BEM BERNANKE CONFIRMA: GUERRA DAS MOEDAS VEIO PARA FICAR (Isto é dizer que o dólar deverá continuar caindo exógenamente e endogenamente, nos países emergentes, apreciar)
Quatorze anos após eu ter formulado a teoria da Guerra das Moedas (nome, conceito e definição) em 15 de julho de 1998, antecedendo em nove (9) anos o plágio do chinês Song HongBing, que escreveu o best seller “The Currency War”, editado na China em 2007, com publicação de 200.000 exemplares; antecedendo ainda em dez (10) anos o livro do inglês John K. Cooley, “Currency Wars” editado em 29 de março de 2008 e ainda o artigo escrito por uma das maiores autoridades em moeda de todo o mundo, o professor Barry Eichengreen, da Faculdade de Economia do Dartmouth College, de Berkeley, na Califórnia, que escreveu um artigo, publicado em seu site, em 2010, intitulado “How to prevent a Currency War” , o titular do FED americano (Banco Central), Ben Bernanke diz que a saída é a não interferência no câmbio, permitindo que a valorização da moeda afaste a pressão externa . Conforme o artigo em destaque no Jornal Correio do Povo:”Tóquio – O presidente do Federal Reserve (o Banco Central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, avaliou que a ligação entre as políticas acomodatícias dos EUA e das economias avançadas e o fluxo de capital para países emergentes é mais frouxa do que se pensa. No discurso feito em seminário patrocinado pelo Banco do Japão (Boj) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), neste domingo, em Tóquio, Bernanke disse que, mesmo em tempos normais, são as diferenças de perspectivas de crescimento entre os países que representam o fator determinante para esses fluxos. O presidente do Fed destacou que a recuperação das economias emergentes da crise financeira global, propicia um grande incentivo para esse fluxo. Ele rebateu as críticas de que as políticas monetárias acomodatícias de países avançados representam o fator dominante sobre estes movimentos de capital. “Pesquisas recentes, incluindo estudos do FMI, não respaldam a visão de que as políticas monetárias de economias avançadas são o fator dominante por trás do fluxo de capital para emergentes.” Ora, em outras palavras, isto é dizer que a expansão da base ou de meio circulante do dólar continuará, fazendo com que haja a sua desvalorização, pois se uma commoditie é ofertada em grande abundância(e a moeda não deixa de ser um tipo de commoditie), a tendência é a sua desvalorização. Assim, o conceito Guerra das Moedas continua a sua expansão pois agora, de forma confirmada oficialmente, a tentativa de estabelecimento de um currency board (dolarização do ambiente globalizado como um todo – já está mas a sua radicalização) em baixa perdurará. Este regime substituiu o sistema de currency em alta que coincidiu com a implantação nas Américas do Plano Cavalo/Menem e Plano Real de FHC, que dolarizava em alta pois, na época, o euro ainda não existia e sob a ameaça do fechamento da placa europeia, os americanos pensando que iriam perder prestígio, com relação à sua moeda o dólar, induziram conforme a teoria de Robert Mundell, prêmio Nobel de Economia, ao fechamento de um currency em alta. Este sistema funcionaria, de forma ótima, como provei EM 17 DE AGOSTO DE 1997 (ANTES DO CONCEITO GUERRA NAS MOEDAS DE 1998) em matéria publicada na Gazeta Mercantil desta data e depois inserida em meu site da UFRGS (que caiu – O DÓLAR E O REAL – Professor Sérgio Borja) e agora está inserida no endereço: http://www.sergioborja.com.br/SITE_ANTIGO_UFRGSS/O%20REAL%20E%20O%20DOLAR.pdf repetindo, este sistema funcionaria para os Estados Unidos da América, mas não para estados emergentes como o Brasil e Argentina e demais nações. Fiquei sabendo pela Wikpédia, tenho de comprovar a informação, que o sistema de currency board ainda continua implantado plenamente no Equador. Ali funciona porque esta nação não possui um setor industrial desenvolvido ou por que seus gargalos de infraestrutura, de impostos, de direitos sociais, não pesam sobre sua produção industrial, ou ainda, por que ali, funcionariam somente suas vantagens comparativas, como por exemplo a produção de cacau. Um sistema de currency board, tanto em alta, como em baixa pode funcionar bem e ser bem adaptado, sem causar nenhum dano ao estado emergente, inclusive gerando estabilidade anti-inflacionária interna – quando este internamente só tem atividades com vantagens comparativas. Robert Mundell previa isto na sua teoria das simetrias e assimetrias. A simetria monetária que faz a concatenação e o acoplamento perfeito entre o mundo endógeno com o exógeno ela detona as atividades que não têm ou possuem vantagens comparativas estimulando, a contrário senso, àquelas que têm estas vantagens comparativas. (O que é vantagem comparativa: Brasil e Argentina produzem açúcar e cana. No Brasil isto é produzido num terreno maçapê rico, com solstício todo o ano regado a muita chuva no litoral do nordeste. Isto é bom para a produção. Na Argentina o terreno é mais fraco, o solstício é metade do ano e a chuva mais rara. Assim o Brasil tem vantagem comparativa no que a Argentina não tem) Assim, para o Brasil, tanto num sistema de currency board valorizado, para cima, como no período de Fernando Henrique, onde houve um processo de desindustrialização, como num período de currency board para baixo, como eu prenunciara ou mesmo vaticinara numa comparação ao fim do artigo escrito em 1998 sob o nome Guerra das Moedas, fazendo a suposição: “…até que ponto os Estados Unidos e os sistemas econômicos que lhe são dependentes, notadamente a América Latina, aguentarão com as suas moedas sobrevalorizadas em razão aos demais sem ter de fazer uma maxi-desvalorização em conjunto?!” http://www.sergioborja.com.br/SITE_ANTIGO_UFRGSS/A%20GUERRA%20DAS%20MOEDAS.pdf Assim é, que tanto num currency board de máxima como num regime de currency em mínima, como esta acontecendo e que previ neste artigo e confirmei em 2004, no artigo Câmbio: http://www.sergioborja.com.br/SITE_ANTIGO_UFRGSS/CAMBIO.pdf o Brasil em suas atividades que NÃO TIVEREM VANTAGENS COMPARATIVAS não funcionará e sofrerá a perda e um processo de “detetização” total destas atividades, como já sofreu num regime de currency em alta como foi aquele do Fernando Henrique. O Presidente Lula não sofreu nada e fez um governo bom pois ficou entre os dois sistemas ou entre a migração de um regime para outro não sendo, a política interna, condicionada pela avalancha externa, como escrevi no artigo “o DÓLAR E A SORTE DE LULA” publicado em 05.01.2011, no Jornal do Comércio. A Presidenta Dilma é que começou a sofrer o assédio do sistema de Guerra das Moedas – como entrei com pedido de autoria através do processo administrativo 11080.004698\2010-96, protocolado em 11.11.2010, e até agora sem nenhuma resposta, o nome do fenômeno, utilizado em outubro de 2010, e depois substituído, em razão do processo para guerra das divisas, guerra cambial, tsunami monetário, etc…para não pagarem o mico da não citação de meu nome. Assim é que a GUERRA DAS MOEDAS prevista em 1998 e confirmada por mim em 2004, agora OFICIALMENTE dita por Ben Bernanke, continuará. Os controles endógenos brasileiros que são a reversão do cavalo de pau, dito pelo ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, sob Lula, que são a reversão da taxa Selic que estava a em dois dígitos e hoje está num dígito; o depósito compulsório dos bancos, a expansão do meio circulante que chegou a 50% em mínimos 5 meses, levaram, temporariamente, a uma suba do dólar, internamente, mas, no entanto, com a constante queda do dólar no sistema exógeno, como confirmado por Ben Bernanke, o sistema endógeno chegará um ponto de paradoxo e impossibilidade, criando no largo prazo, que NÃO SEI CALCULAR mas É CERTO E VIRÁ, este governo já não estará mais aqui para responder e como o povo, as autoridades, e todo mundo sofre de ALZEIMER, ninguém mais saberá nada, e minha opinião esquecida, como foi o Guerra das Moedas que combatia o programa de Fernando Henrique, também será sepultada, inexoravelmente, pelo esquecimento. A POLÍTICA DE GUERRA DAS MOEDAS LEVARÁ AO ESTABELECIMENTO DAS VANTAGENS COMPARATIVAS em detrimento das atividades, quase sempre industriais que não possuem vantagens comparativas ou são obstadas a isto pelas barreiras e gargalos internos. Quais são eles: o regime social democrata que atribuiu os direitos dos trabalhadores (Getúlio Vargas e Regime Militar seja, tenentismo do cedo e do tarde); impostos dilatados em razão da dívida interna; infra-estrutura detonada e dilapidada, desde os regimes militares que não se constrói nada no país, as estradas de rodagem, férreas, o sistema de cabotagem de navios, canais internos e ligação de bacias hidro-fluviais e lacustres; o ensino fundamental, médio e de terceiro grau sucateados com salários míseros; saúde preventiva e repressiva em implosão; queda da explosão demográfica com aumento do número de velhos pela queda da reprodução humana; Tudo isto faz parte do CUSTO BRASIL e do GARGALO NACIONAL que retira a competitividade do país frente ao estabelecimento de um sistema de Currency Board em baixa. Só um sistema de reforma tributária radical, uma negociação da dívida que traga o estado nacional sorvendo seus recursos e retirando seu viés desenvolvimentista, com a instauração do ativismo da OIT – Organização Internacional do Trabalho poderiam manter a Social Democracia. Como não se vê esperança para isto, nem na Europa, nem nas Américas Latina e demais partes do mundo, o liberalismo, sem coração e nem peias, assediará inevitavelmente os países emergentes levando inclusive a verdadeiras revoluções como as que ocorreram no Norte da África, na primavera árabe, e estão levando todos os PIGS – Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha, Itália – para um colapso de seu sistema social democrata – em razão de que a Alemanha – no seu 4º Reich – que domina a União Européia, não permitir a saída destes países do sistema de simetria imposto pela instituição do Euro.(http://www.sergioborja.com.br/SITE_ANTIGO_UFRGSS/dolar.pdf 21.06.2007) A Alemanha, no sistema de Guerra das Moedas, em razão de seu sistema de caixa preta ou produtos altamente agregados e tecnológicos, como não tem insumos básicos de alimentação e combustível, necessita manter sua moeda alta para assim manter seu rendimento, o que não é o caso dos estados Pigs que estão sendo asfixiados pois suas vantagens comparativas na produção de azeites, vinhos, roupas, calçados e outras mercadorias, serem abafadas pela ocorrência de sua moeda valorizada em demasia em relação ao dólar que segue caindo. Não é o sistema social que é incompetente é o sistema liberal da moeda que destrói o sistema social encerrado. Assim, teremos que ir até o fundo do poço da moeda, que não sei qual é ou poderia prever como sendo: o dia em que chineses e malaios, coreanos, começarem a lutar por seus direitos sociais. Já vi uma notícia que na linha de produção do Iphone 5, haveria uma primeira greve na China. Este dia, quando for disseminado nestes países, fará com que se retorne a social democracia. Pois se não acontecer isto, assim como o comunismo já foi praticamente extinto em todo o mundo, também a social democracia será extinta e, quando estivermos no fundo do poço, todos os países do mundo, gradativamente poderia haver uma reversão para a aquisição novamente dos direitos dos trabalhadores. Triste visão…mas o cenário só leva a esta visão….que é o fim da Guerra das Moedas, seja, o estabelecimento de um regime de currency board com o dólar em baixa e a conexão do mercado internacional através das vantagens comparativas otimizadas pelo mesmo sem nenhuma impostura, seja ela de ordem de alavancamentos causados por dumping monetário, dumping social, dumping tributário ou o que for, assim o mercado seria unívoco e perfeito com a diluição das fronteiras, o império das trans-nacionais corporations, ou seja, o cenário previsto por Hilfirding em 1909, no seu livro o Capital Financeiro, seja a IMPLANTAÇÃO DO SOCIALISMO ANTAGÔNICO que é na realidade o CAPITALISMO TOTAL COM A OLIGOPOLIZAÇÃO E FUSÃO Dos GRUPOS MUNDIAIS o que foi redimensionado por Jonh Kenneth Galbraith no que chamou de “O Novo Estado Industrial” e materializou através da extinção dos parâmetros republicanos e da corrosão dos vetores liberais constitucionais, substituídos, em sua matriz e núcleo duro pelo poder do capital que compra políticos e molda o poder ao seu bel prazer repassando ao público ao já agora “Ficção de Povo Soberano” o engodo de que governa e que manda, substituindo-o totalmente. Estão aí Alvin Tofler em a Terceira Onda redimensionado pela visão de Keinichi Ohmae, que prenuncia, isto sim o fim e a diluição do Estado Nação como concebido através do Tratado da Westfália. Quem viver verá, ou melhor, quem tiver memória lembrará!!!!!!! (Como o personagem de Georg Orwell no Big Brother – O Grande Irmão!!) Sérgio Borja 15.10.2012