MEUS AVÓS PATERNOS FRANCISCO PROCÓPIO DE BORJA E MARIA MERCEDES ARRUDA DE CARVALHO E BORJA residentes na rua Alves de Brito, n° 36 e com comércio na rua Conselheiro Mafra em Florianópolis! Dentro de pouco tempo morrendo eu e alguns poucos ninguém mais saberá da existencia ou quem foram estas pessoas em razão do esquecimento que levará fotografias, nomes, ruas, feitos e vidas e ninguém mais saberá de suas histórias pois sumirão no turbilhão da moenda do tempo!!! Todos nós condenados do tempo…
COMETA
Voltar
Pr’a dizer
Que o tempo
É mais longo
Que o nosso tempo
Voltar
Sobre a própria volta
Sem ter
Com quem encontrar
E nos dizer
Ocultamente
Sem riscar o céu
Que nós não temos volta
Dentro do tempo
O ponteiro volta
O cometa volta
A onda volta
Nosso tempo
Não volta
Volta a pessoa
A outra que era aquela
Volta o beijo
Com sabor
De outro jeito
A história do homem
A nossa história
Não volta
Vai este cometa
Ponteiro
Do tempo maior
Rodopiando
Sobre planetas
Sobre o eixo
Desse relógio solar
Como ponteiro
Tonteando o olhar
E o pensar
Que olha
Seu próprio passar
O ponteiro passa
Repassa
Vem e passa
A repetir-se
A vida…
A vida…
A vida olha o ponteiro
E loucamente
Abandona sua cadência
Não obedece a marcha uniforme
Desse lento deslizar
Não veste
Esta roupa matemática
A vida
Anda boêmia
E bêbada
E amanhece
Em ressacas homéricas
Criando regras
Para imitar
O tempo passar
Sai a passear
A vida
Imita o tempo
E como não o vê
Divisa seus sinais
Nestes cometas astrais
E inventa maquinetas
Para prender sua sombra
E vai o menino
Tentando prender
Sua sombra
E quanto mais corre
Mais rápido
Ela escapa na frente
Esferas
Rolem sobre esferas
Todas suas quimeras
Passem o tempo rodando
Sobre o tempo
E o vento
Gira a hélice
Cavando o vento
Do tempo
Para não perder
Mais tempo
Gira o ferro
Sobre o dormente
Tic-tac maquinista
Mais fogo seu foguista
Relincha teu pneu
Meu motor
Não te esqueceu
A roda do mar
É poço
No fundo
Tua pesca
É almoço
Não te ouço
Não vejo escorço
Não diviso teu esforço
Ovo
Círculo
Esfera
Engolir o tempo
O movimento
Comer a lenha do mundo
Enfiar tudo
Pelo céu redondo
Da boca
E expelir pelo ânus
A conta
Amor e dor
Dor e amor
Rotor
Motor
Penetrar o oco do amor
Na roda
No frenesi da dor
Amor
O ponteiro masculino
Centelha
Sobre
A fé germina
Roda eixo
Motor amor
Ciranda
Nesta pétala
Em flor
Semente
Se mente
Desmente
Vagido
Do
Tempo
Voltar é estar
Ficar
Se mente
Semente
O tempo é mudo
Ao nosso intento!
DO LIVRO URNA DO TEMPO !