rgio Borja sentindo-se abençoado em Solar Dos Borja.
Uma pedrinha do fim do mundo
Colhida no canal de Beagle
Outra na chaminé de um velho vulcão
Ilha de Fernando de Noronha
No meio do Atlântico …
Outra pedrinha peregrina pedrinha
Apanhada no vai vém
Marulhando da Côte Dazur
A outra sua irmã
Dormitava nanando
Embalada pelos acalantos dos coqueiros
Que traziam os murmúrios dos navegadores
E crianças maias chapinhando seus risos
Entre as ondas verdes e translúcidas
Do sol do Caribe
E a prima de todas elas
Que ouvia em Belém
Na Foz do grande Amazonas
O vociferar das amantes águas do rio
Que beijam numa pororoca de cio
Dos Deuses
O embalar do tempo
Que redondo
Circula como a esfera celeste
Os astros suas rotações e translações
Repetindo com compasso
E transferidor
A geometria que comanda
O cosmos e faz a nós
Pobre humanos
Dançarmos
Numa imitação tragicomica
A rápida ciranda das nossas vidas
Que giram giram em torno de nós
Enquanto tivermos um eixo
E um eixo do eixo mais fundo do eixo
Vida!!
Que nos permita girar
E termos rostos e formas
Como estas infinitas pedras
Neste vasto oceano da humanidade
Com seus portos
Seus risos e contos
Seus risos e mortes
Suas esperanças
Que um dia um colecionador
Um Deus?!!!
As coloque com amor
Numa redoma
Festejando seu tempo feliz
Por onde ali passou
Banhando nesta magia
De elétricas águas da grande pilha do mundo
A brincadeira deseterna de procurar ser
Para Sempre eterno!