DA ESTAGFLAÇÃO PARA A ESTAGNAÇÃO COM UMA LEVE CURVA ASCENDENTE RUMO A RETOMADA DO CRESCIMENTO NA GUERRA DAS MOEDAS NO BRASIL
A aprovação da PEC 241 hoje, sujeita ainda aos destaques e a uma nova rodada na Câmara e posteriormente no Senado, em razão do duplo turno como determina o art. 60 da Constituição, é uma providência que visa salvar o Estado Nacional Brasileiro da catástrofe futura. O Governo passado, sob a ótica petista, apostou num processo de inflação disseminada para assim, usando os conceitos esposados por John Maynard Keynes, em seu Pequeno Tratado, através da inflação, diluir o valor da dívida pública ao mesmo tempo que sua política salarial visava, com profundo populismo, inflacionando o valor nominal dos salários dos trabalhadores, passar aos mesmos uma noção de ganho o que reverteria em votos dos mesmos. Este processo gerou uma queda abrupta do real em sua equivalência em dólar ocasionando toda a reação em cadeia, na economia, que redundou numa forte aceleração da inflação por demanda interna com o encarecimento dos custos e mais uma vez a retroalimentação do processo inflacionário em seu círculo vicioso. A política adotada pelo competente e experiente Ministro Meirelles, que causou o boom econômico no primeiro governo de Lula, pois o PMDB aliado ao PT não abriu mão do controle sobre a economia neste primeiro momento só caindo do poder, literalmente, em termos econômicos e políticos com a ascensão de Guido Mantega, que como um títere nas mãos de Dilma, passou a incrementar o que chamei de doping econômico eleitoral, pedaladas, etc, que já foram devidamente analisadas na ocasião. Aqui estão os vários artigos em que adverti o governo Dilma sobre seu atalho econômico e as suas consequências: http://www.sergioborja.com.br/?p=1298 Ora, o competente Ministro Meireles com uma experiência densa adquirida nas coisas de trato público à Frente do Ministério da Fazenda reaplica os mesmos remédios da chamada meta de inflação visando ao controle da situação. Os primeiros efeitos de sua política criteriosa, baldados os esforços frente a grandeza dos problemas acumulados pela administração anterior, oferecem paulatinamente uma mudança de perspectiva sendo que logo nos primeiros meses de sua administração o câmbio do dólar passou a ter uma queda gerando uma leve apreciação do real. Ora, assim é, que se forem mantidas as premissas, como se depreende do quadro dos juros e da leve queda ensejada pelo COPOM na Selic, nós teremos com o passar dos meses e anos, gradualmente um novo processo de apreciação do real junto ao dólar. Isto levará sem sombra de dúvidas a vários fenômenos endógenos (internos) no Brasil em razão desta política já encontrar a base salarial expandida e inflacionada nominalmente em real, sendo que a apreciação em dólar do real, levará a um aumento do poder aquisitivo daqueles setores que foram aquinhoados com o processo inflacionário, que na forma anterior levava, paradoxalmente, embora com o aumento nominal ou numérico do salário, levava a uma perda gradativa de seu poder aquisitivo sendo que a política atual dificulta o acréscimo positivo nominal do salário mas, em contrapartida, propicia a sua valorização em dólar reposicionando e trazendo ganhos enormes a todos estes setores criando afetações na ÁREA PÚBLICA E NA ÁREA PRIVADA. Prevendo estas afetações na ÁREA PÚBLICA em razão do possível estrangulamento do Estado Nacional Brasileiro com uma dívida orçada atualmente em mais de 3 trilhões de reais mas que, paulatinamente, com a melhora da economia através dos parâmetros aplicados por Meirelles levarão a uma apreciação em dólar da dívida na proporção este incremento da valorização endógena do dólar. Da mesma forma os salários dos trabalhadores da área pública sofrerão, com a valorização do real, um incremento no seu valor aquisitivo fazendo com que a conjugação de ambos os fatores, aumento da dívida e aumento de salários, não nominal mas aquisitivo, produzam mais e mais um definhamento e um esgarçamento do Estado Nacional que já tem seu pacto federativo estraçalhado pela pressão da dívida dos estados da federação e municípios que não possuem a capacidade de emissão monetária e cujos impostos, no bolo federativo, são menores em razão dos impostos federais. Assim é que a PEC 241 vem na esteira da previsão futura desta revalorização do real em dólar e seus efeitos sobre a massa salarial dos funcionários ativos, aposentados e pensões da máquina pública federal, estadual, municipal e distrital que, somando-se a dívida e seus juros escorchantes, pressionarão, pelo efeito de valorização do real, o orçamento público. Assim, o porquê do congelamento alvitrado pela PEC 241 que tem por fim criar uma passagem para o resgate do modelo constitucional de 1988, de Social Democracia, onde educação, saúde e segurança são custeados na fatia maior pelo Estado Nacional, sob pena de ocasionar no futuro o desabamento das possibilidades deste custeio e da inevitabilidade de adoção de um regime de liberalismo puro, modelo americano, em que o Estado abandonaria o custeio de investimentos em infraestrutura, educação e saúde, reduzindo-se unicamente às suas funções originais que seriam a prestação Jurisdicional, a Segurança interna, polícias e externa, forças armadas, emissão monetária, medidas e estatísticas reduzindo-se a um Estado Gendarme com a morte do Welfare State criado em 1930, por Getúlio Vargas e que atravessou indene pelas constituições de 1934, 1937, 1946, 1967,1969 e 1988 constituição que é a cúspide do aperfeiçoamento constitucional do verdadeiro Bloco Constitucional Democrata Social Brasileiro. Estas medidas de congelamento do gasto público alvitradas pelo governo Temer através de Meirelles, juntamente com as providências que terão de ser tomadas no plano da previdência, reformulação trabalhista e racionalização dos impostos federais, estaduais e municipais, poderão, com grande dificuldade, salvar o regime social democrata de sua rota de implosão e destruição. É este movimento de desvio de rota do modelo anterior dilmista retirando-o da beira do precipício e levando-o a um retorno de investimentos através do saneamento das contas públicas e do meio monetário que regula a economia retomando o conceito de DIREITO Á MOEDA seja, um valor em dólar que, embora congelando ou mantendo o valor nominal da moeda real, possibilita, no entanto a sua revalorização em termos de poder aquisitivo em dólar. Se sobre a área pública os efeitos mais evidentes sejam estes, de forma simplificada, na área privada os efeitos são mais complexos pois temos uma massa salarial que foi alinhada ao processo inflacionário, através de Decreto (só Getúlio Vargas conseguiu esta façanha sob a ditadura de 37), todo o começo de ano. Ora, é exatamente este processo que incrementa através do aumento do salário estimulado pela queda de juros, baixo custo do crédito, e meio circulante inundado pelo processo de emissão, o processo de alimentação da inflação que sob nominalmente o valor do salário sendo que no entanto o mesmo já não adquiria as mesmas mercadorias perdendo assim seu poder aquisitivo paradoxalmente ou em contradição com seu aumento ou valorização numérica. Quando do início do processo inflacionário eu adverti desta política com respeito aos seus efeitos sobre a área do PIB brasileiro, seja o Agronegócio. O efeito inflacionário de desvalorização do real por Dilma e Mantega levava à uma apreciação em dólar dos insumos importados em grande maioria para o funcionamento da agricultura de exportação. Adubos, maquinários, sementes, pesticidas, produtos veterinários, etc, aumentando os custos internos de produção que já tinham o acréscimo do aumento de salário indexado somando-se ainda, em razão da queda do real, a queda da mesma forma nos preços das commodities no exterior em seu preço obtido em dólar levando a confluência de todas estas perdas a um grande baque na produção agrícola ocasionando assim a desistência, o endividamento e seu agravamento pelo setor, através de aumento dos custos dos insumos, salários e queda do valor de venda do produto. Assim é que logo passou-se a acelerar, com mais estes efeitos, a inflação em real pelo aumento dos preços de venda das commodities tentando remunerar os prejuízos advindos das correções em epígrafe. Ora, com a política atual, lenta e gradualmente haverá, mesmo sob a pressão dos salários que apreciarão em dólar, uma queda dos preços de importação dos produtos como adubos, sementes, pesticidas e produtos veterinários, fazendo com que a taxa de retorno nos investimentos rurais aumente e assim aumente o investimento e seu retorno que se espalha da mesma forma causando um incremento do consumo dos produtos industrializados e dos serviços que paulatinamente, retroalimentados pela geração do PIB agrícola retomarão aos índices anteriores, com grande dificuldade, lenta e gradualmente. Com as feridas já causadas pelo cancro comunista e anarquista que visava à debacle econômica para assim propiciar a revolução nos termos ideológicos do Foro de São Paulo, restam no entanto, as escarificações e feridas abertas que, no entanto, já foram testadas politicamente com a derrota fragorosa da esquerda nas eleições sendo que o povo repeliu a sua corrupção sistêmica e endêmica e também os “remédios” que ministrava a economia, adulando com o crescimento nominal de salário dos trabalhadores que no entanto era vazio de poder aquisitivo pois, mais e mais , precipitava-se dificultando até mesmo a sobrevivência dos operários. Se com relação ao Agronegócio as mudanças para melhor se darão a longo prazo e lentamente, com relação ao setor industrial teremos maior dificuldade pois este setor e o de serviços emprega um número massivo de funcionários sendo que o salário é, no custo de produção, o vetor mais importante e que, em razão da inflação anterior que aumentou o valor nominal do salário mas baixava concomitantemente seu valor aquisitivo, com o incremento do real frente ao dólar, através da nova política de Meireles e Temer, estes operários e trabalhadores das cidades terão um incremento, senão nominal, pelo menos um grande incremento na proporção e medida de valorização do real frente ao dólar aumentando assim seu poder aquisitivo de muitas mercadorias. No entanto, o setor industrial, comercial e serviços, manterá em razão do patamar de inflação nominal herdado anteriormente, com o incremento do seu valor em dólar, um aumento de custo ou melhor, uma verdadeira perda maior de competitividade com os produtos oriundos do estrangeiro e similares e com o encarecimento de seus custos via aquisição de commodities internas, que com a apreciação do real terão uma apreciação veraz, causando assim uma perda de competitividade interna e externa destas industrias que estão passando por um processo de desindustrialização cada vez maior ao fenômeno Guerra das Moedas que nem a França, onde estive a questão de mês, também não escapa a esta lenta substituição do setor de indústrias de menor poder agregado pelo de serviços. Assim é que sem perspectiva de uma baixa de custos que seria causada pelos salários, que em dólar já foram valorizados, pela incidência de impostos escorchantes, de uma regulação absurda que dificulta os negócios por falta de racionalização, sem uma flexibilização laboral, pelo incremento dos custos internos dos insumos nacionais em dólar e seu consequente aumento no mercado internacional e interno, o setor industrial passaria pelo seu Inferno de Dante (lasciate ogni la esperanza voi que entrate – perdei aqui todas as esperanças vós que entrais) ocasionando nos grandes setores a busca da otimização de custos através da racionalização tecnológica, informatização, pois as multinacionais ancoradas na China Comunista que pratica dumping social e dumping monetário, juntamente com vários países do leste asiático, paraíso das Transnacionais Corporations que aliaram-se aos fatores de retorno, através da segurança jurídica dos investimentos feitos, no fenômeno da GUERRA DAS MOEDAS este processo de derrocada de todos os meios regulados ou ESTADOS NACIONAIS DO DEVE SER, dejam eles ditaduras comunistas, sociais democracias, etc que em razão do alto custo de manutenção pelo Estado de SEUS DIREITOS POSITIVOS encarece sobremaneira a produção de commodities, mercadorias e produtos industrializados, para alimentar um estado paquidérmico que é agravado em seus déficits pela intermediação de PARTIDOCRACIAS CORRUPTAS no mais alto grau, como se viu e constatou aqui no BRASIL através dos vários escândalos em que dirigentes governamentais intermediavam através de polpudas e bilionárias propinas o troca troca de favores entre a área pública e privada intermediando o cartório estatal que está falindo frente a alta desregulação oriunda da mundialização e globalização. Estamos vivendo a falência do cartório estatal pois serviços como UBER dinamitam o cartório de concessões de placas aos taxis; o serviço Messenger e Whatsapp através da internet estouram os ganhos dos cartórios de concessões das antigas companhias telefônicas; as bandeiras de cartão de crédito invadem o espaço do meio circulante em moeda papel ou metal substituindo-o gradativamente pelo dinheiro eletrônico estimulado pela ganância estatal que visa, da mesma forma, eliminar a econômica informal e fiscalizar fazendo-a que pague também impostos, através do controle propiciado pela moeda dos cartões, criando outro efeito que é o esmaecimento ou a substituição do Estado Nacional que tinha como uma de suas motivações criacionais, além da segurança, prestação jurisdicional, etc, a emissão monetária em metais e depois a fiduciária em moeda papel; da mesma forma a desregulação atinge até as profissões sendo que a prostituição, mais velha das profissões do mundo, sofre a concorrência direta de produtos como o TINDER que faculta o exercício da liberdade sexual e sua prática, sem pagamento, pela simples concatenação da vontade de fazer sexo com os desejos disseminados por todos os sexos e orientações sexuais. Vivemos a época da desregulação total que atinge da mesma forma os jornais e rádios , concessionários do estado nacional, que são gradualmente substituídos pela rede social com uma veracidade de informação ainda não tão boa mas cada vez mais aguçada e que vai levando os jornais tradicionais, impressos em papel que necessita da exterminação de florestas e que causa efeito estufa, a serem paulatinamente substituídos pelos consumidores que não querem mais se intoxicarem com as emanações da tinta de impressão rica em chumbo e outros componentes danosos à saúde; da mesma forma a política que era feita através de comícios e nas velhas fórmulas tem agora, através da desregulação, a concorrência da Rede Social que mediante o uso do Facebook, twiter, linkendin, too, e outros produz um fenômeno no século XXI , do que Pierre Lévy cognominou do EU NO ENTRE SI que desbancam as velhas perspectivas causando uma revolução nos costumes que já está em plena atividade na Grécia, na Catalunha, no Egito e no Brasil dos Caras Pintadas do VEMPRÁRUAJÁ# . Assim é que a política de Meirelles e Temer, embora eivados do clientelismo das corporações enquistadas e donas do poder, que condicionam as possíveis manobras do poder em busca de um mar mais calmo para a sua sobrevivência e a do Estado Nacional Brasileiro embuído da Democracia Social aurida através de um legítimo bloco constitucional de SOCIAL DEMOCRACIA e portando , um regime altamente regulado, que não tem condições de competir na GUERRA DAS MOEDAS se não fizer as correções de rumo necessárias, como estão sendo feitas. O futuro dirá nesta saída lenta e gradual, se o povo não será enganado novamente pela esquerda populista que vende milagres econômicos no discurso e produz a ruína, como a da Venezuela e Cuba, ou se o povo ou os setores do voto responsáveis saberão escolher entre o precipício e a longa planície que se oferece num porvir de alta tecnologia num mundo e planeta em que o velho artefato político, o Estado Nacional cada vez mais esmaece suas funções originais frente a interação com o restante da comunidade das nações civilizadas. Vejo assim uma luz no fim do longo túnel que terá de ser percorrido, com grande sacrifício para o povo que deverá estar alerta para que seus representantes não traiam suas expectativas como o faziam apunhalando-os pelas costas através da destruição de seus direitos, sua moeda e sua economia, detonando com seus empregos e as oportunidades de seus filhos e da mesma forma com a pensão daqueles que deram sua contribuição à Sociedade. Esperanças….numa caminha lenta, gradual e muito difícil….com borrascas pela frente…..Um fato relevante é categórico: Para restabelecer a confiança do Povo em seus mandatários há de se reciclar completamente a área pública depurando-a dos notórios corruptos e dos adeptos da velha política de compadrio, do quem indica, do clientelismo que abastarda a produção racional e nossa redenção como nação de futuro. QUOSQUE TANDEM CATILINA ABUTERE PATIENTIA NOSTRA!