertas e o acúmulo de ouro não acompanhavam a expansão do mercado externo que foi atribuído à moeda americana, como divisa internacional lastrear, na base de 35 onças troy equivalentes em ouro. Assim é que a moeda americana transformou-se numa moeda fiduciária e os americanos passaram a emitir dólar inundando o planeta com sua moeda. De Gaulle tentou resistir solicitando a troca dos euro\dólares por ouro mas não foi atendido. Nos anos 90, antes do estabelecimento do euro, os americanos tentaram, conforme as idéias de Roberto Mundell, prêmio Nobel de economia, o estabelecimento de um currency board – moedas nacionais em todo o mundo que fossem lastreadas ou com valor similar ao dólar Foi o caso do real e do peso que, por lei, passaram a um regime de câmbio fixo acompanhando o valor do dólar. No artigo “O real e o dólar” eu acusei os efeitos diferenciados deste processo num sistema e noutro o que para nós, no Brasil, causaria um processo incrível de desindustrialização embora fizesse cessar a inflação. Com o processo de importação incrementado causado pela paridade com o dólar que estava alto em razão as moedas europeias nós comprávamos tudo no exterior fazendo com que a concorrência tupiniquim, de semelhantes, fosse completamente dizimada pois a potencialização monetária fazia com que os produtos autóctones perdessem sua competitividade. Para os americanos, o estabelecimento de um currency board em alta faria com que houvesse o linkamento do espaço americano com o externo através da simetria que funcionava muito bem para os americanos mas no entanto para os outros sistemas era um mecanismo deletério como ficou provado. Acusei este problema antes que os governos FHC e Menem dessem marcha à ré em vários artigos.
Atualmente o americano entrou em um sistema que faz com que o dólar a partir de 2002 sofresse uma máxi desvalorização, através do acordo Plaza, sendo que esta nação persiste através do seu FED na perseguição deste ideal que é acompanhar o Yuan chinês. A transferência dos capitais multinacionais oligopolísticos, nos termos preconizados por Hilfirding em 1904 e depois recobrados por John Kenneth Galbraith, em sua obra O Novo Estado Industrial, fazem com que o capital oligopolístico mundial, concentrado na China tenha vantagens através do dumping social – a China é uma ditadura e não há reinvindicações salariais – e também utiliza-se do dumping monetária atingindo uma competitividade daninha no ambiente internacional o que potencializou-se como segunda potência econômica no mundo face a reconversão educacional e sua capacidade de management de seus recursos humanos abundantes. Um dado incrível é que com uma população de mais de um bilhão de pessoas o número proporcional de pessoas com QI (quoeficiente Intelectual mais alto) é proporcional a toda a população americana. Assim os americanos baixando sua moeda deixam de ser tão assediados por mercadorias vindas destes paraísos monetários e sociais dando uma sinergia as suas vantagens comparativas que mantém sua capacidade de exportação propiciando que, por mais que a base monetária americana se expanda e na proporção direta desta sua expansão o efeito parking (estacionamento) do dólar em outros países faça com que esta oferta monetária não cause problemas endógenos aos americanos pois estes linkaram seu interior monetário com seu exterior ou seja, o mundo internacionalizado é uma extensão do sistema monetário americano. Assim o enfraquecimento do dólar ou a força do dólar está em sua fraqueza. Isto passa a ser um problema para os demais estados nacionais que possuem um processo regulatório que torna seus interiores compartimentos estanques que, não possuindo a permeabilidade osmótica com o ambiente externo mantém, a contra horário, além de suas possíveis vantagens comparativas imposturas e assimetrias econômicas protegidas por barreiras alfandegárias ou sanitárias mas que na realidade simulam para esconder os limites interiores de seu sistema dificultado pela indexação econômica, regulação, gargalos na infraestrutura de estradas de rodagem de ferro, portos e vias de escoamento, endividamento interno que se transforma num estado fisco ou estado imposto com níveis altíssimos de desapropriação da Sociedade Civil por um Estado que a tudo rapina.
BRASIL – O modelo estatal brasileiro faliu totalmente sob o Plano Real de Fernando Henrique. Com uma dívida herdada dos militares em 60 bilhões de dólares a dívida foi internalizada mas ele terminou o governo com uma dívida de 760 bilhões de reais dolarizados!!! Torrando 70bilhões de divisas para cometer a quebra do bloco de constitucionalidade brasileiro através da instituição do sistema de reeleição que relativizou sobremaneira o sistema republicano brasileiro pois nem os generais na ditadura não se reelegiam. Assim é que a Nova República Pós-Ditadura sob a égide da Constituição de 1988, embora negue as Ditaduras, tanto a varguista como a militar, não deixa de ser uma extensão do mesmo modelo estatal de antes só que agora totalmente falido. Assim é que o modelo estatal desenvolvimentistas social democrata está em completo colapso. O regime da Nova República herdou uma infraestrutura de portos, estradas de ferro, usinas hidroelétricas, aeroportos, infraestrutura escolar e universitária, etc, no entanto não acresceu nada a todo este sistema. O estado democrático de direito facultou uma expansão da Sociedade Civil tanto a formal como a informal dando-se uma ampla expansão para esta última pressionada pelo estado dívida que se tornou no estado fisco com amplas cargas tributárias e denso processo de regulamentações no Poder de Polícia do Estado, que concede e fiscaliza as concessões de funcionamento da Sociedade Civil. Este estado está para se colapsar frente ao crescimento de sua dívida interna e externa e a impossibilidade de aumentar mais os impostos que são escorchantes. Assim, de paradoxo em paradoxo o Estado Nacional sob a Constituição de 1988 rumará inexoravelmente para o seu colapso desabando sobre a Sociedade Civil que terá de reorganizar um Novo Estado Nacional Brasileiro. É esta consciência que leva a esquerda a tentar dar golpes para obviar o que eles chamam de uma resistência democrática do povo que seria a implantação da Ditadura do Proletariado sob a emulação do modelo chavista\cubano. Os movimentos, através de “balões de ensaio”, que na verdade testam as resistências sociais dos opositores, vão colocando gradativamente cunhas no regime democrático de direito ou o que resta do mesmo. A um processo constante de desmoralização do Poder Legislativo cujo eco encontra guarida na grande imprensa onde jornalistas com viés ideológico potencializam mais e mais esta desmoralização exorcizando-a através da estigma da corrupção, que vários parlamentares, ajudam a potencializar com suas atitudes. Da mesma forma, necessitando quebrar o controle jurídico do sistema, o Poder Judiciário é atacado e enfraquecido pelo viés da onipotência de alguns juízes, pelo valor de seus salários que são cotejados com os miseráveis estipêndios populares. Não se vê falar do Executivo. Ora, enfraquecendo-se o Legislativo e desmoralizando-o e da mesma forma ao Judiciário só sobra o Rei Absoluto e incontestável do Executivo potencializado!!! Esta é a fórmula da ditadura ou da instituição do regime do supremo fuhrer!!!! Não se murmura mais a boca pequena mas o cochicho já ganhou as ruas e soa alto e bom tom que estamos na ante véspera da implantação de uma ditadura de esquerda aos moldes fidelistas. Seria a implantação de uma legítima Monarquia Absoluta Socialista pois estes regimes socialistas, todos os que existiram, se fazem pela permanência de seus chefes e fuhres que não obedecem ao processo republicano de revezamento no poder. Assim é Fidel Castro que está desde 1958 no poder, quando não ele seu irmão; assim é Chavez que morreu no poder; assim é Cristhina Kirchner obrando para dissolver a constituição e manter-se no poder – lá o poder passou do marido para a esposa através de um NEPOTISMO POLÍTICO. É Evo Morales que através de uma lei eleitoral recentemente aprovada protela seu mandado para mais um terceiro round. Dizem “as más línguas” que os médicos cubanos que viriam para o Brasil, seriam o começo de uma legítima cabeça de ponte para dar uma maior sinergia organizativa aos sem terras e chamados movimentos sociais, que nada mais são do que neo-guerrilhas chupa cabras do estado nacional que se sustentam através do coronelismo social. A esquerda é consciente que aos Estados Unidos da América não importa mais a ideologia. Importa sim é a liberdade na conversão e negociação livre das commodities ao modo granschista. A China comunista é a prova da palatibilidade americana que adora um shop sue agridoce que dá esta sinergia nova ao capitalismo e globalização. Chavez, mesmo, apostrofava o capitalismo americano não deixando, no entanto, de ser um dos maiores fornecedores e abastecedores do mercado americano de petróleo. Assim é que ao mercado capitalista globalizado não interessa mais ideologias e as fórmulas organizativas internas das nações desde que estas coloquem suas commodities no mercado global a preços de mercado.O stablischment da esquerda que utilizou-se da classe média, como massa de manobra, para atingir o poder no Brasil, hoje francamente abandona a classe média, chamando-a de reacionária, como diz Marilene Chauí, e deserdando-a totalmente através do congelamento de seus salários. Parte em busca da reconversibilidade do chamado lupen proletariado através da prática do coronelismo social que é a compra de sua aquiescência fácil, através da instituição de programas de transferência de renda a fundo perdido para as classes “c” e “d”, a fundo perdido, ao mesmo tempo que, unidos as multinacionais capitalistas, pela injeção monetária no consumo, sustentam o funcionamento da economia mediante injeção de dinheiro a fundo perdido que estimula o consumo, servindo aos consumidores e aos fornecedores. A fórmula é perfeita. O único perigo que corre este script é o surgimento do paradoxo monetário que desembocará no paradoxo do estrangulamento através da dívida pública que já sepulta municípios e estados da federação e em breve, mesmo que o governo federal tenha o recurso da emissão, prorrogando sua rendição, chegará a um ponto que levará, inevitavelmente a desmoralização da moeda nacional a exemplo do que já acontece na Argentina que tem que colocar a polícia e cães pastores para detectar, na Sociedade Civil, o entesouramento de dólares que safam os cidadãos da inflação galopante de seu papel oficial. O processo de guerra das moedas, com a expansão monetária dos americanos, japoneses, e ingleses, pelo efeito parking, transfere para os mercados emergentes mais de 250 bilhões de dólares por trimestre, solapando a moeda nacional e substituindo-a gradativamente na previsão do colapso futuro, além de transferir o controle de vários empreendimentos e propriedades, através de investimento direto, para o controle estrangeiro. Quem viver verá!!!

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