UM FOCO PARA A REVOLTA NAS RUAS!!

UM FOCO PARA A REVOLTA DAS RUAS!!!
“O Poder do Povo não tem cor, não tem bandeira, não é Tucano, Foice ou Estrela!” Do jovem Juan Savedra

REVOLTA ESTUDANTIL EM PARIS/FRANÇA 1968 – DANY LE ROUGE:   “Nós não sabemos o que queremos mas sabemos o que não queremos!!!”

CONSTITUINTE JÁ!!!

1 – CONSTITUINTE EXCLUSIVA DO POVO E SEM POLÍTICOS!!
2 – ABAIXO A CORRUPÇÃO!
3 – CADEIA PARA TODOS OS INFRATORES SEJAM ELES QUEM FOR! (MENSALEIROS, ETC…)
4 – CONTROLE DA INFLAÇÃO!!
5 – REFORMA NA SAÚDE PARA QUE O POVO SEJA ATENDIDO COM URGÊNCIA! (CONSTRUÇÃO DE HOSPITAIS)
6 – SEGURANÇA PARA A CIDADANIA E PRISÃO IMEDIATA E JUSTIÇA PARA OS INFRATORES!
7 – EDUCAÇÃO E VAGAS PARA OS ALUNOS NOS CURSOS FUNDAMENTAIS, MÉDIOS E DE TERCEIRO GRAU E SALÁRIOS PARA OS PROFESSORES;
8 – REFORMA POLÍTICA SEM REELEIÇÃO PARA O LEGISLATIVO E O EXECUTIVO RESTAURANDO O BLOCO CONSTITUCIONAL BRASILEIRO!!!
9 – QUE O POVO TRATE DE SUAS LIBERDADES SEXUAIS, DE TRABALHO, EMPRESARIAIS, MORAIS, DE INVESTIMENTOS E QUE O GOVERNO NÃO SE INTROMETA!!
10 – REDUÇÃO DE IMPOSTOS PARA OS TRABALHADORES E SUAS EMPRESAS JÁ!!!
11 – RESTAURAÇÃO DA MERITOCRACIA QUE NEM BEM COMEÇOU A SER IMPLANTADA NO BRASIL FOI EXTINTA TOTALMENTE!!!
12 – AUDITORIAS DE TODA AS DÍVIDAS PÚBLICAS FEDERAL, ESTADUAIS E MUNICIPAIS A FIM DE RESPONSABILIZAR OS CULPADOS E SABER O QUE É REALMENTE DEVIDO E DE DIREITO!!!

13 – TRANSPORTE DE QUALIDADE (ÔNIBUS, METRÔ, TRENS, AQUAVIÁRIO FLUVIAIS, LACUSTRES E MARÍTIMOS);

14 – EXTINÇÃO DO GARGALO BRASIL COM REFORMA DE INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA AÉREA, PORTUÁRIA;

15 – REFORMAS DAS ESTRADAS RODOVIÁRIAS E RESTABELECIMENTO DAS VIAS FERROVIÁRIAS ABANDONADAS DO POVO SOBERANO, PARA CARGA E TRANSPORTE DE PESSOAS;

16 – PREVIDÊNCIA SOCIAL E DE SAÚDE COM PENSÕES E ATENDIMENTO EFICIENTE COM QUOCIENTES ATUALIZADOS COM A INFLAÇÃO;

17 – COMBATE TOTAL A INFLAÇÃO E AO DESEMPREGO COM A MANUTENÇÃO DOS ATUAIS ÍNDICES DE OCUPAÇÃO;

18 – DIREITO À MOEDA PARA QUE O MEIO CIRCULANTE ASSEGURE AOS TRABALHADORES E EMPRESÁRIOS SUA ESTABILIDADE PRESERVANDO O GANHO DAS CATEGORIAS!!

19 – IMPLANTAÇÃO DE UM NOVO MODELO POLÍTICO\PARTIDÁRIO CONFOME SUGESTÕES DO PROF. SÉRGIO BORJA EM SUA CONFERÊNCIA ABAIXO, PRESERVANDO ASSIM OS PRINCÍPIOS REPUBLICANOS E DA IMPESSOALIDADE.

CONFERÊNCIA NO YOUTUBE SOBRE UMA REAL E VERDADEIRA REFORMA POLÍTICO\PARTIDÁRIA AGORA SOB O PÁLIO DO POVO SOBERANO QUE GRITA E CLAMA NAS RUAS: http://www.youtube.com/watch?v=dqXg2lZVVOQ   (É SO CLIKAR NO LINK AZUL COM O MOUSE)

A REVOLTA DAS RUAS E MEUS ARTIGOS MALDITOS E IMPUBLICÁVEIS!!

CAUSAS DA REVOLTA OU MEUS ARTIGOS MALDITOS QUE REMETIDOS PARA PUBLICAÇÃO A IMPRENSA ENGAVETOU!!!! (Este represamento de minha produção de 2011, pela não publicação, é que me fez desdenhar de publicações em jornais e optar por ter um blog na Internet)

O SALÁRIO MÍNIMO E AS REVOLUÇÕES ÁRABES
Na semana que se decide sobre o valor do novo salário mínimo, para vigência no ano de 2011, há de se fazer reflexões sobre a função e existência do mesmo. Recentemente constatamos no cenário do oriente médio um verdadeiro efeito dominó que varreu e ainda varre as antigas ditaduras do norte de África e emigra, gradativamente, para a Ásia, contaminando inclusive o Irã. O que subjaz por trás deste fenômeno? Quais as verdadeiras causas deste processo de mutação política e social? Este processo está circunscrito unicamente a esta região ou pode se ampliar de forma globalizada e disseminada? São perguntas que não calam e exigem respostas. Entre as primeiras justificativas que encontramos é aquela da luta em prol da liberdade de comunicação e dos direitos humanos. Inclusive, nestes países, sob forte explosão demográfica, a juventude, usuária da Internet, através das redes sociais eletrônicas, como facebook, twitter, etc, teria, através destes mecanismos interativos de convivência social, organizado a reação popular que inundou as praças públicas. Concomitante ao processo revolucionário do oriente, a China, embora alçada a segunda potência econômica mundial, protestou e advertiu sobre os perigos da Internet com relação à instabilidade social e política, determinando, nesta ordem, limites ao exercício da liberdade no seu cyber-espaço. No entanto, mais do que este fator, é de constatar o fenômeno cognominado de Guerra das Moedas atuando como causa primeira da instabilidade destas sociedades tradicionalmente reguladas. O estabelecimento de um currency board ou regime de dolarização, em baixa, leva o planeta, gradativamente a um regime total de mercado livre. Este vai impactar, na sua necessária mobilidade, com sociedades e estados altamente regulados e que não permitem sua dinâmica total de mercado. O preço das commodities, em razão da forte pressão de demanda causada pela acumulação de dólares nos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China), e pela apreciação de suas moedas nacionais, vai sofrer grandes alterações. O Oriente Médio, onde as populações vivem sob territórios desérticos, onde os alimentos são em grande parte importados, foram os que sentiram mais o impacto sobre seu povo que já não podia adquirir o mesmo suprimento com os mesmos salários. O Brasil, por ser uma verdadeira autarquia alimentar, onde uma grande diversidade de alimentos é produzida com baixos custos, estaria abrigado deste fenômeno?! Não porque a demanda externa e os preços compensatórios da exportação aumentam a demanda, tornando estes produtos mais raros no mercado interno e, na razão direta, aumentando seus preços. Assim é que o Brasil, embora se diga que é uma democracia, no entanto, do ponto de vista econômico, ainda é um estado altamente regulado, com índices estatais, que são resquícios das antigas ditaduras nacionais e que não se coadunam com a ampla mutabilidade dos mercados atuais que aspiram cada vez mais uma ampla liberdade. O salário mínimo que é pouco para quem ganha e muito para quem paga é limitado em razão do alto custo social cobrado pelo Estado Dívida e Estado Fisco. Pois este último é consequência direta e proporcional do primeiro encarecendo o custo da produção através dos tributos e do alto custo social cobrado sobre o trabalho redundando num acréscimo ao preço final das mercadorias. Desta forma temos um alto índice de informalidade econômica. A contradição maior é como o partido que governa e traz no seu nome o enfeite “dos Trabalhadores”, luta por um salário mais baixo para os trabalhadores. Estes são os paradoxos, entre Estado e Sociedade, que restringem a ampliação da liberdade no sentido de que ela se cumpra na sua vocação rumo a uma verdadeira liberdade, seja a de consumir com plenitude em razão da concreção da liberdade de ter cidadania econômica, propiciada pelo pleno emprego e pela possibilidade de qualificação e livre formação dando mais salários aos trabalhadores e menos tributos ao estado. Assim é que o estado brasileiro, pelo seu custo, é uma verdadeira camisa de força estabelecida sobre a Sociedade Civil. O processo de inflação, já iniciado é um fenômeno de incremento de demanda, tanto interna como externa, que levará a maiores paradoxos desafiando a capacidade criativa do governo e da própria sociedade civil para vencerem esta nova etapa da chamada Guerra das Moedas, conceito que criei em 1998, no auge da derrocada do Plano Real I de FHC. PROFESSOR SÉRGIO BORJA – DAS FACULDADES DE DIREITO DA PUCRS E UFRGS – 16.02.2011

AMPLIAÇÃO DO INDIVIDAMENTO AMPLIA A INVIABILIDADE DO FUTURO
Um dos fatos políticos que jamais esquecerei foi à luta do Senador Paulo Brossard de Souza Pinto contra o endividamento do Rio Grande do Sul. Minha memória conserva indelével sua luta histórica e a incompreensão gerada com sua atitude. Ele era acusado, na época, de paradoxalmente, ser senador pelo Rio Grande e atuar na contramão dos interesses do seu estado. O tempo dá seu testemunho profícuo para a posteridade de que se a representação gaúcha daquela época tivesse escutado as advertências do senador, certamente, hoje, o Rio Grande não estaria tão endividado como está. Em 1997 o Rio Grande tinha uma dívida de sete (7) bilhões que foi federalizada. Hoje a dívida já anda ao redor de quarenta (40) bilhões. Apesar do pagamento dos juros o principal continua a crescer e tragar toda a capacidade de investimento público. A União segue o mesmo exemplo. Os governos militares legaram à Democracia uma dívida de sessenta bilhões. Fernando Henrique Cardoso, com seu plano Real, ao deixar o poder legou a Lula a quantia astronômica de 750 bilhões. Lula, por sua vez, legou à Dilma a quantia de um trilhão e seiscentos bilhões (1,6). Só no governo Dilma, de janeiro até outubro a dívida cresceu duzentos bilhões que equivale a mais ou menos 11% do PIB do Brasil ou ainda equivalente a todo o PIB do Rio Grande do Sul. As somas são astronômicas!! As pessoas se admiram com a dívida da Itália orçada em um trilhão de euros. Pois no Brasil a dívida interna, ao câmbio do dia, já orça mais de um trilhão de dólares e segue crescendo desesperadamente. Baseado nestes dados, como cidadão, considero a ampliação do limite de endividamento do Estado do Rio Grande do Sul e dos demais estados, um fato apto a qualificar a responsabilidade dos gestores públicos. Eles estão destruindo o futuro do estado e da nação. Estas pessoas, todas na faixa sexagenária, quando a bolha pública estourar já estarão transformadas nuns maracujás de gaveta ou mortos. Serão praticamente, por suas condições de senilidade ou morte, inimputáveis como o são os militares a quem querem hoje imputar crimes de tortura e assimilados. A estrada que liga Mariana Pimentel à federal é um dos exemplos do desperdício irresponsável de verbas públicas. Quando veio o Participativo de Olívio encetaram a ligação e com a perda eleitoral as obras foram abandonadas ao tempo. Este sorveu milhões das verbas desperdiçadas. Da mesma sorte, agora no governo Ieda, no Duplica, novamente com a perda eleitoral, as obras estão novamente abandonadas ao léu e a destruição do tempo. Não há continuidade entre os governos. Vivemos uma psicose-maníaca depressiva ou bipolaridade política entre os extremos PT e PSDB, que além de causarem a ruína do estado e suas verbas levam a uma descontinuidade de vetores administrativos e ao desperdício. No futuro, quando a conta chegar e os responsáveis não estiveram mais aqui, serão os trabalhadores privados e públicos, que pagarão a conta com a perda de seus direitos trabalhistas e previdenciários e o achatamento de seus salários. Depois da Copa e das Olimpíadas certamente a Grécia será aqui!!!!! SÉRGIO BORJA – PROFESSOR DE DIREITO CONSTITUCIONAL E RELAÇÕES INTERNACIONAIS NA PUCRS. 11.11.2011

HOSNI MUBARAK E O SALÁRIO MÍNIMO
Qual a relação de razão entre o ditador deposto no Egito com o salário mínimo? Quem já leu a obra de Karl Popper, “A Sociedade Aberta e Seus Inimigos”, sabe. A resposta é curta e grossa: regulamentação. Se esta for total, então teremos as ditaduras totalitaristas. Se esta for parcial, ainda assim teremos ditaduras e regimes discricionários como o de Hugo Chávez. Se estas forem paliativas teremos a forma mais esmaecida chamada social democracia. Nas ditaduras a regulamentação é total, pois começa nos direitos humanos e individuais e se expande para regular os mais comezinhos direitos econômicos e sociais. Os sistemas sociais democráticos purgando seu contágio avoengo pelo nacional socialismo, seja o nazismo ou facismo, liberaram a Sociedade Civil, criando uma zona de exclusão e franquias, através da parte dogmática instituída nas constituições ocidentais, mas, no entanto, continuaram a regulamentar, de forma esmaecida, as relações sociais individuais e coletivas dentro desta sociedade civil. Aqui no Brasil, através do tenentismo do cedo, o chamado varguismo, com a revolução de 1930 edificou o sistema da social democracia. Temos um bloco de constitucionalismo social que passa entre sístoles e diástoles (fechamentos e aberturas) por este processo de oscilação entre ditaduras e democracias. No entanto, todo o bloco constitucional social, desde 1930, as constituições de 34, 37, 46, 67, 69 e mesmo a constituição de 1988, não deixam de serem, todas elas, democratas-sociais e por isto mesmo regimes de regulamentação. O que está acontecendo no mundo através da globalização é uma onda de desregulamentação em razão da expansão do regime liberal, chamado capitalismo. A “dead line” dos sistemas comunistas foi emblematicamente à chamada “queda do muro de Berlim” sintoma final do fracasso da glasnost e da perestroika de Gorbachev. Foram derrotados os sistemas de regulação totalitária, como a URSS e a China. Hoje esta é a usina propulsora, sendo a segunda economia mundial, do capitalismo. A Rússia é um dos BRICs e membro honorário do clube do dólar, pois detém mais de 500 bilhões de divisas em dólares, como a China que detém a soma astronômica de 3 trilhões. Assim é que o sistema liberal da desregulamentação total padrão Hong Kong, vem se expandindo e comendo pela beira os últimos sistemas reguladores. Ele faz esta manobra através do mergulho, verdadeiro looping do dólar, que não para de cair e faz com que “a fraqueza do dólar seja sua força” (Dólar: O Portal para o Mercado – Google). Desta maneira o salário mínimo, resquício regulatório do tenentismo do cedo, Vargas e do tenentismo do tarde, ditaduras militares, faz com que o Partido dos Trabalhadores, cujo epíteto qualificativo passa a ser um mero enfeite, lute paradoxalmente para que o salário seja o que foi aprovado a fim de que atenda, ironicamente, todas as necessidades do trabalhador e sua família conforme disposto no inciso IV do art.7º da Constituição. Ora, o salário mínimo aprovado, não atende estas necessidades como também os regimes ditatoriais árabes, que estão sendo varridos pelo efeito dominó, também não atenderam as expectativas de alimentação, emprego e salários das populações em revolta. O aumento do preço das commodities, relatado pela FAO, fruto secundário do fenômeno guerra das moedas de nossa autoria, reflete-se assim na crise dos PIGS europeus, ricocheteia na África, ameaça a Ásia, inclusive Irã, e já aporta no Brasil com a inflação que começa a comer um salário mínimo que já nasce natimorto pela perda de seu poder aquisitivo.
SÉRGIO BORJA – PROFESSOR DE DIREITO DA UFRGS E PUCRS – 18.02.2011

O EFEITO SPAGUETTI SOBRE O REAL
O conceito “Guerra das Moedas”, criado por mim e tornado público nesta coluna do Jornal do Comércio em 15.07.1998, não visualizava unicamente o dólar como centro do problema cambial brasileiro. Ele fazia referências também às demais “placas tectônicas monetárias” (zonas) e suas várias interações com este sistema altamente dinâmico. Assim é justificável o esforço governamental em colocar a atenção na desvalorização constante do dólar e consequente apreciação do real em relação àquele. No entanto, raciocinando-se de forma segmentada, deixa-se de apreciar a influência das demais moedas com relação ao real. Referente à Europa, e previ isto em 2007, no artigo intitulado, “Dólar: O Portal para o Mercado.” (consultar Google), que a maxi-desvalorização do dólar levaria a crise na Europa como é hoje chamado o problema dos PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha). Ora, é implícito no conceito e nos artigos referidos, que para a Europa resistir à queda do dólar teria, ela mesma, de proceder à gradativa desvalorização do euro sob pena de estraçalhar sua unidade. Assim, que não só o dólar, mas também o euro, gradativamente vai se desvalorizando para que os PIGs consigam respirar. Estes estados meridionais estavam até agora como o Brasil de FHC, no Real I, com o câmbio apreciado, sendo que suas mercadorias com perfil baixo de agregação perdiam competitividade com as similares estrangeiras. O Brasil de FHC foi inundado de perfumes franceses, champanhes, spaghetti italiano, pêssego grego, vinhos e azeites italianos, portugueses, espanhóis, gregos e franceses, scotch wiskey, etc…Alguns destes produtos, apesar de seu encarecimento, mantiveram-se e passaram a ser objetos de consumo independentemente de seu preço final em vista de suas qualidades. Exemplo disto, as massas italianas, que mesmo com peso astronômico algumas, indo de 4 reais a até 16 reais 500g, mesmo assim, mantiveram seu consumo como iguarias por determinadas classes mas aquinhoadas. No entanto o certo é que estes produtos, oriundos dos PIGs, com a apreciação do Real, que não se faz só ante o dólar, mesmo que os negócios internacionais sejam feitos naquela unidade de valor, passarão, gradativamente a voltar a ocupar nossas prateleiras de mercados e a fazer concorrência aos produtos similares produzidos aqui. O processo agrava-se por conta também da depreciação do Yuan chinês que faz com que a China possua cada vez mais dólares que compram commodities pelo mundo todo, inclusive no Brasil, passando a gerar um processo de encarecimento destas commodities dentro de nosso país e no mundo. Assim é que o spaghetti produzido aqui, por conta do encarecimento do trigo produzido aqui e importado, passará a ter um custo maior e terá dificuldade em concorrer com as grifes das marcas italianas importadas. Este “efeito spaghetti” se reproduz de forma infinita pela variabilidade infinda de produtos que são afetados por este processo espoliativo do chamado efeito “guerra das moedas”. SÉRGIO BORJA – PROFESSOR DE DIREITO DAS FACULDADES DA UFRGS E PUCRS.21.01.2011

O ESTÁGIO AUTOFÁGICO DO BRASIL
O situacionismo de plantão alardeia aos quatro ventos que “nunca- jamais nenhum” governo possibilitou um aumento real do salário mínimo e que a dívida interna desceu cotejada com o PIB. O governo do PT, nestes 8 anos e 1/2 de Lula\Dilma se vangloria. Indexa o aumento do salário ao antigo prestígio do dólar “esquecendo-se” de dizer, que nos últimos 13 anos, é esta entre as moedas de prestígio internacional, a que mais cai e continuará caindo. “Esquece” de relatar, da mesma forma, com relação a diminuição da relação da dívida em relação ao PIB, que este é um fenômeno advindo, não da quitação da mesma, que segue “crescendo como cola de cavalo”, mas também um efeito da desvalorização do dólar e consequente apreciação do real em contraste com aquele que “estufa” artificialmente o PIB. O Banco Central ao executar a política de monitoramento da sintonia fina do câmbio, na relação dólar\real, numa equivalência respectiva de 4\4 para 3\4, fração acima, utiliza-se da política do aumento do juro taxa Selic e da expansão gradativa da base monetária. Com a expansão da primeira – amento da Selic – rouba da Bolsa de Valores ou Sociedade Civil os investimentos para financiar, através de Títulos Públicos, a canibalização futura do Estado Nacional, através do incremento da dívida ao mesmo tempo em que freia consumo e encarece a produção levando a recessão. Com a expansão da base monetária, que tenta acompanhar a queda do dólar e mermar a apreciação do real, tropica e exagera pois ao mesmo tempo que o faz, acelera demais aproveitando a “ocasião” para “pungar” a bolsa do cidadão através da volta do imposto indireto chamado inflação financiando seus déficits e sua “contenção mentirosa” de 50 bi (pseudo-corte orçamentário pois “formal”). Em 01.01.2003 a base monetária restrita estava em 49,9 bilhões, com o “cavalo de pau” dado na época, em 23.05.2003, passou para o patamar de 38,5 bilhões através de um enxugamento. No entanto, de lá para cá, vem expandindo-se, numa velocidade não igual e proporcional a queda do dólar mas que ultrapassa a mesma. Se não vejamos: Em 14.11.2010 estava em 134,9 bilhões e prevista para 139,9 bilhões, sendo que, no entanto, atingiu 173,0 bilhões tendo uma expansão de 19,2%. No primeiro trimestre deste ano, conforme informe do Banco Central–Depec 2011 Relatório BC – a base restrita evoluiu do previsto de 156 bi para 183 bi, sofrendo uma variação no período de 9,2%. Ora, todo o valor percentual de emissão que ultrapassa a variação do dólar a menos, a fim de equiparação das moedas dólar e real numa proporção mais ou menos de 4/4 para 3/4, respectivamente, causa um processo de inflação interno que vai se aliar a inflação de demanda causada pelo aumento das commodities. É este o processo autofágico em que vemos o Estado Nacional comer na própria carne endividando-se para futuro e canibalizando a própria Sociedade Civil, onde finca seus caninos sedentos vampirizando-a. Eis o diagnóstico da atual situação que vivemos. SÉRGIO BORJA – PROFESSOR DE CIÊNCIA POLÍTICA NA PUCRS.23.06.2011

O MINISTÉRIO DAS MICRO-EMPRESAS
Alguns diriam, “antes tarde, do que nunca…” Eu digo se for implantado, definitivamente é uma marca de governo. O Brasil, em toda a sua história republicana e política, nunca teve, por parte de seus governos, uma visão como esta que se manifesta agora em busca de concreção. Em novembro de 1998, numa parceria com o professor Flávio Benevett Fligenspan, da Faculdade de Ciências Econômicas da Ufrgs, do Departamento Núcleo de Estudos, de Tecnologia, Indústria e Trabalho, NETIT, escrevi e coordenei o capítulo III, de um trabalho sobre as Micro-Empresas intitulado “Análise comparada das legislações do Brasil, Argentina, Itália e Estados Unidos da América quanto ao tratamento diferenciado às Micro e Pequenas Empresas.” Aproveitei minha estadia em Hartford, Connecticut, onde fui fazer uma conferência sobre Treaty Make-Power ou Internalização de Tratados no Sistema Constitucional Brasileiro e Mercosulhenho, para fazer uma pesquisa local sobre as Micro Empresas ou chamadas Small Business. Nas conclusões do trabalho advoguei expressamente a criação de um Ministério das Micro , Médias e Pequenas Empresas, como pode se comprovar da publicação constante na Internet no endereço: http://www6.ufrgs.br/direito/pessoais/sergioborja/PESQUISAS/MICRO,%20PEQUENAS%20E%20MEDIAS%20EMPRESAS%20-%20NO%20BRASIL,%20ARGENTINA,%20ITALIA%20E%20EUA%20-%20Pesquisa%20para%20o%20SEBRAE.htm  Ali, naquele trabalho, no item 6, do capítulo referente às conclusões estão estampadas as seguintes constatações: a) Que o Japão criou, em 1950 sendo que o EUA criou a Small Business Administration, que é uma Agência americana, a partir de 1953; b) que a legislação brasileira confundia, na época, os empresários pois havia muita sobreposição legislativa necessitando de interpretações que às vezes não eram recepcionadas pelos tribunais; c) que havia uma anemia de linhas creditícias para serem dirigidas especificamente a este setor vital da economia nacional; d) que deveriam se criar neste diapasão fundos à semelhança dos europeus, japoneses e americanos para estímulo destes negócios; e) o desenvolvimento de uma cultura tecnológica que repasse da Universidade e sua pesquisa, para a Sociedade Civil e os pequenos negócios os seus aportes de pesquisa e racionalização; f) o desenvolvimento do associativismo entre as próprias micro-empresas, para de forma agregada, como as italianas, possam, através de verdadeiros condomínios, atingir uma economia de escala e sinergia de custos, para melhor enfrentar a competitividade, na compra e na venda de insumos e produtos finais. Enfim, neste trabalho, sugerimos, uma série de providências, uma delas, a criação do Ministério, que é imprescindível pois as Micro e Pequenas Empresas empregam a maior fatia do universo de trabalhadores, sendo necessário, inclusive, um estatuto trabalhista e salarial mais flexível e adaptado a sua realidade “nano” do que a velha Consolidação das Leis do Trabalho que é pesada inclusive para os grandes conglomerados. PROFESSOR SÉRGIO BORJA – Das Faculdades de Direito da UFRGS e PUCRS –
Em 22.02.2011 para o Jornal do Comércio coluna de Opinião

O VIÉS POLÍTICO NO BANCO CENTRAL
Quando iniciei a trabalhar, 43 anos atrás, meu primeiro emprego foi de auxiliar de cobrança. Gradativamente fui ascendendo dentro da especialidade chegando a Encarregado de Cobrança e posteriormente Chefe de Cobrança. No Departamento de Cobrança vão parar todos os créditos mal concedidos em razão da inadimplência dos consumidores. A época que iniciei no setor foi à época áurea do inicio da concessão e abertura de crédito para as classes menos favorecidas. Financeiras estabeleciam contratos com empresas e lojistas para assumir sua carteira de crédito. Havia alguns empresários que se o risco ultrapassasse a margem da financeira a própria empresa assumia a concessão de crédito. O levantamento cadastral na proposta de crédito era a peça básica para identificar os fatores de risco. Mecanismos como o Serviço de Proteção ao Crédito, protesto de títulos, cobrança bancária, cobradores, ações executivas, etc…eram o arsenal utilizado para a recuperação de créditos, alguns lançados como créditos podres na rubrica de perdas e lucros. A mobilidade populacional residencial e com relação ao emprego, a deficiência dos mecanismos de recuperação e de prevenção, a falta de cultura inerente ao conceito de “bônus pater familiae” – o bom pai de família – que inclui a seriedade no trato de suas contas ou aquela que se traduz no velho provérbio brandido sempre por meu velho avô: “Conta certa conserva o amigo.” Os abusos de parte a parte, seja dos que concedem o crédito, cobrando juros e correção escorchantes, próprias da usura e a falta de tino e cultura no trato da satisfação do crédito, levaram, na época à falência de muitos empreendimentos e a dispersão de muitos capitais totalmente pulverizados no afã de popularizar o crédito e sua concessão. De lá para cá, os avanços foram enormes. O que é desconhecido, ou melhor, não utilizado normalmente na Europa e EUA é utilizado aqui através do pagamento através de carnês, docs, emissão de cheques pré-datados, cartão de crédito, etc… Realmente cabe ao Banco Central uniformizar com relação à organização de métodos e a padronização e racionalização de procedimentos bancários com relação à concessão de crédito visando, em última análise, a maior inclusão da cidadania. No entanto exceder ou adentrar os limites de orientação, quanto à concessão de crédito ou não, ou levar o sistema creditício, por viés político, a aumentar o risco de exposição, por ideologia, decididamente isto não é desiderato legal do Banco Central além de causar para futuro uma bolha. O Banco Central atual deveria é começar a baixar a taxa selic pois ela é que além de transformar o país num paraíso creditício, com juros embutidos nas mercadorias vendidas a long play, atrai dólares e capital externo para angariar lucros exorbitantes frente ao nível de rentabilidade dos investimentos. Ela é um fator determinante de apreciação do dólar. O Brasil não é um paraíso fiscal, mas é um paraíso creditício e dos lucros advindos do mesmo. Este capital rentista e usurário, além de esfolar o povo onera sobremaneira a dívida pública. Hoje estamos com mais de 1,6 trilhões de dívida interna, crescendo a razão de 5,80% ao mês, seja 69% ao ano, inviabilizando assim, para futuro, o governo da União, Estados e Municípios. Diminuir a base monetária circulante, expandida em mais de 150%, também é uma das medidas salutares. Eis aí mecanismos idôneos, plenos de isenção ideológica que devem nortear um Banco Central para que trabalhe verdadeiramente a serviço da pátria e não da usura internacional. 09.01.2011

O VOTO EM LISTA FECHADA
A pretensa Reforma Política não é senão a consolidação da partidocracia vigente. Através de um marketing massivo e por um passe de prestidigitação pretende-se iludir o eleitor fonte do Poder Soberano. Mudar do regime do achaque privado que privilegia o poder econômico em substituição a vontade popular para um regime que não devolve o poder ao seu titular, mas visa a eternização do depositário no poder. A pretensão, além de ser anti-republicana é a instauração de um sistema hediondo e prática de verdadeira ditadura civil. O sistema de representação política consolidou-se no século dezenove, como é descrito por John Stuart Mill, substituindo os clãs, e os sistemas meramente de interesses pelas agremiações que visavam um programa ou um ideário. No Brasil, o sistema de duplo turno francês ou de ballottage, que veio para o bem foi introduzido na constituição de 1988 para dar maior consenso e base aos executivos. No entanto, este sistema, se por um lado reforçou o governo da maioria congressual por outro lado facultou a ocorrência da morte da ideologia. Assim é que pelo sistema de coligações os partidos utilizam-se de seu programa meramente como discurso de proselitismo para a conquista do eleitorado e do voto. Depois a luta é meramente fisiológica, para ocupação do poder através das coligações, da troca de apoiamentos, na constituição de ministérios e secretarias, e dos mensalões para assegurar e eternizar a governabilidade. A ocupação pelo poder político não vê limites para tal. Aparelha sindicatos, aparelha diretórios de estudantes com cabos eleitorais, aparelha conselhos profissionais, aparelha ONGS, aparelha os chamados “movimentos sociais”, aparelha tudo o que respira dentro da Sociedade Civil e agora, conforme a ministra Eliana Calmon, Corregedora do CNJ, em entrevista à revista Veja e a grande imprensa, aparelha da mesma forma o Poder Judiciário. Foi esta mesma partidocracia que foi dissolvendo a Constituição de 1988, transformando-se, de Poder Constituído, que deve ser limitado, em Poder Constituinte Originário, que é inicial, autônomo e incondicionado porque ilimitado. Assim é que fez e continua a fazer reformas constitucionais condenadas por toda a doutrina clássica. A confissão do atentado esta documentada no artigo intitulado “Revisão Constitucional? Constituinte?”, de lavra do na ocasião, Presidente da Câmara e Líder da Maioria, hoje, Vice-Presidente, Michel Temer, publicado em 02.11.1997 na Folha de São Paulo. Do ponto de vista ético-moral a representação política não deveria ser uma profissão, mas hoje, tornou-se um dos ofícios mais rendosos onde verdadeiros nababos enriquecem aos olhos de um povo completamente impotente para retomar seu poder originário de direito. Necessitamos sim de uma Constituinte exclusiva, sem políticos. Precisamos restaurar, tanto o sistema partidário como o democrático, em consonância com os fins para com que foram instituídos originalmente e não para o que hoje se constata seja, a sua perversão hedionda, pois que servem uma verdadeira oligarquia que enriquece a sombra do poder. Os americanos elegem seus deputados para um mandato de 2 anos e os senadores para um mandato de 4 anos. A república é o sistema de limpa-bancos. As pedras devem rolar para não criar limo. Aqui no Brasil tem deputado e senador com mandato que já atinge dezenas de anos. São verdadeiros oráculos vivos. Aí é que a república, que deveria ser impessoal, apunhalada, começa a ser a anti-república do compadrismo e do “quem indica” própria do “tráfico de influências”. Reforma eleitoral sim. Mas para salvar e consolidar a República. Não para extingui-la consolidando, através do voto em lista fechada, uma verdadeira Ditadura Civil em nome de uma Oligarquia que o povo já anda a chamar de Cleptocracia!!! “Quosque tanden Catilina, abutere patenteia nostra!!” SÉRGIO BORJA – PROFESSOR DE DIREITO CONSTITUCIONAL E RELAÇÕES INTERNACIONAIS NA PUCRS. 30.09.2011

POR QUE O DÓLAR CONTINUARÁ A CAIR!?
A esquerda empedernida quando teve ciência do impasse político recente entre as maiorias republicanas, instaladas no Congresso Americano, e o Presidente Barak Obama, democrata, sobre a autorização ou não para o aumento dos níveis da dívida pública americana, ficou contente. Para ela, numa visão simplista, este era o sinal que deflagraria o princípio da queda do “Império do Mal”. A autorização dada bem dizer, nos últimos segundos, autorizando o aumento da dívida e evitando, pelo menos no momento, o default público americano e o start da crise mundial, não abalou a convicção daqueles que creem que a nação americana iniciou seu processo de declínio. Ora, os xenófobos antiamericanos estão totalmente equivocados. Para contestá-los ou retirá-los de seu sonho lembro a frase com que iniciei o artigo escrito em 2007 intitulado “Dólar: O Portal para o Mercado.”(http://www6.ufrgs.br/direito/pessoais/sergioborja/2007/dolar.htm) que dizia textualmente: “A aparente fraqueza do dólar é a sua real força.” Neste artigo, que é uma sequência e um aprofundamento do mesmo assunto abordado naquele que de forma originária e inédita tratei nesta mesma coluna sob o título de Guerra das Moedas. Ali eu vaticinei o aprofundamento desta pugna e seus efeitos, entre os quais o que intitulei “parking” das divisas americanas nos estados “reféns”. Entre estes estão aqueles que participam do BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e União Sul Africana). Naquele artigo emblemático foi tratada inclusive a crise que hoje campeia solta na Europa, abalando o euro e os PIIGs. Assim é que o efeito “parking” na realidade como estava sendo feito, antes da crise do Congresso Americano recente, tinha um efeito “bumerang” sobre a dívida americana pois as divisas auferidas pelos países superavitários era reinvestida contabilmente em Títulos da Dívida Americana, o que agravava ainda mais a dívida pela revalorização do dólar causada por este efeito. Assim não aproveita, aos EUA, emitirem ou alastrarem seu meu circulante, como o fizeram desde a década de 60, fenômeno já abordado pelo economista belga Triffin, se a própria dívida voltasse para o seu centro, aumentando para futuro o black holle do déficit americano pelo efeito do enxugamento do ambiente externo. Assim é que a empedernida defesa de campo republicana urdiu a ameaça, como boa jogadora de pocker, um legítimo blefe ou golpe de mestre, que ameaçando com um default estes investimentos em papéis públicos americanos faz com que o dólar retraia-se e volte para o sistema externo, voltando a circular livremente buscando segurança nos países periféricos que ostentam algum nível de segurança desvalorizando-se e diluindo assim verdadeiramente suas dívidas originárias. Assim, desvalorizando-se o dólar ele pode (tentar) alcançar o yen e o yan (chinês\japonês) que sempre em baixa lhe agravam o balanço de pagamentos, fazendo com que a queda real do dólar, já iniciada nos idos de 1998, quando vaticinei esta possibilidade naquele artigo, continue diluindo sua dívida, como previsto pelo clássico Sir Maynard Keynes e, através de sua desvalorização, melhore seu balanço de pagamentos eliminando assim gradativamente os seus déficits ao mesmo tempo que permita o financiamento de sua atividade global de manutenção de seus interesses estratégicos como consequência do abastecimento de suas forças militares. Isto é dizer, para desilusão total da esquerda, que na realidade, quanto mais fraco o dólar, mais forte será o poder americano pois atingirá a situação de simetria monetária induzindo um currency board em baixa, o mercado total e a desregulação, como pretende. O controle endógeno que faz o Banco Central é um esforço interno de controle da inflação interna, que preserva o capital político da esquerda no poder e como forma de mantê-lo porque preserva a capacidade de compra das classes menos favorecidas que lhe são cativas através dos programas sociais bolsa isto bolsa aquilo. É uma questão de sobrevivência política para a esquerda. Mas, o dólar, apesar de tudo, continuará caindo como previ inicialmente. A União Europeia, para não se dilacerar, terá que continuar a baixar o euro e o Brasil e outros países continuarão a ser afetados pela sobrevalorização de suas moedas em relação à queda destas moedas fortes. Esta é a anatomia do real furo da bala. SÉRGIO BORJA – PROFESSOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS E DE DIREITO CONSTITUCIONAL NA PUCRS 06.08.2011 (ESTÁ SUBINDO AGORA PORQUE A MOEDA REAL FOI DESVALORIZADA PELO BANCO CENTRAL)

REFORMA PARA ENFRAQUECER MAIS A DEMOCRACIA
O título em epígrafe é uma verdadeira paródia invertida do mesmo tema lançado pelo Deputado Henrique Fontana. Ele é notoriamente conhecido como médico, além de deputado federal. Através deste artigo, tema para debate em ZH, é que, lendo a autenticação, tive ciência de que o mesmo é o Relator da Comissão Especial da Reforma Política. Como professor de Direito Constitucional há mais de 26 anos creio que o doutor, ao invés de fortalecer, como manifesta pretensamente com as providências descritas, vai obviar a vida deste paciente que já está na UTI desde o ano de 1997. Nesta data histórica, o Poder Constituído Congressual, que deveria ser limitado, suplantou o poder Constituinte passando a fazer emendas que verdadeiramente rasgaram a Constituição Cidadã. As medidas que ele propugna são para o bem e para o mal. Para o bem quando pretende derrogar definitivamente a legislação eleitoral que possibilita que as candidaturas sejam financiadas por fontes privadas. Esta legislação é verdadeiramente legal, mas substancialmente injusta e imoral. Sendo imoral é inconstitucional, pois diametralmente contra o princípio da moralidade que deve ser um dos vetores básicos da administração pública que está insculpido no art. 37 da Constituição. Imoral porque substituiu o Poder do Povo Soberano, ao longo de todos esses anos, pela influência direta e nefasta do Poder Econômico que tudo pode e tudo dita. Hoje notoriamente constatamos pelas manchetes que verdadeiros potentados, “ministeriáveis”, circulam com plena desenvoltura no círculo do poder, provando de sobejo que esta tese não é um factoide. Assim está certo o deputado quando pretende restaurar totalmente o Poder do Povo Soberano, em detrimento do Novo Soberano, o Poder Econômico. São para o mal as alternativas aventadas quando o médico, no seu afã de cura em prol do valor República, pretende implantar o sistema de listas. Este sistema, se implantado, extinguirá por vez a República. A representação política atualmente é quase sempre a dos mesmos. Nos EUA os mandatos de deputados e senadores são respectivamente de 2 e 4 anos. É um sistema limpa-bancos e verdadeiramente republicano e democrático. Aqui, reeleitos na verdadeira usucapião dos mandatos vão esquentando e alisando os bancos havendo até transmissão hereditária. Restará definitivamente então a “anti-República dos mesmos” cujo nome o povo, que tudo sabe, já intitula de a Demokratura da Partidocracia. Definitivamente deputado: Representação não é Profissão. Diga não à Reeleição (do executivo e legislativo) em prol de uma nova Constituição!!!! Prof. Sérgio Borja – Professor de Ciência Política e Direito Constitucional da PUCRS 15.05.2011

SALÁRIO MÍNIMO POR DECRETO?!
A alardeada batalha do Salário Mínimo na Câmara dos Deputados foi chocha, não houve. O que aconteceu foi mais uma vez a corroboração de que o núcleo de decisão do poder fundiu-se decididamente em prol do fisiologismo. Paradoxalmente a esquerda e o partido do governo, que exibe em seu nome a designação “dos Trabalhadores” atuaram, em prol de razões de estado, governabilidade e administração de déficits fazendo com que a qualificação de seu epíteto soe como uma ironia zombeteira. A cegueira da partidocracia que governa o país pretextando ser democrática, mas utilizando-se de mecanismos da ditadura é paradoxal. Paradoxal porque não consegue visualizar que o problema que atinge, como efeito dominó, todos os países da África, como Tunísia, Líbia e Egito, indo ter reflexos na Ásia, inclusive no Irã, é um processo sistêmico da globalização que afeta todos os países com regulações. Os regimes de regulação totalitária já jazem em paz e adubam a horta do capitalismo. Como a China alçada á segunda potência econômica mundial. A Rússia, na CEI, com o que restou da antiga URSS, é um dos maiores possuidores de divisas americanas nos BRICS, todos eles cooptados pela sedução da grife do clube do dólar. Assim é que o regime brasileiro da Constituição de 1988 ainda traz toda a sua estrutura jurídica ligada ao bloco constitucional social da matriz varguista e dos regimes militares, que são na realidade adaptações a épocas diferentes feitas pelo tenentismo que foi do cedo e depois, com os militares, foi o do tarde. O salário mínimo é um resquício desta regulação do estado novo e do estado militar. No dizer da esquerda, do entulho autoritário. A esquerda, consciente de que a regulação social democrática, herança do ancien regime, não se coaduna com a dúctilbilidade da globalização, tenta inovar, dando ao Executivo esta capacidade, de por decreto, conforme art. 3º do Projeto de Lei do Salário Mínimo, aprovar o salário. Por este artifício tornar-se-á idêntica ao regime que combate, a Ditadura, pois concentrará o poder ainda mais. Certamente o Senado da República, para onde o Projeto rumará, não deixará ser aprovado este ato inconstitucional. Da mesma forma o STF, se tal ato írrito eventualmente for aprovado por este último. O caput do art. 7º da Constituição de 1988 estabelece expressamente, que o salário será aprovado através de lei. De mais a mais, está inserida na competência originária horizontal legislativa da União, no seu art. 22, inciso I, como atributo do Congresso Nacional, o desiderato da legislação do trabalho entre outras competências. Não podem assim, por princípio, a Constituição e, por soberania, o Povo Trabalhador, abdicarem da representação plúrima de sua vontade soberana que desemboca no Congresso Nacional, por força constitucional, abdicando assim de sua sorte em benefício de ocasionais governos ou partidos que na hora da verdade atraiçoam suas bandeiras e ideologias em prol da manutenção do governo, que neste momento, não se faz para o povo e pelo povo, mas para benefício próprio e dos ocasionais ocupantes do poder. O salário votado já esta lancetado pela inflação que já lhe rouba a legitimação como esta se estiola perante as ditaduras árabes que não souberam dar aos seus povos salários e empregos que superassem a inflação dos alimentos em todo o mundo.
PROFESSOR SÉRGIO BORJA – DAS FACULDADES DE DIREITO DA UFRGS E PUCRS – EM 18\02\2011

A FONTE DA FORÇA QUE ALIMENTA ORLANDO SILVA
Em uma verdadeira república os cargos são ocupados por delegação do POVO SOBERANO no Brasil o conceito atrofiou-se e os cargos são ocupados por delegação dos Partidos. Vivemos no regime da Partidocracia. O adágio: o Povo unido, jamais será vencido foi substituído por refrão indecente: os Partidos unidos jamais serão vencidos!!! É nesta matriz que reside à força do ministro: Uma maioria monolítica agregada fisiologicamente por cimento indestrutível: o gozo do poder que deflui do aparelhamento em troca da governabilidade. Explico: A constituição de 88 é irmã da constituição de 46. Ambas egressas de regimes de força. Em repúdio aos regimes discricionários elas submeteram seus executivos a uma maioria Congressual. A Constituição de 88 ultrapassou, neste afã sua congênere. Não vingando a alternativa do sistema parlamentarista ela parlamentarizou o sistema presidencial adulterando-o de tal forma que criou a distorção atual em que a representação distancia-se do Povo Soberano. Para que o Executivo fosse devidamente monitorado criou uma sintonia fina através da institucionalização do Conselho da República e do Conselho de Defesa. Ambos inserem no Executivo representação do Legislativo. Da mesma forma, para o bem, e o Inferno está cheio de boas intenções, os constituintes institucionalizaram o voto de duplo turno francês exigindo que os Executivos, não obtendo maioria no primeiro turno, fossem submetidos a um segundo turno. Extinguiram-se assim as ideologias e os partidos reais pois estes foram suplantados pelo espírito das coligações que refletiram os apetites mais mesquinhos que propiciam a falência republicana sob a constituição de 88. Não bastasse isto, o incidente Color, em 1992, fez com que o Supremo Tribunal Federal, tivesse uma interpretação restritiva à Lei 1079, de 1950, revogando, no processo de impeachment, a necessidade de processo de tramitação na Câmara, que suprimido, passou a simplesmente um processo simplificadíssimo de admissão em que o Presidente tem maioria ou não. Assim, após o incidente Color, o processo de impeachment, de jurídico passou a ser meramente político, sendo que se o Presidente dispuser de maioria esta tranca o processo senão a contrário sensu perde o cargo. Estes mecanismos, aliados ao processo espúrio de reeleição fundiram o núcleo duro republicano da Lei Magna pois os partidos dominantes no Congresso, através de um presidente tecnicamente “viajante”, ousaram ainda mais, além de nomearem os juízes ministros das Cortes Superioras e o ministros dos Tribunais de Contas, instituíram as mal fadadas súmulas vinculantes, banindo os princípios federativos, do juiz natural, ferindo ainda cláusula pétrea através da supressão de instâncias recursais à cidadania. A causa e o malefício da corrupção é a própria corrupção do sistema republicano, que atrofiado, permitindo o aparelhamento partidário do Estado e Sociedade destruiu os mecanismos de controle que se quedam inócuos contra uma oligarquia civil que institucionalizou no Brasil um verdadeiro processo de mexicanização. Karl Loewstein dizia que o sistema Parlamentarista anulava o sistema de tripartição do Poder pois todos os poderes eram indicados pelo Legislativo. Na Inglaterra e na França este poder Imperial do Legislativo tem um lenitivo, o voto de desconfiança contra a autoridade. Aqui no Brasil, “engripado” o Poder pela dissolvência fisiológica que empolga o Parlamento, um Presidente, contra a maioria, enfraquecido de tal forma, não pode rapidamente defenestrar nem mesmo uma maçã podre sob pena de perder a sustentação. Tem de consultar pacientemente os partidos que lhe dão sustentação, sem melindrá-los, sob pena de perder a sustentação e sua governabilidade. Neste tempo a corrupção zomba do Povo e dos Brasileiros. SÉRGIO BORJA – PRESIDENTE DA ACADEMIA RIO-GRANDENSE DE LETRAS E PROFESSOR DE DIREITO DA UFRGS E PUCRS 30.10.2011

À GUIZA DOS FESTEJOS DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
Nos feriado, marcado pelo transcurso de 15 de novembro de cada ano, é de relembrar a proclamação da República. Nesta data, no século XIX retrasado, abandonamos o modelo monárquico para adotar o modelo republicano. Preleciona a Ciência Política que a Monarquia tem as características de ser, vitalícia, hereditária e irresponsável. Já a República, por seu turno deve ser a contrario sensu, eletiva, temporária e responsável. Os princípios republicanos que defluem disto tudo são os que estão estampados no art. 37 da Constituição de 1988 que prelecionam a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. A república comemora assim no transcurso do feriado 122 anos. Como a república tem sido nestes últimos 22 anos sob a Constituição de 1988?! A frase brandida pelo Senador Aécio Neves dizendo que “coalizão não necessita ser sinônimo de corrupção e aparelhamento da máquina pública” identifica a crise da republicana atual. A Constituição de 88 à semelhança da de 1946, ambas egressas de regime de força, a fim de controlar o Executivo, repassou para o Legislativo a chancela dos atos praticados por àquele além fornecer-lhe, através da maioria ali instalada, a própria governabilidade do sistema. O voto de duplo turno francês, instituído para o bem, ao reverso causou um mal maior que foi a extinção das ideologias e do sistema multipartidário que formalmente travestiu-se num sistema binário em que há uma coligação no poder contra outra de oposição. Esta hegemonia levou à afronta do Poder Constituinte Originário empalmando-o através de reformas que instituíram a reeleição, as súmulas vinculantes, que aliados à influência do sistema partidário junto à tripartição dos poderes resultaram no que já foi descrito pela ciência jurídica através dos trabalhos de Karl Loewstein e do Dr. Giusti Tavares. O resultado foi à fusão do sistema republicano, o esmaecimento da tripartição do poder e a relativização do princípio da impessoalidade. Os partidos partiram para um processo de aparelhamento do Estado Nacional e da Sociedade Civil criando um legítimo regime “do quem indica” através dos CCs, das indicações para as Cortes de Justiça Superiores, dos Tribunais de Contas, etc. A ministra Eliana Calmon exibiu, através de suas denúncias, as escaras do regime atual. Tudo isto em detrimento do regime legítimo do QI (quociente intelectual) que deveria ser o regime da meritocracia do concurso público. Assim cabos eleitorais sem habilitação alguma a não ser a lábia e a falta de escrúpulos são indicados para cargos chaves, ministros sem habilitação específica, a não ser a amizade e o parentesco fazem parte do sistema. É o regime do compadrismo, dos dindos e das dindas que levam seus afilhados a estabelecerem o regime do tráfico de influências, do achaque diário denunciado pelo escândalo da manchete de cada dia. No dia da proclamação da República, em reflexão profunda e autocrítica, nós brasileiros podemos chegar à conclusão, que em troca do regime discricionário da ditadura militar criamos um regime altamente hipócrita pois em nome da Democracia e da Liberdade se apunhala os lídimos e essenciais valores da República onde as pedras devem rolar para não criarem limo. Antes da tal de Reforma Política preconizada pelos partidos necessitamos sim é de uma Constituinte exclusiva e soberana e da restauração da verdadeira Democracia e da República!!! SÉRGIO BORJA – PROFESSOR DE DIREITO CONSTITUCIONAL E RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA PUCRS

A METRALHADORA GIRATÓRIA DO GOVERNADOR TARSO GENRO
Lendo com atenção as manchetes do dia 20 de janeiro percebi, cotejando o noticiário, que a imprensa tratou o affair propiciado pelo Governador Tarso Genro, no Encontro Brasileiro de Legislativos, realizado na Assembleia, com idêntica simetria. A reprodução da fala do governador, de forma monolítica, sem contradição alguma nos dados, revela que o mesmo usando daquele espaço democrático criticou violentamente três instituições, pode-se dizer assim, baluartes da democracia. Não necessariamente pela ordem ele referiu-se à Imprensa, OAB e ao Supremo Tribunal Federal. Conforme a mídia ele teria dito “que os Poderes e a OAB reproduzem a pauta da Imprensa..”. Ora, governador, não há como não repetir a pauta da imprensa por uma razão muito simples: A pauta da imprensa reproduz a avalanche diária de escândalos envolvendo as mais altas autoridades e instituições do país. Uma pauta invencível governador!!! Invencível pelo número e pelo “naipe” das autoridades envolvidas. Lembro-me da frase de Bobbio – “Quem controla os controladores?!! Lembro-me da fábula dos ratos que em assembleia geral alvitraram colocar um guizo no rabo do gato que dizimava a espécie. Recordo o estupor do ratinho que exclamava: Quem colocará o guizo?! Temos nesta república e democracia vários remédios constitucionais, Mas quem será o titular da ação?! Quem arrostará com os perigos contra o temor reverencial e a mão longa de “verdadeiras máfias” que se alastram como carcinomas sociais na tessitura da administração pública?! Quem combaterá as verdadeiras prebendas e sinecuras que transformam o estado brasileiro nesta legítima vaca holandesa ordenhada com as mãos imundas do tráfico de influências?! Quem combaterá a corrupção governador?! A democracia exige dos seres humanos uma natureza psíquica própria de deuses e heróis míticos. Assim é que o ser humano, consciente de sua fraqueza, escolheu lutar através de entes coletivos onde a união faz a força. Não é a toa que a democracia brada nas praças: “O povo unido jamais será vencido”!! O Supremo Tribunal Federal, governador, não olvidando de sua condição de bacharel e advogado emérito, é a cúpula de chave da tripartição do poder. Ele não estimula o “choque de poderes” como quer V.Exa. mas deve, isto sim, conciliar e solucionar o choque se houver e quando houver. O choque realmente existe e no caso Césare Battisti, foi V.Exa., que a frente do Ministério da Justiça, iniciou o processo, autorizando a sua estadia como refugiado político. Ora, o Presidente Lula, seguindo o seu alvitre, colocou-se em linha de colisão contra a decisão anterior do Supremo. No entanto, Sr. Governador, na Democracia, quem dá a última palavra no sistema democrático é o Supremo e, de mais a mais, V.Exa. não poderá reclamar da decisão, seja ela contrária ou favorável, pois, o Presidente Lula, indicou nove (9) daqueles Ministros para a composição do Supremo sendo que a atual Presidente Dilma indicou mais um (1) sendo ambos seus companheiros de sigla. Assim, seu partido o PT, democraticamente, indicou a maioria de dez (10) dos onze (11) Ministros que compõem o STF. “Quosque tandem Catilina abutere patientia mostra.” PROF. SÉRGIO BORJA – DAS FACULDADES DE DIREITO DA PUCRS E UFRGS.
16.02.2011

BRASIL SEM PRISÕES
Leio as manchetes da semana que estampam em letras garrafais que o Brasil não tem como fiscalizar a nova lei de prisões. Pelas manchetes anteriores, através de minha cultura jornalística, já tinha consciência de que o Brasil está passando por uma crise gravíssima em seu sistema prisional como um todo. As prisões atuais são verdadeiros calabouços e pocilgas onde a população carcerária se sujeita a vergonha tão combatida por Cesare Beccaria, em sua famosa obra Dos Delitos e das Penas. A atualidade odienta das prisões ironiza a recomendação do art. 179, inciso 21, da Constituição de 1824, do Império que dispunha que “as cadeias serão seguras, limpas e bem arejadas, havendo diversas casas para separação dos réus, conforme suas circunstâncias e natureza dos seus crimes.” Há 26 anos, que eu como professor de Direito Constitucional, sou um professor das Liberdades. Minha preocupação com a ausência de liberdade sempre se referiu àqueles fatores impeditivos da mesma, tanto a nível formal, como materiais. O estudo da privação racional da liberdade é objeto de outra especialidade, seja ao ramo do Direito Penal, especificamente com relação à execução das penas. No entanto todo o estudioso do direito passa na graduação necessariamente por este estudo, pois, a pena é que dá eficácia a bilateralidade do Direito, que só atinge esta condição ontológica de seu ser, exatamente pela sanção onde a pena é inerente. A situação de exacerbação da criminalidade é tão grande que da mesma forma incrementa, em posições diametralmente opostas, as alternativas para o tratamento da questão. Uns já pregam a pena de morte, outros religiosos ou humanitários, recomendam a adoção de penas alternativas, monitoradas e admonitórias. O centro das discussões passa exatamente pelo cerne nevrálgico abordado na obra clássica de Jeremy Bentham, O Panóptico, ampliado através da visão crítica que dela fez Foucald, em Vigiar e Punir, transformando-a no parâmetro dos sistemas sociais de controle e vigilância total, seja ela através da funcionalidade arquitetônica contida na alternativa de Benthan, seja ela através de câmeras eletrônicas ou tornozeleiras preconizadas na atual era eletrônica. Como professor de Liberdades sou mais propenso à ampliação da liberdade e não a sua segregação. Explico: A obra de Sergei Tchakhotine, A Mistificação das Massas pela Propaganda Política, relatando a experiência de Goebbels, sob o nazismo, retrata o experimento feito por americanos com presidiários. Estes foram obrigados a carregarem pedras de um lado para outro, sem justificativas, sempre para o mesmo lugar. Em menos de uma semana começaram a enlouquecer. A experiência prova as assertivas de Santo Tomas de Aquino e Kant, que vislumbram na racionalidade a sua essência finalística. Este último chega a afirmar que “cada homem é um fim em si mesmo.” A segregação de horizontes, com relação a pena privativa de liberdade, agravada pelas condições odiosas da atual realidade carcerária nacional, tornam a pena inócua para os fins de redenção e reeducação do apenado tornando-o mais arredio e mais agressivo ainda em relação à mesma. Hoje as nossas prisões são os pós-graduações, com mestrados e doutorados em crime organizado e hediondo. Assim que, como professor de ampliação de horizontes, me atrevo a dizer que as penas que conheci através da literatura, não aquelas de Soljnetsin, em Arquipélago Gulag, que retrata o exílio siberiano preconizado por Stálin; nem aquelas sofridas por Henri Charrier e retratadas em seu livro Pappilon, na Ilha do Diabo, no exílio penal curtido na Guiana Francesa; nem o suplício de Dreyfus também ali exilado, cantado por Emile Zola em sua epístola J’Accuse ou nosso Ruy Barbosa; nem o degredo português das Ordenações Manuelinas, Afonsinas e Filipinas, em terras de Santa Cruz ou aquele que também vitimou em terras D`Africa aos inconfidentes, que não foram hediondamente esquartejados como Tiradentes; mas sim a solução inglesa, tão bem retratada noutra obra clássica: David Copperfield, de Charles Dickens, que retrata a saga da família de Wilkins Micawber, degredado por dívidas, na Austrália. A ditadura dos Stuarts e as perseguições religiosas também levaram os puritanos aos Estados Unidos. Assim é que com respeito a possibilidade da liberdade e com a sua ampliação em novos horizontes, propiciados pela colonização, é que se deu o surgimento dessas atuais potências. Os EUA e a moderna Austrália baseadas na família, e não no degredo individual. Assim, o Brasil, com estas vastidões territoriais despovoadas dos estados do norte poderia incrementar uma política de colonização destas áreas, com uma visão humanística, de verdadeira redenção das finalidades dos apenados e suas famílias, transferindo-os para zonas de implantação pioneira, servindo de modelo a Lei 4504/64, Estatuto da Terra, criado no auge da ditadura e utilizado pela atual democracia para colonizar zonas de fronteira agrícola estáveis com pessoas livres. Não teríamos mais esta onda de protestos pela Internet insatisfeita com a queima de suas contribuições no pagamento de auxílio reclusão e manutenção de verdadeiros calabouços e masmorras hodiernas, verdadeiras fábricas de criminosos, a que se reduz o atual modelo prisional em vigência. Haveria a otimização do custo-benefício, preconizada por Jeremias Benthan, e tão aguardada pela Sociedade Civil, hoje a maior vítima da crise carcerária nacional. SÉRGIO BORJA – PROFESSOR DE DIREITO CONSTITUCIONAL, CIÊNCIA POLÍTICA E RELAÇÕES INTERNACIONAIS NA PUCRS. 03.07.2011

CASO PALOCCI: QUESTÕES QUE NÃO CALAM.
Antes do fato em epígrafe, em todo o Brasil, o corpo de funcionários públicos no âmbito dos três poderes foi literalmente obrigado, em cumprimento do art. 1º da Portaria Interministerial MP\CGU nº 298, de 06\09/2007, “a autorizar o acesso eletrônico às cópias de suas declarações de ajuste anual de imposto de renda ou apresentar anualmente, em papel, Declaração de Bens e Valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no Serviço de Pessoal competente.” O ofício que instrumentava estra obrigação justificava o ato em cumprimento as Leis nº 8.429/92, nº 8.730/93 e, ainda, a Instrução Normativa do Tribunal de Constas da União nº5/1994. Ora, sem sombra de dúvidas, é de inferir que a legislação que obriga a isto tem a pretensão, como objetivo primordial, de averiguação do crescimento anômalo ou não compatível, do patrimônio de todos os funcionários. Sim, porque o regime do estado democrático de direito não pode dar guarida a questão colocada por Bobbio: Quem controla os Controladores?! O regime democrático não concebe absolutamente que possam existir alguns mais iguais entre os iguais que não se submetam as leis como os demais. Do comando exarado submetendo todos os funcionários deflui na razão direta que os mesmos teriam de dar explicações espontâneas sobre qualquer acréscimo diferenciado em suas fazendas. A simples averiguação não é por si só prévia imputação de crime. Ora, então porque a blindagem do Congresso em prol do Ministro e seu patrimônio?! Como professor de Direito Constitucional sempre leciono: O Estado Democrático de Direito é Democrático porque Político e de Direito porque Jurídico. Assim, o Poder Congressual, que é Político, não pode querer ultrapassar o Poder Jurídico, porque este é a contenção e a formatação de todo o sistema como um todo. Nós ainda vivemos no regime das leis que controlam os homens e não dos homens que controlam as leis, como dizia Honório Lemes em sua lição imarcescível. Ou não? O affair submetido atualmente ao Procurador Geral da República depende, para ser “judicializado”, do livre convencimento desta autoridade que é nomeada pelo Presidente da República depois de aprovada pelo Congresso, conforme §1º, do art.128 da Constituição. Uma ação popular, preventiva, em prol dos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, insculpidos no art. 37 da Constituição, não seria a forma mais idônea e isenta de abordagem do tema submetendo-a ao Estado Juiz? Ela, nesta forma, substituiria o órgão de estado pelo próprio titular, o Povo Soberano. Negaria o estribo da competência “ratione personae” sujeitando-o a averiguação ainda a outro princípio modelar, insculpido no art. 5º, inciso LIII: o Princípio do Juiz Natural, que evita a exceção, seja ela para o bem ou para o mal. Uma coisa é certa: Se o cargo enriquece e enriqueceu tantos, como afirmou o Ministro, nominando-os, nesta ação, todos deveriam dar explicações sobre seus acréscimos patrimoniais e ainda, o Congresso, que gosta tanto de emendar Constituição, deveria “decretar” mais uma criando uma “quarentena” e impedimentos para os eventuais ocupantes deste cargo. Nós, os menos iguais, daqui da planície, bradamos aos governantes do Planalto, que não podemos suportar mais que os administradores do Brasil tenham suas fortunas multiplicadas por 500% anualmente (20 vezes em 4 anos – Folha São Paulo) enquanto que o mesmo tenha uma projeção de PIB de somente 4,5% ao ano. “Quosque tandem Catilina, abutere patientia nostra.” SÉRGIO BORJA – Professor de Direito Constitucional II na PUCRS 25.05.2011

CELEBRAÇÃO DA LEGALIDADE
O título e a foto que ornaram a matéria de Rosane de Oliveira, em Página 10 de ZH de 19.08 deste ano, levam a uma profunda reflexão. No Palácio Piratini, em banquete celebrando os 50 anos do Movimento da Legalidade, ombreavam, não necessito dizer, da esquerda para a direita topograficamente, mas politicamente, esquerda, direita e também o centro, todos os ex-governadores e o atual: Collares, Jair Soares, Rigotto, Simon, Olívio e Tarso, com exceção de Brito, Yeda e Amaral de Souza, este último ausente por razões de saúde. Ora, estes personagens notórios políticos, acompanham e participaram ativamente em todos esses anos do regime instituído pela Constituição Cidadã de outubro de 1988. Lembrando outras épocas recordo suas pugnas e questiono-me: O que os leva a serenamente pousarem para esta foto histórica que rescende a calmaria de uma profunda harmonia política?! Sim. Todos concordam que a luta de Brizola, pela manutenção da legalidade foi pela manutenção do texto constitucional da Constituição de 46, em que, em caso de renúncia do Presidente, Jânio, deveria assumir o Vice, Goulart, sem relativização alguma. Um povo deve se alimentar, sim, dos bons exemplos de seu passado. No entanto não se vive só do passado se seus exemplos são corroídos pelo presente. A foto e a matéria em comento lembram-me da expressão de meu querido amigo e quase homônimo parente só de ideias, o ministro Célio Borja que dizia: “…os partidos atuais são poucos democráticos sendo que a partidocracia deveria ser mais orgânica e não cartorária…” Pois aí está o furo verdadeiro da bala. Temos uma partidocracia institucionalizada em que as verdadeiras lutas democráticas e republicanas são escondidas para baixo do tapete e sepultadas sob a unanimidade do manto das coligações espúrias. As ideologias morreram apunhaladas pela dissolvência fisiológica das coligações. Este é o ácido que de forma carcinogênica ataca a república e a constituição dissolvendo-as através de emendas como se fosse eterno Poder Constituinte-Originário. Hoje o Brasil, celebrado pelos vencedores unidos em laudo jantar palaciano, arfa sepultado sobre uma carga tributária e uma dívida impagável, sem saúde, sem educação e sem segurança. Estas seriam as lutas do presente que deveriam unir as forças em combate. . Mas a partidocracia, que unida jamais será vencida, festeja o passado exorcizando, sob o signo de sua união, estes atuais fantasmas renitentes de sua omissão. Tenho dito. Quosque tandem Catilina abutere patientia nostra.
SÉRGIO BORJA – PROFESSOR DE DIREITO CONSTITUCIONAL E RELAÇÕES INTERNACIONAIS NA PUCRS. 20.08.2011

CENSURA OU CONTROLE DA IMPRENSA
Quando o texto constitucional afirma explicitamente em seu art.220, “que a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição…” reafirmando ainda em seu § 1º que “nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social…” fica clara a opção do legislador constituinte pela plenitude do exercício de liberdade e informação num legítimo estado democrático de direito. Qualquer iniciativa, no sentido de um monitoramento, controle ou censura da Imprensa, poderia ser desqualificada como antidemocrática e inconstitucional. Assim é que nestes tempos se constata este verdadeiro crime de ameaça circulando na boca de autoridades e figuras públicas da república. O senador Aécio Neves, em entrevista exclusiva concedida ao jornalista Fabiano Costa e publicada em ZH, identifica a matriz do problema atual da política nacional quando exclama: ”Coalizão não precisa ser sinônimo de corrupção e aparelhamento da máquina pública!” Faz 27 anos que leciono Direito Constitucional e venho denunciando em minhas aulas o processo de derretimento ou fusão do sistema republicano instituído na Constituição de 88. O sistema de duplo turno ou ballottage, instituído para o bem, para o mal exterminou as ideologias e o seu decorrente sistema multipartidário que, hoje, é meramente formal. Substancialmente temos duas coligações que se enfrentam sendo que uma empalma o poder. O processo de reeleição, instituído através de emenda, relativizou ainda mais a república fazendo com que haja um esmaecimento dos freios e contrapesos. Os fundadores americanos imaginaram que o homem não era nenhum anjo e assim urdiram, através do processo interativo entre as funções do Poder, a colocação de paixões contra paixões a fim de consolidarem o processo de fiscalização. A Constituição de 88 por engendrar a necessidade de maioria no Congresso que esteia a governabilidade do Executivo e ainda a indicação de membros das Cortes Superioras do Judiciário e dos Tribunais de Contas, acabou, com a fusão do sistema partidário, dissolvendo bem dizer a Tripartição do Poder, pois a maioria ocupa ou indica para toda a chave de cúpula do poder. Esta transformação leva a um processo de mexicanização “a la PRI” e que é matriz dos escândalos atuais criando uma verdadeira “Ditadura Civil do Quem Indica”. Ao verdadeiro fenômeno de extinção dos freios e contrapesos ou ao seu esmaecimento, a Imprensa Jornalística é que, heroicamente, tem assumido o papel de verdadeiro fiscal das paixões que transformam o Poder em verdadeira Capitania Hereditária. Destruir o papel da Imprensa, contra a Constituição, ou obstaculiza-la seria levar a consolidação de uma verdadeira Ditadura Civil. O Povo não tem mais confiança nos sistemas de fiscalização e pergunta também como Norberto Bobbio se questionou: Quem controla os Controladores?! Hoje, no Brasil, com toda a confiança do Povo, só uma Imprensa livre e poderosa nos liberta do regime do “quem indica” e do aparelhamento estatal e social pelos partidos. Creio que os partidos têm de fazer esta autocrítica, como o Senador Aécio Neves, já está a colocar perante a Sociedade, sob pena de resvalarmos para a mais abjeta e hipócrita Ditadura Civil. SÉRGIO BORJA – PROFESSOR DE DIREITO CONSTITUCIONAL E DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS NA PUCRS. 11.11.2011

CONSIDERAÇÕES À GUIZA DO PROTESTO BRIGADIANO
Setembro é o mês da pátria verde amarela como também é o mês da setembrina gauchesca. Agora também foi o mês do protesto brigadiano que ateou fogueiras de São João temporãs por todos os rincões do pago. Protesto e lamúria em busca da honra no soldo. Lembro – em cima da Ponte dos Açorianos – o grito intrépido dos Caras Pintadas acossados pela Gloriosa e ordeira Brigada com seus escudos negros: Você aí parado!! Também é explorado!!! Num refrão insistente clamava – Trezentos!!! Trezentos!!! Trezentos!!! Ululando…apitando…e rufando tambores…era o grito dos Caras Pintadas. Também no sete de setembro em apoiamento às reinvindicações dos soldados!!! Tentando cooptá-los. Foi ali…ali na heroica Ponte dos Açorianos agora eternamente Cara Pintada!! De lá para cá se foi setembro e suas reinvindicações. Umas atendidas, outras esperando e outras flanando como meras nuvens. Não sei se de vãs ou imarcescíveis esperanças. Ficou a voz do governador Tarso Genro. Forte. Insistente. Vamos reprimir. Vamos punir. Etc e tal. Fiquei pensando – como devem ter pensado os brigadianos que protestavam. Mas não é este governador àquele mesmo Tarso Genro que foi membro do PRC?!! Partido Revolucionário Comunista que fez atos terroristas contra os governos militares?! Mas não é este governador àquele mesmo Tarso Genro, jovem advogado, defensor eterno dos operários que ficou rico defendendo todos os proletários?! Mas não é este governador o mesmo Tarso Genro, que com o Presidente Lula, colocavam e ainda colocam os gorros do MST, (que faz refém, invade, queima e quebra próprio público ou privado, e ainda é financiado com dinheiro público) como proselitismo político e manifestação de afinidade?! Não é este mesmo atual governador àquele mesmo Tarso Genro, Ministro da Justiça, por ordem de quem foi albergado o arqui-terrorista Césare Battisti?!! Fico pensando…profundamente encafifado…e com o cérebro fervendo encontro descanso no aforisma popular que reza: O exemplo vem de cima!! E me pergunto?! Cézare Battisti era da Brigada Rossa – Brigada Vermelha. Certamente os brigadianos, seguindo o exemplo maior tentavam ser mais realistas que o próprio rei fazendo do fogo das barreiras incendiárias o uniforme de seu protesto por melhores salários. Trocando o caqui ordeiro de suas fardas pelo vermelho ardente do fogo ateado às barreiras do espaço e agora da mente e quiçá da lei. Assim, governador, lhe recomendo para que mantenha a coerência necessária de seu discurso e ao princípio da igualdade, que dê um leve sorriso e ostente um gorrinho da Briosa em benefício da paz. Faça mais e anistie imediatamente os seus verdadeiros alunos que, creio, por amor as preleções do professor ultrapassaram os limites da própria lição. Se não fizer isto tenho certeza que o povo pensará: Quem semeia ventos colhe tempestades!! SÉRGIO BORJA – CARA PINTADA – Iniciado em 7.09.2011 na PONTE HERÓICA DOS AÇORIANOS

SELIC, INFLAÇÃO, DÓLAR OU FÁBRICA DE DINHEIRO!!!
O aumento da Selic em 0,50% faz crer que o Copom, coadjuvando o Banco Central, pretende controlar a inflação através da apreciação do real. Sim, porque este foi o método utilizado pelo Plano Real I, de FHC, que através da valorização do real importava mercadorias similares para refrear, através da competitividade predadora dos importados, os custos das mercadorias produzidas aqui. Deu no que deu. Um processo violento de desindustrialização e desestímulo aos investimentos, traduzido em altos índices de desemprego. No entanto, paradoxalmente, consultando-se o site do Banco Central no endereço http://www.bcb.gov.br/htms/infecon/progmon.asp?Idioma=p poderemos fazer um estudo da expansão da base monetária nacional. Cotejando os valores constantes nos vários relatórios ali dispostos poderemos observar que desde o chamado Cavalo de Pau, quando a base monetária foi contraída em 25% no espaço de três meses indo de 49 bilhões em 01.01.2003, para 38 bi em 23.05.2003, houve grandes mudanças. De lá para cá, até o relatório de 2011, que é o primeiro da página, temos uma expansão violenta de nada menos do que mais de 400%. Estamos com a base restrita estimada pelo relatório ali constante de 173 bilhões em circulação. Ora, o dinheiro é como qualquer commodity está sujeito à lei da oferta e procura. Assim, sua oferta em demasia é que cria o processo inflacionário. Concordo que com a gradativa apreciação do dólar que houve, de lá para cá, haveria uma compensação entre estes dois fatores, anulando de certa forma o processo inflacionário. No entanto, creio que a sintonia fina, ou os controles macro-prudenciais estão em paradoxo, pois a expansão de tal ordem, como controle endógeno, não cessou a apreciação do real, como ainda criou um processo inflacionário em razão da oferta em demasia de moeda. Certamente, um governo que diz ter “quitado” a dívida com o FMI, não quer expor ao público o tamanho da Dívida Interna, que se expande na razão direta do aumento da Selic, sendo que este governo, com a emissão monetária, autofinancia-se sem ter de pedir emprestado cobrando um imposto indireto através do processo inflacionário de sua verdadeira Fábrica de Dinheiro. SÉRGIO BORJA PROFESSOR DE DIREITO DA PUCRS E UFRGS

SALÁRIO MÍNIMO POR DECRETO?!
A alardeada batalha do Salário Mínimo na Câmara dos Deputados foi chocha, não houve. O que aconteceu foi mais uma vez a corroboração de que o núcleo de decisão do poder fundiu-se decididamente em prol do fisiologismo. Paradoxalmente a esquerda e o partido do governo, que exibe em seu nome a designação “dos Trabalhadores” atuaram, em prol de razões de estado, governabilidade e administração de déficits fazendo com que a qualificação de seu epíteto soe como uma ironia zombeteira. A cegueira da partidocracia que governa o país pretextando ser democrática, mas utilizando-se de mecanismos da ditadura é paradoxal. Paradoxal porque não consegue visualizar que o problema que atinge, como efeito dominó, todos os países da África, como Tunísia, Líbia e Egito, indo ter reflexos na Ásia, inclusive no Irã, é um processo sistêmico da globalização que afeta todos os países com regulações. Os regimes de regulação totalitária já jazem em paz e adubam a horta do capitalismo. Como a China alçada á segunda potência econômica mundial. A Rússia, na CEI, com o que restou da antiga URSS, é um dos maiores possuidores de divisas americanas nos BRICS, todos eles cooptados pela sedução da grife do clube do dólar. Assim é que o regime brasileiro da Constituição de 1988 ainda traz toda a sua estrutura jurídica ligada ao bloco constitucional social da matriz varguista e dos regimes militares, que são na realidade adaptações a épocas diferentes feitas pelo tenentismo que foi do cedo e depois, com os militares, foi o do tarde. O salário mínimo é um resquício desta regulação do estado novo e do estado militar. No dizer da esquerda, do entulho autoritário. A esquerda, consciente de que a regulação social democrática, herança do ancien regime, não se coaduna com a dúctilbilidade da globalização, tenta inovar, dando ao Executivo esta capacidade, de por decreto, conforme art. 3º do Projeto de Lei do Salário Mínimo, aprovar o salário. Por este artifício tornar-se-á idêntica ao regime que combate, a Ditadura, pois concentrará o poder ainda mais. Certamente o Senado da República, para onde o Projeto rumará, não deixará ser aprovado este ato inconstitucional. Da mesma forma o STF, se tal ato írrito eventualmente for aprovado por este último. O caput do art. 7º da Constituição de 1988 estabelece expressamente, que o salário será aprovado através de lei. De mais a mais, está inserida na competência originária horizontal legislativa da União, no seu art. 22, inciso I, como atributo do Congresso Nacional, o desiderato da legislação do trabalho entre outras competências. Não podem assim, por princípio, a Constituição e, por soberania, o Povo Trabalhador, abdicarem da representação plúrima de sua vontade soberana que desemboca no Congresso Nacional, por força constitucional, abdicando assim de sua sorte em benefício de ocasionais governos ou partidos que na hora da verdade atraiçoam suas bandeiras e ideologias em prol da manutenção do governo, que neste momento, não se faz para o povo e pelo povo, mas para benefício próprio e dos ocasionais ocupantes do poder. O salário votado já esta lancetado pela inflação que já lhe rouba a legitimação como esta se estiola perante as ditaduras árabes que não souberam dar aos seus povos salários e empregos que superassem a inflação dos alimentos em todo o mundo.
PROFESSOR SÉRGIO BORJA – DAS FACULDADES DE DIREITO DA UFRGS E PUCRS – EM 18\02\2011

CONSTITUINTE JÁ EXCLUSIVA SEM POLÍTICOS E DO POVO SOBERANO DAS PRAÇAS E DAS RUAS DO NOSSO BRASIL DE GUERRA E AMADO!!!

CONSTITUINTE JÁ!!!
1 – CONSTITUINTE EXCLUSIVA DO POVO E SEM POLÍTICOS!!
2 – ABAIXO A CORRUPÇÃO!
3 – CADEIA PARA TODOS OS INFRATORES SEJAM ELES QUEM FOR! (MENSALEIROS, ETC…)
4 – CONTROLE DA INFLAÇÃO!!
5 – REFORMA NA SAÚDE PARA QUE O POVO SEJA ATENDIDO COM URGÊNCIA! (CONSTRUÇÃO DE HOSPITAIS)
6 – SEGURANÇA PARA A CIDADANIA E PRISÃO IMEDIATA E JUSTIÇA PARA OS INFRATORES!
7 – EDUCAÇÃO E VAGAS PARA OS ALUNOS NOS CURSOS FUNDAMENTAIS, MÉDIOS E DE TERCEIRO GRAU E SALÁRIOS PARA OS PROFESSORES;
8 – REFORMA POLÍTICA SEM REELEIÇÃO PARA O LEGISLATIVO E O EXECUTIVO RESTAURANDO O BLOCO CONSTITUCIONAL BRASILEIRO!!!
9 – QUE O POVO TRATE DE SUAS LIBERDADES SEXUAIS, DE TRABALHO, EMPRESARIAIS, MORAIS, DE INVESTIMENTOS E QUE O GOVERNO NÃO SE INTROMETA!!
10 – REDUÇÃO DE IMPOSTOS PARA OS TRABALHADORES E SUAS EMPRESAS JÁ!!!

O PIBINHO E A ESPERANÇA NA LAVOURA DO LATIFUNDIO OU DO PARADOXO DA ESQUERDA!!!!

O PIBINHO E A ESPERANÇA NA LAVOURA OUTRO EFEITO DO CONCEITO GUERRA DAS MOEDAS!!!
Vivemos um tempo de contradições que geram paradoxos!! A esquerda, como cerne de seu discurso ideológico, sempre esteve no encalço do latifúndio!! No entanto, agora, são os governos de esquerda os primeiros a saudar a produção do latifúndio que vem a salvar as aparências econômicas de seus governos. Tanto na União, como Estados e Municípios. É exatamente do agronegócio, do sistema de estâncias ou fazendas, do sistema de plantation (sistema de produção em série fordista e taylorista). Com uma utilização de mão de obra mínima através de máquinas colheitadeiras, plantadeiras e tratores, que se salva a lavoura e o Brasil de hoje!! Este sistema foi altamente combatido no governo Fernando Henrique Cardozo onde nunca jamais se viu tanta invasão de terra e tanta colaboração para a implantação de outro sistema através da chamada reengenharia econômica: o Sistema Integrado ou sistema Just and Time ou também chamado Sistema Toyotista!! Este sistema Integrado ou chamado Toyotista é o sistema da Reforma Agrária. Um sistema que visa picar, atomizar, esquartejar o máximo possível a terra, adotando o sistema familiar de produção alvitrado pela Ditadura Militar, através da Lei 4504, Estatuto da Terra, que aplicado na ordem invertida dos militares, dava à esquerda um instrumental para realização de seu “ideal socialista”! Os militares utilizaram-se desta lei feita em fins de março, um mês após a revolução de abril, para colonizarem o interior e o eixo dos “corredores de exportação” que ligavam o litoral ao Brasil do interior. Queriam em sua visão geopolítica de estratégia nacionalista, construir a concatenação do arquipélago de ilhas das cidades litorâneas, liga-las ao interior do Brasil! As esquerdas, através do que chamavam “Entulho Autoritário”, inverteram o caminho dos militares e usaram esta mesma legislação para fazer, ao invés da interiorização das populações para sedimentação e agregação da soberania sobre o território, passarem, ao invés disto, a atacar o que chamam de Latifúndio, que são as propriedades no sistema Plantation (Fazendas e Estâncias). Para isto aliaram-se de forma tácita ao capital internacional e para realizar este ato utilizaram-se das teses de Antonino Granschi, retratada nos Quadernos, quando de sua prisão na Itália. Antonino não via solução na realização da tese Marxista da Luta de Classes mas, adaptando-a ou vislumbrando-a numa nova fase, visualizava-a como possibilidade de um sistema autofágico, em que classes novas, causadas pelo desenvolvimento tecnológico, permitissem a união destas novas classes rentistas com os plebeus, derrotando as velhas classes rurícolas que consideravam atrasadas. É este processo de autofagia de classes sociais que se estabeleceu no governo Fernando Henrique Cardozo, com o auxílio do Plano Real. O Plano Real, visceralmente era um plano decorrente da tese de Robert Mudelll, professor de economia da Columbia University e Prêmio Nobel na época. Ele preconizava a simetria monetária para a concatenação das assimetrias econômicas. Assim é que foi implantado o sistema de simetria que potencializou o Mercosul, que rumando de uma zona de livre comércio vislumbrava passar pelas fazes de União Aduaneira e finalmente para a de Mercado Comum. Com a estabilidade monetária auferida através da simetria monetária com o dólar isto possibilitaria que as Multinacionais e seu Capital, pudessem se instalar no Brasil e propiciar o funcionamento do Sistema Just And Time na Agricultura. A esquerda entraria com seu conhecimento ideológico e sua práxis de dividir ou repartir o pão e a terra insuflando as massas excluídas contra os proprietários rurais e as multinacionais colaborariam com o capital para financiar este novo sistema integrado de produção através da instalação de industrias agrárias integradas neste setor. As Multinacionais forneceriam o capital, as sementes, a tecnologia, os adubos, a assistência técnica, as matrizes de porcos, frangos, perus, vacas leiteiras, alevinos, sementes e tecnologia do fumo, etc e os neos com terras forneceriam o seu trabalho e, por serem agora com terras, não teriam suas carteiras de trabalho assinadas, baixando o custo social destes produtores cativos que apropriados, num regime de cantina, fariam o grande boom da economia do Brasil. Esta é a matriz do sistema integrado onde o colono entra com a terra e a multinacional fornece as matrizes na forma de pintos, leitões, alevinos, sementes (fumo, etc), adubos, alimentação, assessoria técnica, financiamento de instalações rurais, capital de giro, etc… O estado quebrado e herdado dos militares, com sua capacidade de investimento impossibilitada entraria somente com o poder de desapropriação social, direito constitucionalmente sufragado pela Nova Demokratura em sua constituição Social de 1988 que copiava a lei 4504, Estatuto da Terra, possibilitando, pelo princípio do Poder Discricionário Administrativo do Estado, através da eleição da esquerda, a inversão do eixo e foco da Reforma Agrária agora dimensionada e adaptada para esta simbiose entre o esquerdismo nacional e o capital externo. O sistema falhou porque o currency board americano, com sistema em alta, fracassou como eu acusei em mais de uma dezena de artigos publicados a partir de 1997 com antecedência, na Gazeta Mercantil, e no Jornal do Comércio. Um deles foi intitulado Guerra das Moedas em 15.07.1998!!!! Ninguém na época tinha visto o furo da bala!!! O sistema estatal da Demokratura pós regime militar, é o mesmo sistema social e estatal social democrata do varguismo e do militarismo, sendo sua única diferença o regime de democracia instituído na parte dogmática da Constituição de 1988 e que, embora tivesse uma Constituição novinha e limpinha, devidamente passada a limpo, sua herança maldita era a sucata do estado varguista e militarista com a extinção total do chamado modelo desenvolvimentista. Se os governos varguistas e militares com seus pibs de 7% ao ano eram os Avôs e Pais Ricos a Demokratura ou Nova Republica é o neto pobre deste sistema sucateado.  Assim é que a esquerda herdando da ditadura uma sucata como estado falido não tinha dinheiro em caixa para financiar a chamada reforma agrária que na realidade é uma meia sola capitalista num sistema falido. Usando da teoria de Antonio Gramschi, dos Quadernos, ela alia-se com o internacionalismo globalizante.  Assim a esquerda alia-se de forma tácita ao capital internacional contra o legítimo capital nacional não associado aos interesses internacionais, o latifúndio do campo, e num sistema granschista autofágico, pretende a extinção do mesmo através da reforma agrária, retirando poder político, poder econômico e todo o resquício de ameaça ao seu império político desta nova reengenharia internacional. Aliando a sua ideologia de repartição e de luta de classes mais a práxis que tem como cabeça de ponte o MST e chamados movimentos sociais, utilizando-se do entulho autoritário do Estatuto da Terra, Lei 4504|64, invertendo seus vetores, passa a fazer “REFORMA AGRÁRIA” – OU LEA-SE TENTATIVA DE IMPLEMENTAÇÃO DO REGIME INTEGRADO O TOYOTISTA JUST AND TIME – em regiões cujas fronteiras agrárias já estavam estabilizadas, com estradas de escoamento e abastecimento, infra-estrutura, para assim implantar este sistema. O problema é que o sistema de Currency Board em alta, urdido pelos Americanos e por Roberto Mundell, fracassou por inteiro e fiz o seu diagnóstico de morte com antecedências nos anos 90 através do conceito Guerra das Moedas, e assim a Nova República de FHC não teve o socorro das Multinacionais que iriam suprir a carência do estado falido, fornecendo o resto, sejam sementes, implementos, adubos, financiamento, para a implementação do sistema. O Estado entrava só com 10% do investimento que é 10% do que saqueasse dos proprietários e produtores rurais pois, na forma da Constituição, “paga” a desapropriação “social” com TDA – Títulos da Dívida Agrária – resgatáveis em módicos 20 anos. Em suma uma verdadeira expropriação!! O sistema Just and time em funcionamento, que são as companhias como Perdigão, Sadia, Frangosul, etc…esta ultima falida e a penúltima absorvida pela primeira, vivem num sistema vaga=lume condicionadas aos tremores da oscilação do câmbio. O sistema just and time ou taylorista só funcionaria bem se houvesse o acoplamento monetária e a estabilização geral com o exterior seja o lado exógeno da economia globalizada. Se não for assim tem de funcionar como sistema endógeno condicionado as suas oscilações. Assim é que sem conexão monetária, seja a dolarização – pois o dólar é a moeda dominante em que todos os Estados da América Latina, sem exceção – minto a única é Cuba – estão submetidos – inclusive os BRICS, todos eles estão sob o sistema do dólar que é a moeda dominante. Portanto, os americanos agora tentam a implantação do sistema de moeda em baixa com a queda livre do dólar que começou a partir do acordo Plaza. Lula pegou o fim do currency em alta e o comecinho do currency em baixa e por isto teve um respiro, um vácuo, um hiato, do dólar que não coartou o sistema endógeno da política econômica permitindo um certo respiro da mesma. Agora, no governo Dilma, que pegou já, desde o começo o sistema de queda do dólar a economia passou a sofrer o processo amplo de desconexão com perturbação nas áreas de contato com o sistema exógeno havendo interações condicionadas do sistema exógeno, como respostas do governo para o processo de adaptação. Se Lula fez o chamado Cavalo de Pau, que era o aumento ao máximo da Selic, o aumento de 60% do compulsório bancário, diminuição da base circulante monetária, o que adstringiu a oferta monetária fazendo com que o real apreciasse perante o dólar, já Dilma, em função da queda constante do dólar causada pela conjunção de mecanismos exógenos e da valorização endógena do real em razão do primeiro efeito – em face da emissão laxativa de dólares teve de uma razão diretamente inversa e proporcional a de seu antecessor fazer a diminuição ao máximo da Selec, diminuição ao máximo do compulsório bancário, aumento da base circulante, fazendo mais, abrindo as comportas do crédito seja imobiliário, compra de automóveis e eletrodomésticos, estímulos monetários etc Todos estes fatores romperam o continuum monetário ou seja a simetria monetária que legaria os mercados. Assim é que o Mercosul está com problemas, com quedas de negócios entre seus sócios principais, como Argentina e Brasil transformando-se unicamente num artefato político internacional sendo exemplo disto a expulsão do Paraguai porque teria feito o impeachment de Lugo, ou seja, afinado politicamente com Dilma, Lula, Cristina Kierchner, Chavez, Omala Humanta, Correa, Irmãos Castro e Cia, e Evo Morales todos confraternizando na Unasul, artefato ideológico elegido como instrumental de política internacional conforme o geo-estrategista Garcia estabelecido no Planalto. Falhado o sistema de acoplamento e paridade monetária desconectam-se mercados e inicia-se a crise. As multinacionais não puderam vir e o programa de desapropriação rural virou uma sucata que distribuiu e construiu favelas rurais disseminadas pelo território brasileiro, improdutivas e dependentes eternas de investimento a fundo perdido na forma de Pronaf e outros financiamentos combatidos pela OMC que são transferência de renda e subsídios para estas populações emigradas a força das cidades e transportadas para o campo sem tradição nenhuma na agricultura ou pecuária. Esta enorme massa de manobra, verdadeiro exército neo-guerrilheiro, conforme notícias publicadas em jornais acoita guerrilheiros que assaltam bancos e carros fortes e servem como exército de reserva e massa de manobra e proselitismo político para os detentores do poder que avançam gradativamente enquanto esperam o colapso do Estado Dívida que , na pessoa da União, já atingiu a soma de 3 trilhões de reais ou 1,5 trilhões de dólares em dívida interna somada ainda a dívida externa que vai a mais de 300 bilhões em dólares!!!! Une-se esta divida a dos municípios e dos Estados. Este ano de 2013, no início, dez municípios gaúchos já se declararam falidos. O estado do Rio Grande do Sul, que em 1997 tinha uma dívida de 7 bilhões federalizou-a no governo FHC. Pagando diuturnamente a conta que onerava 13% de seu orçamento, hoje, o Estado do Rio Grande do Sul arca com uma dívida de 48 bilhões que inviabiliza o governo e seus investimentos sejam diretos ou de custeio. Os últimos dois governos de Ieda Crusius e de Tarso Genro, obstados de governar em razão da dívida foram obrigados a tirar bilhões de dólares emprestados no exterior. Atualmente o mesmo governo Tarso Genro, na continuidade do arroxo da dívida teve de se valer utilizar os depósitos judiciais, frente ao Poder Judiciário, para pagar suas contas!!! A economia e o real são mantidos através de mecanismos artificiais e monetaristas que sustem uma proporção de 2×1 entre o Real e o Dólar, que é feita através do monitoramento cambial na forma de SWAPS do Banco Central. Esta política manterse-á, como necessidade de sobrevivência do governo, do estado nacional e da nação, estes últimos reféns do governo, até e na medida diretamente proporcional as gorduras auridas ainda no governo Lula, quais sejam as divisas que orçavam mais de 400 bilhões de dólares – Fernando Henrique tinha um colchão somente de 70 bilhões que foram torrados em menos de 2 anos frente aos ataques especulativos mudando no final de seu governo do currency board em alta, ou regime de câmbio fixo para o regime de câmbio “livre”. Conforme notícias contidas no Jornal do Comércio de junho deste ano até junho de 2012 gastamos o valor de 70 bilhões de dólares que saíram do país havendo assim uma inversão na conta das Transações Correntes que são o resumo e soma de todas as saídas do pais. Isto leva crer que cada vez mais rumamos para uma maior escassez de dólares no interior ou no canal de ligação entre o sistema endógeno e o exógeno, é dizer o nacional e o internacional. Assim é que na última semana o governo ou Banco Central teve de gastar a soma absurda de 3 bilhões de dólares para brecar a suba do dólar e manter o câmbio em torno de 2 reais pois com a inversão de saídas e a ausência de dólares no sistema endógeno houve tendência de suba da cotação. O governo que cobrava IOF para desestimular a vinda de capitais especulativos passou a absolver estes capitais do imposto, extinguindo-o neste setor, pensando com isto aumentar o retorno deste capital que o auxiliavam na manutenção do valor do real na casa dos 2 reais por dólar. Neste momento então, com a desconexão monetária em rumo total, somente as assimetrias monetárias consistentes em VANTAGENS COMPARATIVAS como as do AGRONEGÓCIO BRASILEIRO NA FORMA DAS FAZENDAS E ESTÃNCIAS é que paradoxalmente dão a sustentação a economia atual não deixando que o PIB CAIA e suplementando e alimentando, através da mais valia propiciada, que a CIDADE e seu capital rentista, industrial, comercial e do terceiro setor, tenham ainda viabilidade em razão da produção alimentar barata que barateia o salário mínimo pois para alimentar-se – mesmo que esteja caro – comparado com o resto do mundo e os preços da alimentação no mundo – este país é um paraíso em razão das fortes vantagens comparativas de seu agronegócio. O sistema de fazendas foi subjugado num sistema de liberdade total pois retirados os subsídios e com a picana – ou ameaça constante do MST – monitorando-se a produtividade através do INCRA – espada de Dâmocles do governo sobre a propriedade privada – os proprietários do campo tiveram assim de incrementar a produtividade ao máximo financiando-se através dos Bancos Privados, que com este estímulo do governo, conseguiram lucros bilionários pois o Brasil no império da esquerda é o paraíso dos Bancos e o seu governo é para os Bancos – sendo que através do endividamento cada vez maior dos proprietários do campo é que se tem este boom na agricultura que compete com os maiores exportadores do mundo seja EUA ou França em qualquer item agrário. Assim é que ironicamente o LATIFÚNDIO perseguido pela Esquerda, caluniado pela Esquerda é hoje o sustentáculo da economia e da sobrevivência da própria esquerda, que sob o manto da pouca memória do povo e do ser humano, que tem um Alzheimer constante, consegue ludibriar todos posando agora, ao lado do Latifúndio e dos Proprietários Fordistas, como aliados. Aliados passageiros pois quando vier novamente a conexão monetária, que é o que os Estados Unidos estão buscando a longo prazo com sua aliança com a China, novamente voltará o sistema de Desapropriação utilizando-se da Lei Estatuto da Terra, Entulho Autoritário dos Militares, que a esquerda não confessa que usa para seus desígnios. Com a reconexão dos mercados voltará novamente o grito do MST pois atingir-se-á, de forma perfeita, a possibilidade das empresas Multinacionais não ficarem isoladas e ilhadas no espaço nacional conseguindo sinergia através das exportações e conexões com os mercados externos sendo conveniente para governo, sem terras e multinacionais a volta a sua aliança fatídica para extinção e erradicação do sistema Taylorista\Fordista que faz sua grande produção na base de maquinaria e pouca utilização de mão de obra humana o que os esquerdistas, seguindo o atraso chinês, preferem a utilização de operários ainda manuais para os serviços de campo. Eis o retrato de mais um paradoxo do que estamos vivendo que ocorre pela simples desconexão, diga-se de passagem momentânea, que estamos vivendo!!!! Tenho dito!!! (Não escrevo mais para os coevos pois estes não me entendem. Escrevo para a posteridade pois só lá é que terei meu descanso e meu reconhecimento pelo que vi e acusei no meu tempo mas meus coetâneos não conseguiram ver. Imitando meu tio Rivadávia, que me contou que viu um OVNI e contando a este respeito viu que seus semelhantes o tachariam de louco, nunca mais falou no assunto!!! Eu posso escrever a respeito porque meus semelhantes não possuem mais tempo para ler então só curtem e passam sobre o texto pois este é mais um fenômeno do tempo em que vivemos a superficialidade das relações e emoções) Tenho dito!!!  TUDO QUE ESCREVI AGORA JÁ TINHA PREVISTO NA TESE APRESENTADA PERANTE O CONGRESSO MUNDIAL DOS AGRARISTAS EM MAIO DE 1998 PERANTE O HOTEL PLAZA SÃO RAFAEL E COM O PATROCÍNIO DO GOVERNO DO ESTADO NA ÉPOCA:   http://www.sergioborja.com.br/SITE_ANTIGO_UFRGSS/ECONOMIA%20DE%20ESCALA,%20CUSTOS%20E%20DIREITO%20AGRARIO.pdf

A LEVE SUBA DO DÓLAR EM MAIO DE 2013

A ATUAL SUBA ENDÓGENA DO DÓLAR
A atual suba endógena do dólar, 30.05.2013, uma valorização de centavos acima do câmbio optado pelo Banco Central, numa faixa de 2,0 um pouco acima um pouco abaixo, política esta monitorada na base de SWAPS, se dá pela pressão atual de suba do dólar em razão da escassez do mesmo determinada pela inversão da corrente de entrada por uma corrente de saída. O ingresso do dólar, no sistema nacional, inverteu-se em razão do recrudescimento dos paradoxos advindos do Conceito Guerra das Moedas. Em maio de 2012 o Banco Central passou a fazer uma expansão da base monetária a razão de 10% ao mês. O processo foi mantido até outubro de 2010 gerando – num processo similar ao do Banco Central Japonês deste mês em curso – MAIO DE 2013 – e que conforme informações perseverará até o ano que vem – chegando, no Brasil a uma expansão, em outubro de 50% do meio circulante. Este processo deveria, aliado a queda concomitante da SELIC, oferta laxante de créditos, planos bolsa isto bolsa aquilo que despejam bilhões diretamente no consumo exacerbando-o, a fazer com que houvesse uma queda do real frente ao dólar estimando-se o valor do primeiro em 4,50, como já publiquei. O fato não ocorreu porque, como eu expliquei, o Banco Central monitora o valor do real – não como Fernando Henrique que instituíra no Plano Real um câmbio fixo através de Medidas Provisórias que após 1,5 ano passaram a adotar a forma de lei a paridade do real com o dólar – aqui, no regime Dilma, o Banco Central monitora através de SWAPS constantes, que são injeções de dólar no mercado através do Banco Central, que sujam literalmente o câmbio do dólar, mantendo-o artificialmente neste valor de 2 um pouco acima um pouco abaixo. Esta operação vinha sendo auxiliada através da política de IED e do Balanço de Pagamentos positivos nos anos anteriores que mantinham uma volatibilidade em dólares em razão de uma ampla oferta. Com a gradativa queda dos ingressos em dólares pela queda do ingresso de IED e a inversão do Balanço de Pagamentos com sua tendência ao empate ou ao vermelho, levaram a uma pressão maior no valor do dólar e nesta razão direta uma maior necessidade de desvelo do Banco Central na sua constante política de monitoramento através de SWAPS. O Banco Central conseguirá manter o valor do dólar na medida e razão direta de seu estoque e disponibilidade líquida de dólar em caixa. A contrario sensu, quando não houverem mais condições de intervenção, pela ausência de estoque de dólar e sua disponibilidade e pela falta de ingresso superavitário, então entraremos na fase CRISTINA KIRCHNER da economia e o dólar saltará até 4,50 ou mais um pouco, em valor. Lá na Argentina, em razão da indexação da economia e sua condição deficitária constante pela queda zero de IED e ingressos oriundos das exportações, o governo literalmente cassa os dólares até de sua cidadania, colocando cães pastores policiais, para cheirarem suas malas e mochilas em busca do dólar, cujo mercado paralelo foi penalizado ou literalmente criminalizado. Assim é que o Brasil persistirá num câmbio artificial e monitorado enquanto tiver dólares disponíveis pelo Banco Central. As reservas estavam em mais de 400 bilhões de dólares mas tem de se estudar se seu resgate é a tempo e quanto de ágio paga em resgate antecipado e nesta razão qual a liquidez do Banco Central para aguentar a pressão do vermelho do dólar que pressionará constantemente, a partir daqui, o preço do câmbio do dólar. A ausência de estoque de dólar e a saída do Banco Central do mercado, na situação atual, levaria rapidamente a um colapso da economia total. Assim a razão de sobrevivência no atual clima de câmbio monitorado está na razão direta do estoque de dólar em poder do Banco Central e da pressão direta maior ou menor sobre o mercado endógeno. O não atendimento da demanda levaria inevitavelmente a um ataque especulativo e a uma ruptura do sistema com prejuízos violentos sobre a economia como um todo agravando ainda mais o processo inflacionário pois o rebaixamento da moeda frente ao dólar faz com que sejam maiores os estoques de comodities a serem exportados para compensarem a queda de seu preço o que também esbarram na queda externa da demanda pelo próprio processo de acomodamento da demanda frente as crises de consumo externas…refreamento até dos chineses….TENHO DITO….

KISS – UM SEGURO OBRIGATÓRIO – DE LEGE FERENDA PARA INSPIRAR ALGUM DEPUTADO FEDERAL

KISS: UM SEGURO DE LEGE FERENDA! (Para inspirar algum deputado federal)

Considerando o acontecimento trágico ocorrido em Santa Maria, Rio Grande do Sul, onde mais uma vez, transfere-se para discussão no Poder Judiciário as omissões Legislativas e as omissões do Executivo com relação ao seu poder de fiscalização ou Poder de Polícia, alongando-se em demandas no tempo e protelando uma condição de satisfação indenizatória pronta e necessária, às vitimas e seus familiares;
Considerando o atual estágio de desenvolvimento da Sociedade Civil que vive no século XXI, plenamente o nível de uma sociedade participativa e de lazer em que as populações frequentam de forma coletiva e social ambientes de distração e diversão pública, ambientes culturais, tais como cinemas, boates, bares, teatros, congressos, seminários, jogos de futebol, de basquete, aulas, jardins de infância, etc, enfim, todas as atividades de lazer, esportivas, religiosas, industriais, comerciais, de educação, agrárias, veterinárias, exposições, feiras etc, que congreguem um relativo ou grande número de pessoas;
Considerando que a atividade privada que tem como objeto social ou desiderato a confraternização destas pessoas através da dança, do convívio, seja ele cultural, esportivo, comercial, industrial, de consumo, de estudo, etc, não tem capital suficiente para custear, na maior das vezes, algum tipo de sinistro causado por qualquer evento que cause ferimentos, mortes, dano moral, em pessoas;
Considerando, da mesma forma, que a atividade pública não tem condições de arcar com o pagamento de indenizações e o sistema instituído de emissão de precatórios está em completa falência deixando desassistidas as vítimas e seus familiares depois de protelar por anos em juízo a discussão dos litígios;
Considerando ainda que é necessária uma satisfação coletiva a este clamor social, embasados nos estudos de milênios que trazem MUTUALISMO como base técnica do SEGURO, determinar:
Art 1 – Fica criado, consoante o que determina a Constituição em seu art. 22, inciso VII, em todo o território nacional o SEGURO OBRIGATÓRIO KISS cujo cálculo atuarial, embasado no Mutualismo, descontará uma parcela das entradas ou tickets de admissão a qualquer tipo de evento coletivo social obrigatoriamente como prêmio a ser coligido para o fundo de indenização das eventuais vitimas cobrindo todos os eventos de sinistro em todo o território nacional, tais como incêndio, desabamento, asfixia, amassamento, sufocamento, causados por debandada, nos eventos coletivos sociais;
Art. 2 – As indenizações referentes a qualquer tipo de sinistro que cause dano as pessoas, lesões corporais leves ou graves, são de dois tipos, para pagamento de despesas hospitalares, indenização por dano e pensões em virtude de inabilitação causada por lesões ou pensões por morte;
Art. 3 – O consumidor ao adquirir o seguro poderá graduar em três níveis o seu seguro, uma indenização fixa, uma indenização que além da fixa adiciona cobertura de quaisquer despesas hospitalares e por fim a cobertura total ou combo contendo indenização em valor fixo, despesas hospitalares e pensões por lesões incapacitantes e por eventual morte, pagando na proporção, o prêmio que estará embutido no preço da entrada ou ticket de admissão ao evento seja ele esportivo, cultural, mercantil, de consumo, etc;
Art. 4º Os bancos estatais do Brasil ou Caixa Econômica Federal serão os gestores dos depósitos do fundo que lastreará o Seguro Kiss;
Art. 5º Provado o nexo causal com o evento danoso o usuário ou consumidor, que contribuiu com o seguro, terá imediatamente pago, pelo Administrador (Caixa ou Banco do Brasil) as quantias referentes à indenização, ressarcimento por despesas hospitalares e medicamentos; e\ou pensão por lesão incapacitante ou eventual morte;
6º – A emissão de bilhete, passagem, entrada, ticket de admissão, em qualquer evento será feita através de máquina com acesso direto a internet que armazenará o nome do consumidor e o tipo de seguro que o mesmo fez para acessar ao serviço, servindo de prova na eventual perda do ticket ou comprovante, ou em caso de desaparecimento, para que a família possa cobrar o dito seguro em sua categoria de aceitação;
7º – O código Civil e o decreto lei 73\66 regularão os casos omissos nesta lei, suprindo as lacunas desta lei;
8º – No prazo de 120 dias a contar da publicação desta lei o CNSP e a SUSEP baixarão Circulares e Resoluções regulando, o exercício dos direitos na conformidade com esta lei.
9º – Esta Lei entra em vigor no prazo de 150 dias a contar da sua publicação.

RAIVA BOVINA: MORTANDADE NA MARIANA PIMENTEL E MUNICÍPIOS ADJACENTES!!!!

MORTANDADE NA MARIANA PIMENTEL E MUNICÍPIOS ADJACENTES!!! (RAIVA BOVINA)
Pela leitura do Jornal do Comércio do dia de hoje 25 de maio constato que a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Agronegócio (SEAPA) “devem concluir no mês de junho a coleta de amostras para o inquérito epidemiológico que vai detectar a prevalência de tuberculose e brucelose no rebanho bovino. Ao todo serão analisadas 1.065 propriedades do Rio Grande do Sul e, aproximadamente, 11 mil animais.” Mais abaixo, no mesmo jornal, constato que a retirada da vacina contra aftosa acaba nexta sexta-feira…para aqueles que se enquadrem nos critérios do Pronaf e da Pecuária Familiar e que possuam até 100 animais.” Eu, ontem pela manhã, já adquiri e paguei um vidro com doses para vacinar 10 animais. Comprei isto porque meu rebanho é como aquele do cantor e compositor Luiz Gonzaga…”vai boiadeiro que a noite já vem guarda o teu gado e vai pra junto do teu bem\de manhãzinha quando eu sigo pela estrada\ minha boiada pra invernada vou levar\ são dez cabeças é muito pouco é quase nada\ mas não tem outra mais bonitas no lugar\vai boiadeiro que o dia já vem\ leva o teu gado e vai pensando no teu bem! Sim eu TINHA dez cabeças. Morreu meu touro e mais cinco (5) rezes. Morreu 60% do meu rebanho!!! O problema não é só meu por que falando com as pessoas do lugar e vizinhos a relatos de perdas de animais de, por exemplo, um perdeu 10 cabeças, outro 15 e assim por diante. Eu, não tiro o meu sustento desta atividade mas chegando na Veterinária da Mariana Pimentel foi-me relatado que há colonos que perderam seus bois de tração. Ouvindo as histórias quase chorei de tão comovido pois pessoas que conheço que são pobres, com poucos hectares de onde tiram seu sustento perderam seu trator “animal”, seja, sua junta de bois e não tem dinheiro para repor o prejuízo. Pensando tudo isto vi e acompanho todo o ano a obrigação e o dever de vacinar meu gado contra a aftosa constatando, que o município, o ano passado multou alguns colonos pobres que não fizeram a vacina a tempo. Isto leva a pensar sobre as políticas de vacinação levadas a efeito e controladas pelo poder público. É uma política que controla a imunidade em benefício do grande negócio e do grande latifúndio com vistas a exportação e, que no entanto, deixa os pobres colonos e pequenos proprietários abandonados, mormente no que se refere a endemias que são doenças localizadas. Em governos passados eu já vi esta discussão sobre a aftosa. Uns diziam que ela não era disseminada enquanto que outros achavam que era. Eu, sou proprietário na Mariana Pimentel desde 1985 e nunca em minha vida vi por lá, em meus animais, nos meus vizinhos, ou na Mariana ou Municípios Adjacentes, como Guaíba, Sertão Santana, Barra do Ribeiro, etc, relatos de febre aftosa. No entanto a raiva bovina que é transmitida pelo morcego hematófogo, que literalmente chupa o sangue dos bovinos, é endêmica na Mariana Pimentel e municípios adjacentes e, no entanto, nunca se viu por lá alguma implementação de política governamental com vistas a extinção ou controle desta peste, através de destruição de suas cavernas ou do incremento de seus predadores. Assim é que, neste ano, o prejuízo anterior que era restrito a 1 res em 10 passou a 6 reses em 10. De 10% para 60% o que inviabiliza totalmente a criação. A vacinação foi feita no meio do incremento pestilento mas até o reforço, em 20 dias, muitos não haviam adquirido ainda a imunidade suficiente e literalmente “foram para a vala” pois a Prefeitura, solicitamente, ajudou com tratores para enterrar as carcaças dos animais após a notificação. Meu empregado me disse que eles viriam para tirar a cabeça dos animais para análises clínicas. Não sei se o fizeram. Lembro-me de meu velho avo Jangota Pereira, homem com mais de 15000 reses e mais de 15000 hectares de propriedades distribuídas entre várias fazendas do Alegrete e Rosário do Sul. Certa ocasião comprou 22 quadras de sesmarias (uns 2000 hectares) no lugar denominado Puitã, no município de Santiago. Tomou um prejuízo violento pois os morcegos dizimaram seu rebanho. Eu tinha uns 6 ou 10 anos e via contarem que colocavam dinamite em cavernas de morcegos para dizimar esta praga. Uma velha senhora me disse que eles abundam também no meio de taquaral! Mas todo este trabalho não adiantou nada e ele teve de vender a propriedade para plantadores de olivais. Há morcegos e morcegos. Há alguns que comem frutas e os vejo sempre pela noite e vejo seus estragos em meu pomar. Este ano quase que não sobraram caquis para se comer pois houve um grande incremento populacional nos morcegos que abarcou tanto os hematófagos como os frutígeros pois bergamotas, laranjas e caquis, também foram dizimados pelos “bichinhos”. Minha esposa comprou, para minha proteção, mecanismos que são inseridos nas tomadas eletrônicas e, no anúncio, dizem que pelos sons ultrasônicos emitidos pelos aparelhos, atuam espantando, desde mosquitos, pernilongos e mesmo morcegos. Desconfiado com a panaceia eletrônica levei a ambos para a Mariana Pimentel instalando-os mas dormindo uma noite em sobressalto pois imaginei que os “bichinhos” pequenos dráculas, poderiam entrar pela chaminé de minha lareira e chupar o meu próprio sangue. Pensei nas manchetes do outro dia: “Professor Sérgio Borja que era contra a corja morre raivoso sangrado por vampiros!!! Mais risível ainda seria a condição de ter a necessidade de ter meu coração transpassado por um cepo afiado de madeira. A coisa mais incrível é que eu, que habito no alto da montanha, já teria um companheiro de assombração pois meu vizinho e amigo, Otávio Baidek, nasceu numa sexta-feira treze e alguns inventam que ele é Lobisomem. Assim, nós dois, assombraríamos a região inteira. Mas se o riso é feito para não chorar e a brincadeira exorciza o prejuízo, esta situação na Mariana Pimentel não é de brincadeira pois tem atingido as populações carentes retirando-lhes a única coisa de real valia para sua sobrevivência. Sua parelha de bois mansos!!! Seu trator vivo!!! Senhor Secretário de Agricultura e Pecuária dê uma ajuda para este povo pobre lá na MARIANA PIMENTEL!!! É o brado que posso dar para ajudar esta gente sacrificada. A raiva pode atingir tanto os animais como os seres humanos. Lembram do filme “48 horas para morrer” com Glen Ford!! O filme é sobre a cadeia de transmissão do vírus da raiva. Lembro-me que o filme começa com um sujeito num trator com um bichano, estava alisando o mesmo e o acarinhando. Daqui a pouco o gato fica todo arrepiado e dá um arranhão no homem. No desenrolar do filme se constata que o gato estava contaminado pela raiva. Acontece que este homem enlouquece e tem de ser amarrado naquela pequena vila morrendo com a doença. O artista principal Glen Ford é contaminado e passa uma saga rumando daqueles cafundós até uma cidade que tivesse a vacina pois, depois do transcurso de 48 horas, o vírus não pode mais ser combatido e a pessoa enlouquece também através do contagio. O filme é de uma aflição total pois o jipe do cara, Glen Ford estraga e ele tem de seguir a pé até a cidade em busca da vacinação atravessando por caminhos escabrosos até que termina o filme ele vendo a cidade ao longe. Lembro-me que depois que estragou o jipe ele vai caminhando e sedento dirige-se para uma fonte de água louco de medo de chegar perto dágua achando que teria já sido contaminado pois a raiva também é chamada de HIDROFOBIA. O animal, seja humano ou doméstico, contaminado pela raiva, não consegue enxergar água e repele-a. O filme termina, como disse, ele vendo a cidade ao longe. Vi a película a tanto tempo que não me lembro se aquilo sugeria que ele conseguiu o que queria ou deixava em dúvida sobre a situação, transferindo para o expectador, que levaria para casa, a mesma aflição do filme, conseguir ou não sobreviver ao contágio. Falando em contágio de animais, seres humanos e animais domésticos, lembrei-me que a Mariana Pimentel é um habitat de animais selvagens como veados, gatos do mato, lontras e bugios. Imagina topar com um gato do mato ou bugio enlouquecido!! Quando eu comprei a propriedade, na flor dos meus 35 anos, adorava andar pelo mato com meu facão mateiro descobrindo lugares inóspitos mas hoje, com 63 anos, nas vésperas dos 64 fiquei como cachorro velho só ando na beira das casas e não me atrevo a tanto. Minha mãe, que já faleceu e hoje teria 93 anos, contou-me que quando era pequena um cachorro louco correu-a por quadras na cidade de Alegrete e que só se safou de ser mordida subindo numa janela de uma casa. Com esta memória acesa, hoje, antes de sair da Mariana Pimentel, fui na Veterinária e comprei vacinas para meus 6 cães pois o que me sobrou de gado, 4 animais, duas vacas e dois terneiros, já estão vacinadas. Diz que mês de cachorro louco é agosto e nós recém estamos em maio…

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS SOBRE A RAIVA:   http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/raiva/raiva-16.php

ESTE PESSOAL AINDA NÃO PASSOU POR LÁ – DIA 25.05.2013 – JÁ VACINEI, DUAS VEZES O GADO, COM INTERVALO DE 20 DIAS – O QUE SOBROU – E MORRERAM AINDA QUATRO DEPOIS DA PRIMEIRA DOSE – E HOJE VACINEI OS SEIS CÃES AS MINHAS EXPENSAS QUE GOVERNO NENHUM NUNCA PASSOU LÁ, SÓ PARA TIRAR E COBRAR IMPOSTOS, A CNA O ANO PASSADO ME APLICOU UMA MULTA DE 3800,00 REAIS ME DANDO O STATUS DE GRANDE FAZENDEIRO COM 38 HA…EU QUE “VIVO” DE STATUS ESTOU GOSTANDO…SOU COMO MASSA DE PÃO QUANTO MAIS ME BATEM MAIS CRESÇO – SE VIEREM DO NOVO ACHO QUE VOU TER DE DISPUTAR ELEIÇÃO NA FARSUL PARA RENOVAR POIS AQUILO LÁ TÁ QUE NEM REINADO ABSOLUTO – ASSIM COMO TEM “SEM TERRA” VOU ME INTITULAR DA ÁREA DOS “SEM FAZENDAS” E VOU QUERER CONCORRER A CARGOS…TODO MUNDO GOSTA É DE COBRAR TAXAS, IMPOSTOS, ETC, MAS DE ISTO É AO NÍVEL EUROPEU, OS SERVIÇOS SÃO AFRICANOS E SUB-SAARIANOS!!!!!    http://clicr.com.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=816:mariana-pimentel-inicia-vacinacao-de-bloqueio-contra-a-raiva&catid=149:regiao&Itemid=682

OUTROS EFEITOS DA GUERRA DAS MOEDAS

GUERRA DAS MOEDAS OUTROS EFEITOS
O expansão da base monetária dos Estados Unidos da América e outros estados como o Japão, em estudo feito pelo FMI constatou que o mundo emergente vem recebendo, desde o segundo trimestre de 2009, alguma coisa entre US$250 bilhões por trimestre de recursos dos países desenvolvidos. A América Latina e a Ásia são indicados como os maiores receptores destes recursos em todo o mundo seja através de investimentos diretos seja através de papéis de renda fixa. (Jornal do Comércio, POA, 17, 18 e 19 de maio de 2013 – pág. 8) A constância destas emissões vai ter alguns efeitos cujas reflexões vou registrar. Há moedas nacionais que se tornaram bem dizer internacionais em razão de sua ampla conversibilidade e outras com poder maior ou menor de conversibilidade. A moeda americana é a moeda que possui o maior poder de conversibilidade no mundo. Assim é que a expansão monetária americana financia o estado americano através de um imposto indireto, contido na desvalorização constante de sua moeda( Os EUA tem frotas em todos os oceanos e financiam centenas de bases espalhadas pelo mundo), ao mesmo tempo fazendo com que o dólar cada vez mais, pelo efeito “parking”, comece a ocupar um lugar maior na conversibilidade, tornando-se usual, além de ser a moeda de compra dos ativos nos demais países. Países como o Brasil, que fez uma macro expansão de seu meio circulante, de maio até outubro de 2012, na base de 50%, induzindo a queda do real frente ao dólar (mantido através de monitoramento por swaps cambiais constantes em torno de 2 alguma coisa acima\abaixo)) e a Venezuela que desvalorizou sua moeda em 46%, com o objetivo de manterem a sua competividade, seja, um índice no balanço de pagamentos em que as exportações sejam maiores que as importações, causam por outro lado, uma queda brutal de seus ativos internos que são comprados pelos capitais que possuem moedas sobrevalorizadas perante o real ou a moeda venezuelana. As macro-desvalorizações monetárias do real, v.g., para adquirir competitividade, mesmo assim, pela constante desvalorização do dólar e das demais moedas e ainda agravadas pelo custo Brasil, infra-estrutura de estradas sucateadas, gargalo dos portos e aeroportos, legislação trabalhista e previdenciária caríssima que aumenta o custo social das mercadorias, câmbio valorizado (mesmo com a desvalorização governamental em função das demais agravantes) ocasionam a destruição do parque industrial e, em razão da competitividade do agro-negócio, a potencialização do incremento ainda maior das exportações dirigidas e focadas mais neste setor. A venda incrementada pelo agronegócio é um dos fatores maiores do incremento inflacionário interno pois a exportação das commodities agrárias que serviam de abastecimento ao mercado interno, não substituídas e mantida a demanda interna por alimentação para a população, impulsionada ainda pelos programas governamentais de fome zero e o pleno emprego com taxa de 5% de exclusão, fazem com que o mercado interno sofra, se não um desabastecimento, pelo menos uma escassez pela demanda, que acumulada com a exportação para a China e demais países – pelos insumos tornarem-se mais baratos no mercado externo pela própria política monetária de desvalorização da moeda nacional – levando assim, com a ausência destes produtos, potencializados pela demanda interna de consumo incrementada e pelo aumento de exportação, ao incremento da inflação. A inflação além destes itens, no Brasil, tem causa no aumento da base circulante, na queda dos juros ou reversão do cavalo de pau, e na razão direta disto na queda do valor da moeda. Em outros momentos, por exemplo quando do governo de Fernando Henrique a expansão monetária era maior mas, no entanto, o valor da moeda, em câmbio fixo, era maior, este fator, que impulsionava as importações mantinha os preços internos achatados em razão da manutenção da competitividade dos insumos nacionais para sobreviverem ante a oferta de bens idênticos com preços mais baixos ou competitivos sofreando assim o processo inflacionário pois os níveis de desemprego estavam em 17% acima ou abaixo não havendo também uma política disseminada de fome zero. Hoje, com a moeda desvalorizada, você não tem o câmbio como fator de regulação interna, com relação ao item inflação, (ele, o câmbio rebaixado artificialmente faculta uma certa competitividade que atinge somente o agro-negócio em suas exportações pois a indústria ainda fica afogada sob o custo Brasil – impostos, custo social e infra-estrutura sucateada). Assim, por tudo, cada vez mais uma ampla série de ativos serão adquiridos pelo capital exterior, através de fusões e associações, investimentos diretos, que é o que constata este estudo do FMI, em razão dos ingressos milionários fruto da expansão monetária dos países centrais com moedas nacionais de alta conversibilidade internacional. Estes dias li no mesmo Jornal do Comércio matéria que se não me falha a memória referia-se ao Grupo Randon que havia adquirido o controle acionário de uma empresa que faz parte do seu Pool que tem seu foco, esta empresa, na área de suspensão de veículos pesados como caminhões e ônibus. A própria notícia trazia em seu corpo que houvera uma queda incrementada de percentuais, em razão do processo de desindustrialização, da demanda pelas peças produzidas por este setor. Mesmo assim a empresa em tela, substituindo-se ao capital externo, adquirira o controle acionário deste investimento. Achei muito curiosa a linha de pensamento pois eu sempre achei que em função dos gargalos da economia sendo mais e mais ainda impulsionadas pelo paradoxo cambial, pois mesmo que o governo consciente da guerra das moedas desvalorize o câmbio nacional, nunca é o suficiente para acompanhar a desvalorização do dólar, sendo esta condição agravada mais e mais pelo custo social, tributário e de infraestrutura nacional defasada e sucateada. Estranho, que, no setor de indústria, uma das indústrias encerradas opte por adquirir ativos, que no futuro, para meu entendimento tenderiam mais e mais a desvalorizarem-se. Isto se daria em função da poupança interna deste grupo ou ainda por ter gorduras carreadas de outras atividades ou ainda pelo crédito fornecido de forma facilitada pelo governo?! Esta empresa tem uma sinergia multinacional e possivelmente, mesmo com a queda de demanda interna, visa uma demanda externa para abastecer o seu parque automotivo em outros países, por exemplo África, onde não haja condições de fabricar estes componentes que devem ser transladados daqui para lá, sendo que mesmo com custo caro e sem competitividade do custo Brasil industrial, compareçam ainda, bons na África ou em outras regiões, onde não há ainda condições técnicas e de pessoal para manter uma produção qualificada?!! Seja esta ou outra a argumentação em pról da compra realmente fiquei encafifado em razão de ser uma tendência que reputo ímpar no comportamento industrial brasileiro, em se mantendo este cenário de paradoxos que vivemos. No Brasil, o Estado Nacional vai mal e a Sociedade Civil, carrega o peso deste Estado monstrengo deformado, sucateado e chupa cabra. O alargamento informal que se vê, onera cada vez mais com impostos e demandas sociais o Brasil formal que cada vez mais sucumbe perante o alto índice de regulação, de imprevisão e de insegurança econômica causada pelo processo de improvisação interventiva na economia. No entanto, o que fazer para conter as soberanias externas dos estados como EUA e Japão que emitem moeda e que causam tanto dano ao processo econômico de globalização. Considero que só o evento de uma moeda internacional é que extinguiria todo este processo de concorrência entre as moedas nacionais. Mas isto é ainda sonhar. Enquanto isto, vivamos as possibilidades permitidas pelos artifícios monetários, enquanto forem possíveis e enquanto o gargalo de outro ogro maior ainda não seja inexorável, seja, a Dívida Nacional interna e interna, que já sufoca municípios, estados e em breve começará a sufocar a União cuja dívida interna já beira 1,5 trilhões de dólares (são dois trilhões e alguma coisa em reais). Quem iniciou este processo foi o genial presidente Fernando Henrique Cardoso, que catapultou a dívida dos governos militares de 60 para 760 bilhões.

INFLAÇÃO O SUBSTRATO DA GUERRA DAS MOEDAS

GUERRA DAS MOEDAS E INFLAÇÃO!!
O conceito Guerra das Moedas descoberto por mim nos anos 90 fundamentalmente é um processo inflacionário monetário. Descobri este conceito ao cotejar a teoria de Robert Mundell sendo aplicada na fundação da União Europeia e a reação anterior americana ao constatar que a Europa enveredaria pela união monetária. Os EUA que dominam 78% do comércio monetário mundial logo que tiveram certeza no caminho da Europa adotaram a mesma alternativa fechando um regime de currency board com os estados que lhe prestavam suserania. Na América Latina os casos mais clássicos foram o Plano Real de FHC e o Plano Astral urdido por Menen. Criticando este sistema é que através de uma pesquisa frenética pelos links jornalísticos constatei que em todo o mundo as nações começaram a utilizar-se do recurso de emissão monetária para protegerem-se mutuamente da queda do dólar. Assim é que o processo inflacionário em países diversificados redundam em efeitos completamente diferentes dependendo de sua inserção na comunidade mundial, o seu nível de desenvolvimento, o nível de conversibilidade internacional de sua moeda, suas vantagens comparativas e o nível de suas assimetrias dependendo também de se este estado é uma autarquia autossustentável ou não. Assim é que analisando três modelos teremos efeitos diversos:
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA – Robert Triffin, economista belga, acusou a partir de 1961 o que chamou o Dilema de Triffin que consistia na conclusão de que os americanos que detinham conversibilidade total dólar\ouro, a partir desta data constatam que as descobertas e o acúmulo de ouro não acompanhavam a expansão do mercado externo que foi atribuído à moeda americana, como divisa internacional lastrear, na base de 35 onças troy equivalentes em ouro. Assim é que a moeda americana transformou-se numa moeda fiduciária e os americanos passaram a emitir dólar inundando o planeta com sua moeda. De Gaulle tentou resistir solicitando a troca dos euro\dólares por ouro mas não foi atendido. Nos anos 90, antes do estabelecimento do euro, os americanos tentaram, conforme as idéias de Roberto Mundell, prêmio Nobel de economia, o estabelecimento de um currency board – moedas nacionais em todo o mundo que fossem lastreadas ou com valor similar ao dólar Foi o caso do real e do peso que, por lei, passaram a um regime de câmbio fixo acompanhando o valor do dólar. No artigo “O real e o dólar” eu acusei os efeitos diferenciados deste processo num sistema e noutro o que para nós, no Brasil, causaria um processo incrível de desindustrialização embora fizesse cessar a inflação. Com o processo de importação incrementado causado pela paridade com o dólar que estava alto em razão as moedas europeias nós comprávamos tudo no exterior fazendo com que a concorrência tupiniquim, de semelhantes, fosse completamente dizimada pois a potencialização monetária fazia com que os produtos autóctones perdessem sua competitividade. Para os americanos, o estabelecimento de um currency board em alta faria com que houvesse o linkamento do espaço americano com o externo através da simetria que funcionava muito bem para os americanos mas no entanto para os outros sistemas era um mecanismo deletério como ficou provado. Acusei este problema antes que os governos FHC e Menem dessem marcha à ré em vários artigos.
Atualmente o americano entrou em um sistema que faz com que o dólar a partir de 2002 sofresse uma máxi desvalorização, através do acordo Plaza, sendo que esta nação persiste através do seu FED na perseguição deste ideal que é acompanhar o Yuan chinês. A transferência dos capitais multinacionais oligopolísticos, nos termos preconizados por Hilfirding em 1904 e depois recobrados por John Kenneth Galbraith, em sua obra O Novo Estado Industrial, fazem com que o capital oligopolístico mundial, concentrado na China tenha vantagens através do dumping social – a China é uma ditadura e não há reinvindicações salariais – e também utiliza-se do dumping monetária atingindo uma competitividade daninha no ambiente internacional o que potencializou-se como segunda potência econômica no mundo face a reconversão educacional e sua capacidade de management de seus recursos humanos abundantes. Um dado incrível é que com uma população de mais de um bilhão de pessoas o número proporcional de pessoas com QI (quoeficiente Intelectual mais alto) é proporcional a toda a população americana. Assim os americanos baixando sua moeda deixam de ser tão assediados por mercadorias vindas destes paraísos monetários e sociais dando uma sinergia as suas vantagens comparativas que mantém sua capacidade de exportação propiciando que, por mais que a base monetária americana se expanda e na proporção direta desta sua expansão o efeito parking (estacionamento) do dólar em outros países faça com que esta oferta monetária não cause problemas endógenos aos americanos pois estes linkaram seu interior monetário com seu exterior ou seja, o mundo internacionalizado é uma extensão do sistema monetário americano. Assim o enfraquecimento do dólar ou a força do dólar está em sua fraqueza. Isto passa a ser um problema para os demais estados nacionais que possuem um processo regulatório que torna seus interiores compartimentos estanques que, não possuindo a permeabilidade osmótica com o ambiente externo mantém, a contra horário, além de suas possíveis vantagens comparativas imposturas e assimetrias econômicas protegidas por barreiras alfandegárias ou sanitárias mas que na realidade simulam para esconder os limites interiores de seu sistema dificultado pela indexação econômica, regulação, gargalos na infraestrutura de estradas de rodagem de ferro, portos e vias de escoamento, endividamento interno que se transforma num estado fisco ou estado imposto com níveis altíssimos de desapropriação da Sociedade Civil por um Estado que a tudo rapina.
BRASIL – O modelo estatal brasileiro faliu totalmente sob o Plano Real de Fernando Henrique. Com uma dívida herdada dos militares em 60 bilhões de dólares a dívida foi internalizada mas ele terminou o governo com uma dívida de 760 bilhões de reais dolarizados!!! Torrando 70bilhões de divisas para cometer a quebra do bloco de constitucionalidade brasileiro através da instituição do sistema de reeleição que relativizou sobremaneira o sistema republicano brasileiro pois nem os generais na ditadura não se reelegiam. Assim é que a Nova República Pós-Ditadura sob a égide da Constituição de 1988, embora negue as Ditaduras, tanto a varguista como a militar, não deixa de ser uma extensão do mesmo modelo estatal de antes só que agora totalmente falido. Assim é que o modelo estatal desenvolvimentistas social democrata está em completo colapso. O regime da Nova República herdou uma infraestrutura de portos, estradas de ferro, usinas hidroelétricas, aeroportos, infraestrutura escolar e universitária, etc, no entanto não acresceu nada a todo este sistema. O estado democrático de direito facultou uma expansão da Sociedade Civil tanto a formal como a informal dando-se uma ampla expansão para esta última pressionada pelo estado dívida que se tornou no estado fisco com amplas cargas tributárias e denso processo de regulamentações no Poder de Polícia do Estado, que concede e fiscaliza as concessões de funcionamento da Sociedade Civil. Este estado está para se colapsar frente ao crescimento de sua dívida interna e externa e a impossibilidade de aumentar mais os impostos que são escorchantes. Assim, de paradoxo em paradoxo o Estado Nacional sob a Constituição de 1988 rumará inexoravelmente para o seu colapso desabando sobre a Sociedade Civil que terá de reorganizar um Novo Estado Nacional Brasileiro. É esta consciência que leva a esquerda a tentar dar golpes para obviar o que eles chamam de uma resistência democrática do povo que seria a implantação da Ditadura do Proletariado sob a emulação do modelo chavista\cubano. Os movimentos, através de “balões de ensaio”, que na verdade testam as resistências sociais dos opositores, vão colocando gradativamente cunhas no regime democrático de direito ou o que resta do mesmo. A um processo constante de desmoralização do Poder Legislativo cujo eco encontra guarida na grande imprensa onde jornalistas com viés ideológico potencializam mais e mais esta desmoralização exorcizando-a através da estigma da corrupção, que vários parlamentares, ajudam a potencializar com suas atitudes. Da mesma forma, necessitando quebrar o controle jurídico do sistema, o Poder Judiciário é atacado e enfraquecido pelo viés da onipotência de alguns juízes, pelo valor de seus salários que são cotejados com os miseráveis estipêndios populares. Não se vê falar do Executivo. Ora, enfraquecendo-se o Legislativo e desmoralizando-o e da mesma forma ao Judiciário só sobra o Rei Absoluto e incontestável do Executivo potencializado!!! Esta é a fórmula da ditadura ou da instituição do regime do supremo fuhrer!!!! Não se murmura mais a boca pequena mas o cochicho já ganhou as ruas e soa alto e bom tom que estamos na ante véspera da implantação de uma ditadura de esquerda aos moldes fidelistas. Seria a implantação de uma legítima Monarquia Absoluta Socialista pois estes regimes socialistas, todos os que existiram, se fazem pela permanência de seus chefes e fuhres que não obedecem ao processo republicano de revezamento no poder. Assim é Fidel Castro que está desde 1958 no poder, quando não ele seu irmão; assim é Chavez que morreu no poder; assim é Cristhina Kirchner obrando para dissolver a constituição e manter-se no poder – lá o poder passou do marido para a esposa através de um NEPOTISMO POLÍTICO. É Evo Morales que através de uma lei eleitoral recentemente aprovada protela seu mandado para mais um terceiro round. Dizem “as más línguas” que os médicos cubanos que viriam para o Brasil, seriam o começo de uma legítima cabeça de ponte para dar uma maior sinergia organizativa aos sem terras e chamados movimentos sociais, que nada mais são do que neo-guerrilhas chupa cabras do estado nacional que se sustentam através do coronelismo social. A esquerda é consciente que aos Estados Unidos da América não importa mais a ideologia. Importa sim é a liberdade na conversão e negociação livre das commodities ao modo granschista. A China comunista é a prova da palatibilidade americana que adora um shop sue agridoce que dá esta sinergia nova ao capitalismo e globalização. Chavez, mesmo, apostrofava o capitalismo americano não deixando, no entanto, de ser um dos maiores fornecedores e abastecedores do mercado americano de petróleo. Assim é que ao mercado capitalista globalizado não interessa mais ideologias e as fórmulas organizativas internas das nações desde que estas coloquem suas commodities no mercado global a preços de mercado.O stablischment da esquerda que utilizou-se da classe média, como massa de manobra, para atingir o poder no Brasil, hoje francamente abandona a classe média, chamando-a de reacionária, como diz Marilene Chauí, e deserdando-a totalmente através do congelamento de seus salários. Parte em busca da reconversibilidade do chamado lupen proletariado através da prática do coronelismo social que é a compra de sua aquiescência fácil, através da instituição de programas de transferência de renda a fundo perdido para as classes “c” e “d”, a fundo perdido, ao mesmo tempo que, unidos as multinacionais capitalistas, pela injeção monetária no consumo, sustentam o funcionamento da economia mediante injeção de dinheiro a fundo perdido que estimula o consumo, servindo aos consumidores e aos fornecedores. A fórmula é perfeita. O único perigo que corre este script é o surgimento do paradoxo monetário que desembocará no paradoxo do estrangulamento através da dívida pública que já sepulta municípios e estados da federação e em breve, mesmo que o governo federal tenha o recurso da emissão, prorrogando sua rendição, chegará a um ponto que levará, inevitavelmente a desmoralização da moeda nacional a exemplo do que já acontece na Argentina que tem que colocar a polícia e cães pastores para detectar, na Sociedade Civil, o entesouramento de dólares que safam os cidadãos da inflação galopante de seu papel oficial. O processo de guerra das moedas, com a expansão monetária dos americanos, japoneses, e ingleses, pelo efeito parking, transfere para os mercados emergentes mais de 250 bilhões de dólares por trimestre, solapando a moeda nacional e substituindo-a gradativamente na previsão do colapso futuro, além de transferir o controle de vários empreendimentos e propriedades, através de investimento direto, para o controle estrangeiro. Quem viver verá!!!