CÂMBIO & JUROS E SEU PARADOXO POLÍTICO: DILMA, MANTEGA & TOMBINI E CIA
O governo Lula como já escrevi em artigo intitulado A Sorte de Lula teve uma condição externa econômica propícia visualizada e aproveitada pelo seu staft econômico. Logo que assumiu ele praticou o chamado “Cavalo de Pau Econômico” que foi contrariando a política laxativa de FHC, com relação a base monetária, enxugou-a logo no início de sua gestão contraindo-a em mais de 25% em poucos meses. Aumentou o depósito compulsório nos bancos, aumentou a taxa Selic ao máximo já visto, dificultou o crédito. Isto foi feito no início de um governo que se situou historicamente entre a catástrofe do estabelecimento do currency em alta, pelos americanos, para a busca de um currency em baixa em razão do efeito descrito por mim como Guerra das Moedas. Lenta e gradativamente a política do Banco Central, com a manutenção da política de metas de inflação, foi fazendo uma distensão e um desarrocho de sua política restritiva inicial controlando com maestria a sintonia fina. Aproveitando os bons ventos do mundo externo, exógeno, isto é a mudança e o vácuo ou hiato produzido pela alteração da política externa do dólar no mundo globalizado potencializou de forma endógena condições para um relativo sucesso de sua política econômica. O período Dilma já se iniciou sobre fortes tempestades e trovoadas da mudança da política externa do dólar, que a partir de 2004, ou mesmo antes com o acordo Plaza, passou a um forte incentivo em torno da expansão da base monetária americana buscando o fundo de poço do Yuan, sediado na China e onde estão localizados, potencializados pelo dumping social e o dumping monetário do Yuan, ancorados os interesses das companhias transnacionais mundiais sejam elas americanas, europeias, brasileiras ou de outros países. Assim é, que em 2012, no segundo ano de seu governo, Dilma, Mantega e Tombini, sentindo a aceleração da valorização do real frente ao dólar, em razão da queda constante deste de forma exógena e endógena, potencializada esta última pelas condições inerentes do Cavalo de Pau inicial do Lula, passam a alterar, em funções das eleições de 2012 as condições da economia com o objetivo de mermar a sensação térmica da contração econômica e do processo de estagnação da economia em virtude da pressão externa do dólar que atinge, não só o Brasil, mas também a Europa, que sob a ditadura do euro, sobrevalorizado sobre o dólar, sob a batuta da Alemanha e da França, coartam os PIGS, numa profunda crise social econômica em virtude de estarem encerrados dentro da União Européia sendo que suas commodities de exportação possuem um baixo poder agregado pois oriundas diretamente do agronegócio. Ficaram estes PIGS como o estado do Rio Grande do Sul no governo FHC, que beneficiou outros estados em detrimento dos gaúchos cuja produção industrial de enlatados, maquinarias, sapatos e além do mais os insumos básicos como arroz, dizimados pela concorrência externa potencializada pelo seu baixo câmbio frente ao real dolarizado por cima do Brasil da época tucana. Assim é que Dilma, Mantega e Tombini, ao contrário do cavalo de pau de Lula (conforme neologismo de Zé Dirceu) ao invés de fazerem uma distensão lenta e gradual fizeram um macro afrouxamento aumentando de maio até outubro de 2012 o meio circulante em 50%, a razão de 10% ao mês, diminuindo a taxa Selic de dois dígitos para um, estando hoje a 7 e alguma coisa, diminuindo o percentual de depósito compulsório dos bancos, descendo os juros dos bancos oficiais, o que fatalmente ocasionou uma queda do real frente ao dólar que logo foi monitorada pelo Banco Central através de swaps reversos mantendo o câmbio monitorado, e não a mercado, em mais ou menos 2,00 alguma coisa acima abaixo. Intitulei a esta manobra de doping eleitoral/econômico pois passada a recidiva da alteração de medidas ditas “macroprudenciais” o PIB ficou constatado como um PIBINHO e o processo inflacionário, já acusado por mim com antecedência, passou a ser renitente o que causou, da mesma forma, por reflexos e em função da opção por mecanismos interventivos em detrimento de mecanismos de mercado, a uma desconfiança generalizada que tem se refletido diuturnamente na queda dos índices do IBOVESPA. Assim é que hoje entramos num processo de PARADOXO ECONÕMICO pois o governo teria como mecanismos para refrear a inflação a volta gradativa ao processo de CAVALO DE PAU que é a inversão de comandos. O governo já inverteu o câmbio deixando de atuar no mercado o que levou o dólar a uma apreciação sobre o real passando da faixa de 2,00 alguma coisa abaixo ou acima para 1,95 abaixo ou acima. Este processo refreia um pouco a inflação e ao mesmo tempo dá um fôlego na aquisição ou barateamento de insumos como petróleo e seus derivados, trigo e outros itens da pauta de importação nacionais que pressionam internamente a inflação. Deveria, pela lógica, adstringir outros comandos como a taxa Selic que já dá sinalização, através do COPOM de mermar e ser mantida no mesmo patamar e até mesmo com um breve e curto recuo. Este recuo não pode ser grande e nem ligeiro pois – tanto o câmbio como o juro – afetam diretamente, além do problema inflacionário, o problema referente a dinâmica interna da economia. O governo de forma laxativa criou uma liquidez extraordinária através do crédito, expansão do meio circulante, queda dos juros, etc, e num momento em sequência, não pode contrair estes mecanismos, perdendo o uso e o controle dos mesmos, pois se o fizesse, abriria espaço para a inadimplência total do sistema – pois estimulou o consumo através do crédito – levando a falência e insolvência primeiro os consumidores e a cidadania de forma disseminada, depois os bancos e cias de crédito, as empresas fabricantes e comerciantes e depois com a sua falência, a perda dos postos de empregos e por fim a crise generalizada. Os controles que sobram são muito tênues e não podem oscilar em demasia. Deveriam sinalizar, senão pela inércia, pela responsabilidade e pelo senso de razoabilidade para com o futuro, não já do governo mas da nação e do país. No entanto o governo é governo e como tal pensa na manutenção do poder em si esquecendo-se do Brasil como nação. Assim, como método político e não econômico improvisa e constatando não poder, por estar embretado, alterar juros, política salarial, câmbio, etc, passa a assaltar o próprio princípio REPUBLICANO criando um programa que sensibiliza, em termos de proselitismo com relação a extinção da fome e da miséria, mas que não passa de outro PLACEBO MOMENTÂNEO NA ECONOMIA tão doping como o eleitoral antecedente e que será o DOPING PARA AS ELEIÇÕES DE 2014 reelegendo DILMA e CIA. Desloca-se para distribuir-se a fundo perdido como BOLSA ISTO BOLSA AQUILO bilhões de reais que incrementarão o consumo e que calarão a boca do empresariado, que com este incremento de consumo causado pelas classes excluídas, que serão, através do discurso demagógico “passarão a fazer parte da nova classe média!!!!” Como o país é enorme e a economia INFORMAL é metade da formal, não lhe afetando os paradoxos da economia formal que naufraga sobre impostos, regulações, câmbio, Juros, política salarial, etc, dando um time longo para a recidiva da crise, o espaço de dois anos para as eleições é suficiente para engendrar o jogo de fogos de artifício econômico que na realidade são um engodo para uma real política de inserção do país na globalização e na luta contra a espoliação do fenômeno Guerra das Moedas. Nesta razão é que constatamos os fortes índices de desinvestimento externo e interno que levarão o país no mesmo rumo que os governos demagógicos de Cristina Kirchner e Hugo Chavez tem levado aos seus, para a vala total do sucateamento. O presidente do Equador, Correa, como mestre e doutor em economia, esquerdista granchista, está sabendo potencializar seu estado, o Equador, em consonância com a modernidade da Guerra das Moedas. Sua receita, infelizmente, não serve para o Brasil pois o Equador é um país com economia simplificada enquanto que o Brasil tem uma economia altamente complexa em que convivem assimetrias econômicas violentas que geram paradoxos entre as mais valias agrárias e de riquezas minerais em detrimento das assimetrias produtivas industriais que estão encerradas pelo custo Brasil, com câmbio desfavorável, política social desfavorável frente aos concorrentes que não a possuem. Assim é que o índice BOVESPA persistirá no vermelho enquanto que a economia ficará esperançosa com o produto da LAVOURA e o produto da Demagogia Econômico/Política, o Bolsa isto Bolsa aquilo, que além de corromper o princípio republicano, instituindo definitivamente o Coronelismo Social no Brasil, pela compra institucional do voto dos excluídos, regará até as eleições com os bilhões de reais ali aplicados o funcionamento em pane da economia. Se esta distribuição de renda fosse feita como as pensões do INSS, de forma neutral pelo estado e não pelo governo, eu não estaria contra,mas como é uma polítida de governo oportunista e visando ao voto, como democrata e professor há mais de 28 anos de Direito Constitucional eu sou contra!!! Tenho dito!! Abaixo a corrupção da república e da democracia!!! ESTE ANO – 2013 – AO INVÉS DE PIBINHO…TEREMOS MAIS UM PIBIZINHO!!!!
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